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24 de dez. de 2011

–MOINHO – Carlos Drummond de Andrade




PEDRO LUSO DE CARVALHO

Carlos Drummond de Andrade Também foi jornalista; desempenhou importantes cargos nos jornais Diário de Minas, Minas Gerais, entre outros. Escreveu crônicas, nos anos de 1954 a 1968, para o Jornal carioca, Correio da Manhã, com o título geral de “Imagens”. Depois passou para o Jornal do Brasil, onde manteve uma coluna no Caderno B.
Drummond também foi funcionário público; exerceu funções no Governo de Minas Gerais e depois no Rio de Janeiro; foi chefe do gabinete do Ministro da Educação, Gustavo Capanema, de quem era amigo. Integrou a equipe do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Aposentou-se após 35 anos de serviço.
O poeta fez sua estreia em livro no ano de 1930, com Alguma poesia, Nessa obra, o poeta reuniu trabalhos que havia começado a produzir a partir de 1925. A crítica literária e o público leitor recebeu o livro (Alguma poesia) com forte reação, quer de elogios quer de contrariedade.
Nesse livro, Alguma poesia aparece alguns modismos, que foram colhidos no modernismo, mas isso não seria obstáculo para a formação do grande poeta, o de fato aconteceu.
Segue o poema Moinho, de Carlos Drummond de Andrade (in Andrade, Carlos Drummond de. As impurezas do branco; posfácio Betina Bischof. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.61):


MOINHO
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


A mó da morte mói
o milho teu dourado
e deixa no farelo
um ai deteriorado.

Mói a mó, mói a morte
em seu moer parado
o que era trigo eterno
e o nem sequer semeado.

Da morte a mó que mói
não mói todo o legado.
Fica, moendo a mó,
o vento do passado.



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Pedro Luso de Carvalho