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28 de jul. de 2019

[Poesia] PEDRO LUSO – A Imagem Refletida





A IMAGEM REFLETIDA
– PEDRO LUSO DE CARVALHO




Vejo-me refletido na vitrine,
a imagem quase diluída
mostra o cansaço
do corpo
que resiste,
já com os sinais de alarme.

Vejo minha imagem estática
refletida na vitrine de luz,
meu corpo magro
e sem alma
(entre manequins)
sem força e sem esperança.

Como explicar meu desespero,
quando estava ali na calçada
diante da vitrine,
naquela noite
triste,
quando se apagaram as luzes?





*   *    *




36 comentários:

  1. Devastador cuadro, amigo Pedro.Tienes grandes facultades para imaginar situaciones de ocurrencia diaria en diversas latitudes.

    Abrazo austral.

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  2. Linda, como sempre. Poesia e tela muito intensas! abraços, ótimo fds! chica

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  3. Pedro,
    quantas vezes somos surpreendidos por nossa imagem refletida numa vitrine ou por um espelho do shopping? Lá está ela, por vezes refletindo nosso estado de espírito, por vezes não muito bom, conturbado, cansado, magoado... E dali começamos a pensar na solução dos problemas, o porquê daquela imagem? E muitas vezes encontramos a solução do problema!
    Tudo o que vai em nossa alma, reflete no rosto, por vezes machucado, outras vezes feliz, irradiando beleza. Não tenho dúvidas que essas imagens refletidas, são um alerta, e muito nos ajudam.
    Belo e verdadeiro poema, deixando nas entrelinhas, um sinal de grande importância.
    Beijinho, meu poeta!

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  4. Un momento di disagio della vita, che riflette un corpo fragile
    Versi molto apprezzati
    Buon fine settimana e un saluto, Pedro,silvia

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  5. Tão tristemente belo.
    Abraço e bom fim-de-semana.

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  6. Muito interessante, seu poema!

    Precisamos, às vezes, parar e refletir nossa imagem. Fazer uma recapitulação de nossa vida. Mexer no que ainda é preciso, amar a pessoa refletida no espelho ou vidro.

    Bom fim de semana ;)

    Proseando num dia

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  7. Gostei muito do poema, apesar de ter um tom um pouco triste. A obra de arte que o acompanha também é bela, mas inquietante.

    Um bom resto de fim de semana!

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  8. Olá, querido amigo Pedro!
    Gosto deste teus versos tristonhos.
    Espero que a imagem reflectida na vitrine não passe de mera imaginação ou sonho do poeta.
    Somos todos eternos caminhantes... muitas vezes sem força nem esperança.
    Bela escolha de Segall.
    Beijo, bom domingo.

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    1. Querida amiga Teresa, o grande Fernando Pessoa esclarece por mim a tua dúvida, no seu famoso poema Autopsicografia:

      "O Poeta é um fingidor.
      Finge tão completamente
      Que chega a fingir que é dor
      A dor que deveras sente."

      Uma boa semana, Teresa.
      Beijo.

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    2. ... e que bem finges tu, poeta amigo!
      Beijo e boa semana.

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  9. Parabéns pelo fabuloso poema:)) Adorei.

    Bjos
    Votos de um óptimo Domingo.

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  10. Somos todos reflexos... pois não somos como realmente somos... mas como nos vemos a nós mesmos... ou como a vida nos moldou para parecermos ser... e garantidamente, também não seremos, como os outros nos vêem a nós!...
    Quem seremos nós, no meio de tantos reflexos... é o que levamos uma vida inteira a descobrir... quando postos à prova, em tantas circunstâncias... sendo que não é nas condições mais facilitadas, que nos descobrimos a nós mesmos... tais circunstâncias... fazem-nos acomodar... sem grandes revelações... até às vezes, nos tornarmos pessoas diferentes, do que fomos... são as situações limite, que nos mostram de que massa somos feitos... se de betão... ou estuque... e entre os limites... há muitas variantes de resistência... ou de quebra...
    Um belíssimo poema... ligado a este mundo de aparências... de vitrines... e moda... cujo bem parecer exterior... esconde muitos dramas interiores... creio que foi muito recente, o falecimento de um modelo de 26 anos, em pleno São Paulo Fashion Week, enquanto desfilava... o permanecer-se magro, para caber em estereótipos... e futuros contratos... tem destes perigos...
    Enfim... o mundo das aparências... em quaisquer contextos... nem sempre cumpre princípios éticos!...
    Beijinho! Feliz domingo!
    Ana

