A BUSCA DA PALAVRA
- Pedro Luso de Carvalho
Busco a palavra que se perdeu.
Poderá estar em lugar ermo
onde nasce erva daninha,
ou no alto do penhasco
onde dorme o gavião,
ou então na escuridão da noite.
Busco a palavra que se perdeu.
Como se fosse desimportante
tudo o que quero dizer,
tudo que quero escrever,
sumiu a palavra silenciosamente.
Busco a palavra que se perdeu.
Escondeu-se ela de todos,
não apenas de mim,
que conselhos tenho a dar
desde que queiram me ouvir.
Busco a palavra que se perdeu.
Escondeu-se a palavra
por desgosto,
pelo que disseram com ela;
sem nenhum propósito,
nos púlpitos
nos tribunais
nos jornais
nos comícios
e nos parlamentos.
Busco a palavra que se perdeu.
Busco insistentemente
a palavra,
que saiu mundo afora,
mas que esperamos todos
pela sua volta à antiga casa
de dois pisos:
dicionário
e gramática -
onde comodamente morou.
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Olá Pedro hoje já lia algo sobre as palavras e esta sensação de perda delas. Palavras que transportam sentimentos vários, que libertam tensões, que edificam momentos de reais suspiros. A palavra se perdeu de nós, de tanto se ver mal usada e aplicada nas mentiras eternas. Mas que as palavras que fogem, nunca mais nos sejam arrancadas na garganta e possam escorrer pelos dedos.
ResponderExcluirUma semana de levezas ainda que pareça difícil amigo.
Abraços e feliz semana.
Parole, essenze fondamentali del nostro linguaggio, per la comunicazione fra esseri umani...
ResponderExcluirVersi belli, buongiorno Pedro,silvia
Adorei a poesia,Pedro e realmente há palavrtas que se perderam ,outras tão mal empregadas... abração, ótimo março! chica
ResponderExcluirCaro Pedro,
ResponderExcluirTuas boas palavras movimentam outras tantas palavras.
Quantas pessoas dizem palavras e mais palavras, sem demonstrar verdades nelas? Agem como se fossem bonecos de ventríloquo, repetindo coisas sem nexo, esbravejando palavrões, contra tudo e contra todos, mas, sem ter nenhuma razão. É esse tipo de gente, que se perde em suas alocuções silábicas, que falam para o filho não usar drogas, com um cigarro e um copo de Whisky nas mãos.
Algumas pessoas jogam muita conversa fora... Suas palavras se vão ao vento.
Abraços meu bom amigo e que nossas palavras nunca se percam!!!
Cuanto transmiten las palabras hasta cuando se pierden.
ResponderExcluirGenial Pedro.
Feliz día. Abrazo
Pedro,
ResponderExcluirNesses últimos tempos
na verdade perdemos palavras...
Creio ser por falta de
oportunidade e espaço para
torna-las visíveis e
audíveis.
Porém o fato de percebermos
essa perda já é
sinal que elas(palavra) e nós acharemos novamente o caminho.
Bjins de Carnaval
CatiahoAlc.
Diante de tantas narrativas ouvidas nos dias atuais, parecem irremediavelmente perdidas as palavras nas bocas dos homens. Não sabem o que dizem, logo não sabem o que fazem... Resta-nos não perder a esperança, além de não perdê-las, as que se nos oferecem para novos cantos, revelando a nossa lucidez...
ResponderExcluirCuide-se, meu amigo!
Um abraço,
Muito bom. As palavras por vezes são bons balsamos. Outras, nem por isso!
ResponderExcluir-
A janela que me acolhe...
Beijos. Uma excelente semana.
Olá, amigo Pedro,
ResponderExcluirAs palavras...
aquelas palavras que fazem a diferença,
que nos orientam na escuridão do silêncio,
que nos indicam o caminho da paz,
da liberdade, da fraternidade, do amor,
andam escondidas, nas vielas sombrias,
da nossa inquietação.
Excelente poema!
Parabéns!
