O QUADRO DE PORTINARI
– Pedro Luso de Carvalho
Dora sentou numa poltrona da sala de visitas para descansar um pouco. Ali ficou por algum tempo, olhos fechados defendiam-se da forte luminosidade que entrava pela janela, em frente ao mar. Logo, forte vento levantou as cortinas com violência.
Dora ficou preocupada com uma valiosa obra de arte ali exposta e correu para fechar a janela. Depois, passou os olhos pelas paredes da sala e viu que faltava o quadro cobiçado pelos comerciantes de obras de arte.
Assustada, ela levantou-se da poltrona e exclamou:
– Santo Deus, meu valioso Portinari desapareceu!
Ainda nervosa, procurou o quadro em todas as peças do apartamento, sem encontrá-lo.
No dia seguinte, a luminosidade do apartamento deu um pouco de ânimo à Dora, diante da dura realidade.
O famoso Portinari era a certeza de que ela teria uma confortável aposentadoria, pois o quadro certamente valia alguns milhões de reais.
Dois dias depois, ela pediu a um advogado para levar o fato ao conhecimento da polícia. Depois desse dia, o nome de Dora passou a fazer parte dos noticiosos das mídias. Por isso, ficou conhecida por um bom número de pessoas em seu bairro.
Numa dessas noites frias de inverno, Dora foi levar alguns pratos de sopa para moradores de rua, que vivem sob um viaduto, numa rua perto de seu apartamento.
Com ajuda de vizinhos, levou uma grande panela de sopa até o viaduto. Ela alcançou o prato de sopa ao pobre homem, que o pegou com avidez.
Depois de comer, o homem devolveu o prato e agradeceu timidamente. Dora, que o tinha observado enquanto comia, notou que sobre o caixote havia uma estranha bandeja colorida que lhe servia de mesa, e perguntou-lhe:
– Posso levar também aquela bandeja?
O pobre homem alcançou-lhe a bandeja.
Nervosa, por ter recuperado o seu valioso Portinari, chegou em casa exaurida.
No dia seguinte, Dora levou o quadro a uma conceituada Galeria de Artes para vendê-lo. O preço alcançado pelo leiloeiro foi de grande monta.
Depois desse dia, ninguém mais viu Dora no bairro.
Algumas pessoas falam que ela foi vista em ruas de Paris ao lado de um homem alguns anos mais novo que ela, ambos vestidos com muita elegância.
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Aqui está uma senhora ou com muita sorte ou com grande perspicácia para encontrar o quadro. Fez muito bem passear por Paris, bem acompanhada (supostamente). Sortuda!! : )
ResponderExcluirBom dia, meu Amigo Pedro. Desejo que esteja bem. Gostei muito do seu conto e concluí que se a senhora não tivesse sido generosa, alimentando os pobres, nunca tinha recuperado o seu valioso quadro.
ResponderExcluirUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Um conto muito interessante. Adorei.
ResponderExcluirAbraço, saúde e boa semana
Olá, amigo Pedro,
ResponderExcluirUm conto muito interessante, onde a senhora em causa, teve a sorte de reaver o misterioso quadro desaparecido.
Gostei muito.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Que lindo,Pedro! Foi bem esperta a D.Dora!
ResponderExcluirE que bom, final feliz! abração, linda semana! chica
Um magnífico conto.
ResponderExcluirGostei muito.
Boa semana, caro amigo Pedro.
Um abraço.
Es un cuento excelente. Quizás debería de haber compartido un poquito más para agradecer su suerte.
ResponderExcluirTe felicito por tan buena historia.
Feliz semana.
Un beso.
.
Bah, esse conto está "tri de criativo" como dizem os gaúchos.
ResponderExcluirUm "Portinari" autêntico, na bandeja - rsssss , quem diria!
Creio que se fosse comigo não teria o equilíbrio da Dora! Isso sim é mulher equilibrada!
Mas coitado do mendigo, como saberia que estava almoçando sob o mais conhecido artista plástico do Brasil?
Ainda bem que Dora se mandou para Paris, foi azarada, mas não foi burra! Sumiu!!
Aplausos daqui do lado!
Um luxo de conto que eu gostaria de ter escrito!
Beijinho, te aplaudo sempre.
Si que ha rejuvenecido, con poseer una cuantiosa fortuna. En ella no se cumple el dicho de que "El dinero no da la felicidad"
ResponderExcluirQue tengas una buena semana.
O dinheiro não dá felicidade.
ResponderExcluirMas é muito mais interessante ser infeliz em Paris, Nova Iorque... :)))
Um abraço
Olá, amigo Pedro!
ResponderExcluirIndependente de tudo, o valor deixado aqui foi de fazer o bem como norma de encontrar a paz.
Claro está que, para cada um, a paz está num determinado "bem"...
Muito criativo e oportuna mensagem.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos
Bom dia Pedro,
ResponderExcluirMagnífico conto, do qual podemos extrair várias reflexões!
Gostei muito.
Parabéns pela bela escrita.
Beijinhos,
Ailime
É como dizem: DEUS fecha a porta, mas deixa sempre uma janela aberta. Belo e bem oportuno conto Pedro. Parabéns!
ResponderExcluirAbraços e uma ótima semana para ti e para os teus.
Furtado
Sensacional , Pedro! Fez ela muito bem. Ter uma obra de arte dessa monta e arriscar-se a perdê-la, nunca mais rss. Melhor realizar outros sonhos. Abraço.
ResponderExcluirOlá Pedro, um conto com bons contornos, e com um final feliz!
ResponderExcluirgostei :)
Boa noite, Pedro!