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  11. Oi, Pedro, o nosso eu do outro lado do espelho, as vezes esperançoso, as vezes cansado, fragmentado as vezes pelos momentos de indecisão, rindo ou chorando
    somente uma imagem mutante...o nosso eu somente se revela pelo olhar; este não engana e sem palavras nos traz a resposta, única e individual.
    Um abraço

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  12. Tantas vezes o nosso reflexo é apenas um reflexo dos nossos pensamentos, nem sempre alegres, nem sempre tristes, nem sempre inteiros… Um poema de que gostei imenso.
    Uma boa semana, meu Amigo Pedro.
    Um beijo.

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  13. La imagen que nos muestra el espejo, es el reflejo de nuestro sentir lo mismo físico que mental.
    Muy interesante tu poema que me ha encantado leer.
    Un abrazo.

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  14. Bom dia Pedro.
    Um bom poeta faz que possamos sentir cada palavra de um poema triste. Como e o seu caso amigo,sinto cada palavra. Mas creio ser apenas mas um belissimo poema que me triste e que voce e a doce Tais estejam felizes e refletindo a imagem de um casal saboreado com alegria e gratidao a dadiva da vida com muita alegria. Gosto muito de voces e adimiro o talento da escrita de ambos e carisma. Uma linda semana. Abraco aos dois.

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  15. Boa tarde de Oitava de Páscoa, amigo Pedro!
    Verdade! Quantas vezes não nos vemos como nosso eu real ou vemos o que não quereríamos ver até... bem real, por sinal!
    Bom seria se, a cada olhar no espelho, víssemos nossa própria imagem com Olhos amorizados de Deus que nos ama e nos cuida com Amor de Pai Amigo!
    Nem sempre isso acontece o o poeta canta uma dura realidade de toda alma com altos e baixos.
    Muito bonito de se ler e aprofundar, como sempre despertam suas artes poéticas.
    Tenha dias felizes!
    Abraços fraternos e pascais

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  16. Oi Pedro!
    Creio que a imagem que muitas vezes vemos e que não condiz com nossa real aparência, é o reflexo de nossa alma alí manifestado. Bom quando ainda temos capacidade para percebê-lo e tempo para fazermos algo a respeito.
    Um belo texto amigo, nos levando à reflexão.
    Abrçs

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  17. Un poema muy bueno.
    Me gustan mucho tus versos.
    Escribes muy bien.
    Un beso.

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  18. Acho-o um poema muito triste...
    Uma pessoa sentia a sua imagem alquebrada com a idade, sentia-se estranho refletido na montra, mas imaginava viver entre essas mulheres elegantes e, quando a luz apagou a montra, quiçá desfez um namoro incipiente.
    È esta a minha leitura, Pedro.
    A solidão poetizada com um nível bem elevado.
    Foi uma leitura muito agradável.
    Abraço, Amigo.
    ~~~~

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  19. Mitas vezes, escrevemos inspirados por algo que ouvimos e a poesia, quase sempre traz a emoção que nos produziu.
    Um grande abraço.
    Élys.

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  20. Uma imagem poética poderosa, caro amigo Pedro. Quem somos afinal? Pensamo-nos entre tantos e não nos conhecemos verdadeiramente. Em situações limite, como diz a Ana Freire, descobrimo-nos um pouco e ficamos perplexos. Por vezes quase gostamos da situação que nos pôs à prova.
    Gostei muito destes reflexos.

    Beijo.