Continuação de boa semana, com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
As vezes as palavras não se sentem a vontade para expressar o que as imagens transmitem em sentimentos , horrores de tanta estupidez e emboscadas dos interesses escusos ... "Admirável Mundo Novo"
ResponderExcluirUm abraço
En demasiadas ocasiones se nos pierden las palabras y nos cuesta describir nuestros sentimientos.
ResponderExcluirEn este poema parece no perdiste ninguna y te salió perfecto.
Saludos.
A veces los sentimientos son tan fuertes, qu no se encuentran las palabras correctas para poder expresarlos.
ResponderExcluirbesos
Precisamos urgentemente de mais palavras e menos armas.
ResponderExcluirAbraço
Un poema precioso Pedro, y desde luego a ti no se te han perdido diciendo verdades, pero la verdad es que se oyen más palabras falsas que con verdades, sobre todo en los políticos, y en algunos lugares llenas de armas.
ResponderExcluirFelicidades por tan hermosas palabras las tuyas.
Un abrazo Pedro
As palavras não andam perdidas. Talvez se escondam de quem as usa para dizer aquilo que não deve ser dito. Porque as palavras só querem transmitir a esperança. Gostei tanto do seu poema, meu Amigo Pedro.
ResponderExcluirMuita saúde.
Um beijo.
Sí. Y allí vive cómodamente, haciéndote esforzar para encontrarla, para colocarla en el punto preciso de tu oración de poeta.
ResponderExcluirY hace desesperarse porque ha de ser ella, y sólo ella, la que se coloque en su renglón. No valdrá otra similar, aunque a veces, agotados, la cambiemos por otra, la más parecida. Pero sabiendo que nunca suplantará a ella, la deseada.
Saludos.
E comodamente, todas as palavras continuam no seu lugar, no dicionário e na gramática e nenhuma de lá saiu e muito menos se perdeu; todas estão lá, mas muitas esconderam-se de tanta vergonha; desde que o ser humano se apoderou delas o uso tem sido de tal maneira dramático, catastrófico e desumano que as mais importantes, as mais necessárias, aquelas essenciais à saúde mental de todos os seres viventes, fugiram e, por mais que as busquemos, não as encontramos. Gosto de palavras, das ditas e das escritas, mas há que ter muito cuidado com elas, principalmente daquelas que saiem da nossa boca porque essas, Amigo, tanto ferem quanto acarinham e depois que saem, escondem-se de tal maneira que nunca mais teremos oportunidade de as alcançar; cumpriram a ordem que lhes demos e não mais soubemos delas; já as escritas são menos espertas...deixam-se apanhar facilmente, bastando para isso um simples corrector, um apagador ou um risquinho por cima; voltam logo para o dicionário e lá ficam comodamente instaladas. Pedro, perante tantas atrocidades, ficamos sem palavras...não sabemos quais utilizar para classificar semelhantes atitudes vindas de um homem só, de um homem, palavra que nunca deveria perder-se, que deveria estar sempre na nossa boca para ser pronunciada com amor e na nossa mão para ser escrita com suavidade em papel branco , cor da paz, da fraternidade, da humanidade. Todas estas são palavras que se foram perdendo ao longo dos séculos, continuam a perder-se e, creio, Amigo, continuarão a fugir do dicionário, porque o poder, outra palavra que assusta, está sempre pronta a ser usada por aqueles que já esqueceram todas as outras e nem sequer pensam em buscá-las. Mas há uma, Pedro, que teima em ficar, não no dicionário, mas noutro lugar mais caloroso, no coração dos muitos seres humanos que , no mundo inteiro, a prezam e guardam, a ESPERANÇA que esta guerra acabe, que a mentalidade do ser humano mude que o AMOR seja a palavra maior, aquela que tem, obrigatoriamente de sair do dicionário e espalhar-se pelo mundo. E agora, Pedro? Que palavra utilizar para classificar este teu poema? Tenho tantas, querido Amigo que não sei qual será melhor...