ResponderExcluirUma leitura incrível do início ao fim; mesmo quando as circunstâncias não pareciam dar final feliz. Conto elevado e altruísta.
Abraço,
Renata
Una historia muy extraña desde la desaparición a su no menos extraña aparición usado como mesa por un mendigo.
ResponderExcluirSaludos.
Un relato increíble con un mensaje de fondo que todos
ResponderExcluirDebemos practicar, hacer bien al que lo necesita nos
Reporta paz y alegría, en este caso también encontró. Algo
Más que la valiosa pintura
Me ha gustado
Un abrazo
Buena historia , ella recupero su cuadro pero el pobre mendigo se quedo sin nada. Te mando un beso.
ResponderExcluirGostei deste interessante conto amigo Pedro.
ResponderExcluirUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Passei para ver as novidades.
ResponderExcluirBom fim de semana.
Um abraço.
Olá, amigo Pedro,
ResponderExcluirPassando por aqui, para desejar um feliz fim de semana com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Pedro,
ResponderExcluirPenso e repito sem receio
que a leitura e escrita nos
são reveladoras e a percepção
para a arte nos aponta caminhos.
Certamente ao ver da minha mente
fértil a personagem entendeu a
mensagem e resolveu ser
feliz aproveitando a boa
oportunidade apresentada.
O ser humano precisa aproveitar
mais as boas oportunidades
que a vida apresenta.
Adorei ler e me sinto inspirada.
Bjins
de bom fim de semana.
CatiahoAlc.
Um Conto. Apenas um Conto que descreve o acontecimento credível do desaparecimento e retorno de um Quadro valioso.
ResponderExcluirMas, que se terá passado com o desaparecimento da Dora feliz?...
São assim os Contos felizes da Humanidade.
Gostei.
Parabéns.
Abraço
SOL da Esteva
ainda há mulheres de sorte.
ResponderExcluiradorei a "estória" divinamente contada
grande abraço, Poeta,
Después de unos días de inactividad pasando a saludar a los amigos.
ResponderExcluirUn bello relato amigo Pedro. Me pregunto si realmente tenía Dora el cuadro o ya lo había visto anteriormente al pobre mendigo y ese día fue a por él.
Un gran abrazo y buena semana estimado Pedro.
Muy lista fue la tal Dora. Claro que muchos hubiésemos hecho los mismo.
ResponderExcluirUn abrazo amigo Pedro
Um excelente conto, ela praticava o bem a generosidade, por isso de Deus veio a recompensa, ela encontrou o seu quadro.
ResponderExcluirTenha boa semana, amigo Pedro!
Um abraço
Enfim, um feliz final para um conto muito bem escrito.
ResponderExcluirAbraço , meu amigo, boa semana :)
Simplesmente fabuloso este conto que nos oferece e que nos diz tanto sobre a condição humana.
ResponderExcluirDesejo-lhe uma boa semana!
Muito boa tarde!
Boa tarde Pedro
ResponderExcluirUm conto que li deveras interessada, mas o que mais me satisfez foi o final.
Gosto destes contos em que o final fica sempre em suspenso, e que o leitor pode fazer o seu próprio raciocinio.
Adorei!
Desejo que tenha uma óptima semana com saúde o resto vem por acréscimo.
Um beijo
:)
Aquí de nuevo poeta, volviendo a disfrutar tu relato
ResponderExcluirte dejp un abrazo
Oi Pedro, assim seja a Vida onde tudo se encaixa....e assim possamos ter mais fé no destino dos bons. Gostei muito do bem que me fez.!
ResponderExcluirUm abraço
O que ficou por dizer. caro amigo Pedro?
ResponderExcluirSei que os seus contos nunca são fáceis
de interpretar, que no fim há sempre uma
surpresa. Mas por esta não esperava eu. :)
Muito obrigada por mais este Conto, em
que faz brilhar a sua bela escrita.
Um dom.
Abraço
Olinda
Pedro,
ResponderExcluirVim nessa sábado
deixar meu abraço
de uma feliz fim de semana
e de uma primavera suave.
Bjins
CatiahoAlc.
Magnífico teu conto, Pedro. Refleti nas "coincidências" da vida, ou "acaso" , que particularmente , não acredito, para que Dora recuperasse sua obra de arte. Refleti também, no trecho da oração de São Francisco de Assis do " é dando que se recebe" . É apenas um conto que a sua brilhante imaginação e criatividade compôs e compartilhou , mas retratou bem e divinamente que tudo o que nos pertence , seja bom ou ruim, o Universo se encarregará de nos trazer
ResponderExcluirAplausos, amigo.
Abraço fraterno .
Dora passeando com um homem mais novo... em contexto luxuoso... em Paris... então nem o Portinari lhe possibilitará uma confortável aposentadoria... por muito tempo, pelo menos...
ResponderExcluirHá pessoas que evitam escorregar na primeira casca de banana... apenas porque não o conseguem evitar fazer, numa segunda vez...
Adorei o conto, que nos conduziu a um surpreendente... mas provisório, no meu modo de ver, happy end!... Imagino que o novo toy-boy de Dora, se encarregará certamente de lhe fazer derreter as poupanças... after all, there's a jungle out there!...
Acho que Dora, deveria ter procurado um contexto... um pouco mais modesto e recatado... que combinaria melhor, com a merecida conquista da felicidade para o resto da vida, abençoada pelos deuses do Olimpo... assim... na minha óptica, creio que foi em busca de lenha... para se queimar... num cenário repleto de distractivos brilhos e luxos...
Beijinhos
Ana