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  21. um poema amargo, meu amigo
    como amargos são os dias - e o poeta é mediador do tempo!

    e, no entanto, traz nele "todos os sonhos do Mundo"...

    gostei muito, amigo Pedro Luso

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  22. Há um tempinho que não aparecia por aqui, Pedro, mas essa ausência não significa esquecimento ; os amigos estão sempre presentes no meu pensamento, mas há alturas em que uma certa nostalgia nos invande e a vontade de escrever diminui. Este teu poema é triste, mas reflecte o que se passa com cada um de nós, de vez em quando e nem precisamos de olhar o espelho para sentir esse cansaço, esse desespero, essa falta de esperança; a vida é assim mesmo e nem sempre conseguimos entender esse nosso estado de alma; não gosto de me olhar no espelho quando uma certa inquietude me invade, porque, além das marcas do tempo que todos os dias ele me mostra e que eu aceito, sorrindo para ele, tenho que enfrentar o meu olhar apagado e a sensação não é nada boa; às vezes consigo saber o que aquela imagem refletida significa, mas há outras em que me questiono o motivo de tanta perturbação; penso, reflito e chego à conclusão que a alma humana é complexa e que há questionamentos que nos acompanharão sempre, principalmente quando somos inquietos, ansiosos e pouco dados a futilidades; sou um pouco assim, Pedro e acho que devo mudar; uma futilidade aqui e outra acolá desanuviam o nosso espirito e trazem mais leveza aos nossos dias; passear pelas ruas só com o intuito de ver as montras não nos acrescenta nada de essência, mas alivia a nossa alma, desde que não fiquemos preocupados com a nossa imagem reflectida no vidro. Este finalzinho de Abril tem sido de alguma intranquilidade para mim por causa da minha mãe, apesar de saber que anda bem e que o dia 27, data em que o meu pai faria 91 anos não a abalou muito.; para nós ele continua presente, para nós ele fez 91 anos e para nós será sempre uma data a recordá-lo com mais carinho e saudade, para nós, será sempre um dia mais triste. Pedro, à nostalgia do teu poema juntei a minha...desabafei...fiquei mais leve e, se agora olhar o espelho, a imagem refletida agradar-me-á mais um pouco. Faz bem conversar com os Amigos. Obrigada pelo poema, obrigada por me ouvires e, mais umaevez, desculpa a ausência. Beijinhos e um bom feriado
    Emilia

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  23. Pedro Luso tudo é a reflexão, nós sempre reflectimos o ambiente, primeiro o que fomos criados, depois o que se forma à nossa volta. Devo realçar a ilustração, não só por ser uma excelente pintura, mas também por ser adequada ao excelente poema.
    bom feriado.

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  24. Bom dia caro Pedro,
    Expressou lindo e poeticamente o reflexo dos dias menos agradáveis que permeiam nosss vidas. Um poema enxuto e bem elaborado, só um poea do se pareu quilate para descrever tais reflexos com tanta maestria.

    Feliz maio, que as flores e cores venham adocicar sua inspiração.

    Bjs no core amigo.

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  25. Muitas vezes é-me difícil comentar poesia.
    Digo apenas que me tocou e gostei bastante.

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  26. Muito bom este poema amigo Pedro, gostei.
    Um abraço e continuação de uma boa semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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  27. Boa noite, amigo Pedro,
    li, reli com muito cuidado o seu poema.
    Quantas vezes já nos vimos refletidos em vitrines, em espelhos, e
    apenas o poeta pode dar a vida que quiser a este ser quase sem vida, esquelético, arqueado pelos anos que viveu ou sofreu. Uma imagem que nos leva a desejar não vermos esta criatura triste e alquebrada, a criatura do poeta, que apenas o poeta entende. Excelente! Boa noite!

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  28. No podría expresarse mejor esa sensación de soledad rozando el esoterismo, del ser maduro contemplando su figura en la vitrina nocturna con los últimos reflejos artificiales de luz. Y si encima, la luz se apaga...

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  29. Pedro,
    É sempre uma forma
    de refletir: ver-se,
    perguntar-se.
    Lindos versos.
    Bjins
    CatiahoAlc. do Blog Espelhando
    https://reflexosespelhandoespalhandoamigos.blogspot.com/

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  30. Palavras sentidas, num poema sublime.
    Boa semana
    Beijinhos
    Maria
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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  31. Um espelho é sempre uma fonte de reflexão caro Pedro.
    Seu poema numa inteligente inspiração/construção faz um belo momento, ainda que triste deste olhar-se.
    Obra de mestre amigo com meus aplausos.
    Meu terno abraço e boa semana de paz para vocês.

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  32. Um poema de versos profundos, belo texto!
    Parabéns pelo seu trabalho literário.
    Um abraço.

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muito obrigado pela sua leitura e comentário.
Meu abraço a todos os amigos.

Pedro Luso de Carvalho