ResponderExcluirSei que aqui mostras toda a tua HUMANIDADE e eu deixou- te outras, para mim muito importantes, um ABRAÇO e a minha sincera AMIZADE.
Emilia
Cuánta verdad!!.
ResponderExcluirProfundo, hermoso y reflexivo.
Un gran poema.
Un beso.
Olá, amigo Pedro,
ResponderExcluirPassando por aqui, relendo este lindo poema que muito gostei, e desejar a continuação de ótima, com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Penso que encontrou a palavra... um lindo poema que espelha a necessidade de se voltar a encontrar a essência.
ResponderExcluirAbraço e bom fim de semana
Boa noite de sábado, amigo Pedro!
ResponderExcluirBuscamos a palavra mais linda, mas os insensíveis não a recebem no coração
Hoje em dia, nos faltam palavras, o poeta busca e rebusca, ele sonha e faz acontecer no silêncio dum poema.
Tenha um final de semana abençoado de paz!
Abraços fraternos de paz
Amigo Pedro,que lindo poema!
ResponderExcluirPrecisamos de mais palavras para escrever a esperança e o amor nos corações dos necessitado.
Precisamos de mais palavras para conscientizar a população a dizer não a violência e sim ao amor ao próximo.
Desejo-lhe um feliz fim de semana.
Um abraço amigo.
Agradou-me muito !
ResponderExcluirNo início era o Verbo: tenhamos esperança , portanto, que as palavras voltem ter o sifnificado que devem ter.
Caro Pedro, bom domingo para si e Taís.
Abraços
Uma belíssima inspiração, Pedro!
ResponderExcluirDe facto o mundo atravessa uma fase que nos deixa a todos, sem palavras...
Talvez elas regressem um dia, menos assentes em ocas promessas, e perspectivas goradas e mais acompanhadas e fundamentas em imprescindíveis acções... a ver se algo realmente muda na essência do mundo e da humanidade... pois a humanidade, apesar de ter descoberto o universo das palavras... ainda não conseguiu com elas atingir o dom do entendimento... recorrendo ao básico, tão frequentemente, para se fazer entender: confronto puro e duro!
Beijinhos! Feliz semana, estimando que tudo se encontre bem por aí!
Ana
Infelizmente, perante certas circunstâncias perdemos mesmo as palavras.
ResponderExcluirO Pedro encontrou as suas e colocou-as num belíssimo poema.
Beijinhos
A Palavra mágica que leve à concórdia e compreensão parece ter desaparecido
ResponderExcluirdos corações de quem faz a guerra e lança no desespero tantos seres humanos
indefesos.
Caro Pedro, este seu Poema dá-nos conta da nossa impotência, de não se saber
o que fazer neste mundo de poderosos que lançam mão de recursos bélicos
para infligir sofrimento.
Sabemos muito bem que situações como a que estamos a viver é uma réplica
de outras já vividas. Mas a incapacidade de se aprender com os erros passados
é atroz.
Abraço
Olinda
Uma Palavra que desistiu.
ResponderExcluire no entnato ouvimmos ela gritar - apesarr de muda-
exelente poemaa, disnto POeta Pedro Luso
Olá, Pedro!
ResponderExcluirSeguimos em buscas dessas palavras que nos tiram do "lugar-comum" e nos fazem enxergar além! Tenho fé que essa palavra fujona, quando retornar estará cheia de novos significados.
Grande abraço para ti!
Meu amigo Pedro, hoje lendo a crônica de Taís sobre o péssimo uso das palavras, e relendo sua poesia, penso de como gostaria que as palavras do facínora se tornassem labaredas na boca porca do deputado, que enveredasse pela garganta e queimasse seu órgãos reprodutivos.
ResponderExcluirMas as palavras lhe são sempre atenciosas e ganham o sentido nos seus sentimentos de um mundo que sonha melhor.
Abraço amigo e feliz fim de semana com sonho de paz no leste.
Olá, amigo Pedro,
ResponderExcluirPassando por aqui, relendo este lindo poema que muito apreciei, e desejar um Feliz fim de semana com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com