– PEDRO LUSO DE CARVALHO
Jaqueline Gutierres deu-nos
a oportunidade de conhecer as ideias do Prêmio Nobel de Literatura, o caribenho
Derek Walcott, com a sua matéria escrita por ocasião da Fliporto, na fala do
poeta sobre a escrita e a paixão pelos poemas.
“O amor nos deixa em um estado de entrega,
somos possuídos por ele, e isso é universal. A poesia em seus melhores momentos
também faz isso. Assim como não podemos explicar a força do amor, também não
entendemos o poder da poesia”, comparou Derek Walcott, durante o painel que
encerrou os eventos de sábado, na VII Fliporto. Em conversa com o poeta
pernambucano Marcus Accioly, Walcott se mostrou um apaixonado pela poesia e
falou sobre sua principal obra, Omeros (Cia.
Das Letras).
Prêmio Nobel de
Literatura em 1992, Walcott resistiu em classificar seu livro como um poema
épico, “nunca quis encaixá-lo em uma categoria. Não o penso como épico, apesar
de alguns elementos, como o mar e o céu, estarem presentes no livro”. O poeta
completou falando sobre um dos grandes prazeres na escrita da obra, “fiquei
muito próximo desses elementos que compõem o poema, os ventos, o mar e as
pessoas que retrato”.
Accioly, além de ler a
versão em português dos trechos que Walcott escolheu para citar durante o
painel, fez algumas perguntas, “bem complexas, por ser ele também um poeta”,
como reparou o caribenho. Accioly descreveu o autor como “o poeta que é o
próprio mar”, e questionou o porquê dessa presença tão marcante em sua poesia.
“Eu vivo em uma ilha, acordo e vejo o mar todos os dias. Ele tem seu próprio
drama, o clima muda, e as cores dele mudam junto”, respondeu Walcott.
O entrevistado contou que
seu projeto de escrever um poema caribenho em língua inglesa se consolidou
quanto à origem, mas não quanto à construção. “Um poeta não tem tempo de criar
a forma, por isso, copiamos estruturas, essa é uma dívida que tenho com minha
terra.” Ressaltou, ainda, a universalidade da poesia, “existe a brasileira,
como existe a inglesa, mas, de alguma maneira, elas são uma só. Poetas existem
independentemente de país, raça e gênero”.
[Derek Walcott, poeta e
autor de peças teatrais santa-lucence (21/1/1930-). Prêmio Nobel de Literatura
de 1992, sua obra é um retrato da cultura caribenha. Derek Alton Walcott nasceu
na cidade de Castries, na ilha de Santa Lúcia (Índias Ocidentais, América
Central.]
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“O amor nos deixa em um estado de entrega, somos possuídos por ele, e isso é universal. A poesia em seus melhores momentos também faz isso."
ResponderExcluirQue grandiosas e sábias palavras. Gostei de ler essa pérola. Não conhecia o autor.
Grata pela partilha.
bjs no core e dia azul!