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7 de fev. de 2025

COFRES E LADRÕES - Pedro Luso de Carvalho

 

The Skat Players, 1920. Otto Dix.




                                      COFRES  E  LADRÕES

                  - Pedro Luso de Carvalho




Feche bem essa porta, meu filho,

há muitos ladrões lá fora.

Feche bem essa porta, meu filho,

se entrarem nada sobrará

do que temos.

(Ratos vêm roer nossos pés.)



Sabe onde se escondem os ladrões

dos nossos cofres, meu filho?

Escondem-se em palácios forrados,

tapetes dourados tecidos em ouro

e prata, embriagados pelo poder.



Mas logo tudo passará, meu filho,

essas bocas ilustres dos ladrões

de fala fácil, enganosa fala,

não mais terão o que dizer.



Ouve o vento bater na janela,

meu filho, ouve o suave vento

de harpa tangida, nosso alento,

único discurso para ouvirmos.





______________________//____________________           
 






40 comentários:

  1. Caro amigo Pedro,
    Achei realmente sensacional a forma como você expôs suas palavras. Vivemos dias de tanta insegurança social, que temos de escrever para dar sentido à normalidade neste Mundo bélico e distópico em que sobrevivemos.
    Até outro dia todos nós sofríamos de uma pandemia global e o SER (dito humano), continua travando guerras, destruindo a natureza e tantas outras misérias que se eu fosse listá-las não teriam fim. Ou seja, quase nada aprendemos com nossos erros, embora muitos os repitam isso com frequência.
    Um abraço e bom final de semana!!!

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  2. Olá, amigo Pedro.
    Um excelente, assertivo e oportuno poema. Onde, com ironia, fala de uma realidade bem presente em nós.
    Parabéns, estimado amigo!
    Deixo os votos de um bom fim de semana, com muita saúde e paz.
    Grande abraço!

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  3. Una lirica intensa, e molto originale, che ho apprezzato nella sua densa lettura.
    Buon fine settimana Pedro

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  4. De siempre, los hombres de letras han recurrido a la poesía o la escritura para criticar o poner de manifiesto las injusticias que se vivían y padecían en la sociedad de su tiempo.
    De siempre ha corrido el oro para el tesoro, la gente más rica suele ser la más insatisfecha.
    Hace semanas que he regresado después de meses sin visitar blogs, recuerdo haberte visitado en un poema que no olvido, en él añorabas las manos de tu padre y su protección.
    Felicitaciones.
    Cariños y buen fin de semana.
    Kasioles

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  5. Nada hay para robar, a los que carece de todo.
    Feliz fin de semana.

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  6. Boa tardinha de paz, amigo Pedro!
    Uma crítica social bem formulada ainda que poetada.
    A Arte ameniza os discursos mentirosos que temos ouvido.
    Fechemos as portas aos ladrões da nossa vida em todos aspectos...
    Escutemos o vento, a brisa leve, o marulhar das ondas, os pássaros... etc...
    Tenha dias abençoados!
    Abraços fraternos

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  7. Que bom se só as harpas pudessem ser ouvidas, sem barulhos e cheiros dos ratos nos cofres.... Linda poesia! abraços, chica

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  8. Original y totalmente al dia, ,,,,la vida misma '1que bien has poetizado esta denuncia poeta!
    Un abrazo

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  9. E seguimos jogando as cartas para ver quais ratos subsistirão ...
    Quem diria que estaríamos vivenciando o trauma de guerras em níveis avassaladores mundo afora Seu poema é a constatação e o alerta aos nossos filhos da realidade que nos ronda , implacável.
    Um abraço, Pedro e parabéns pelo inteligente poema.

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  10. Olá, caro Pedro
    É o mundo que temos, infelizmente.
    Nem fechando a porta nos salvamos.
    Os ladrões arranjam sempre maneira de
    nos assaltar.
    Bom fim-de-semana, meu amigo.
    Abraço
    Olinda

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  11. Uma magnífica intervenção Poética. Infelizmente, nunca estamos livres dos ladrões "certificados".
    Parabéns, Amigo.


    Abraço,
    SOL da Esteva

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  12. Estes nunca se calarão em seus discursos, e não as portas que não abram. Prefiro, realmente, ouvir a voz do vento, se houvesse escolha. Bom final semana

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  13. Es un poema inmenso y muy certero.
    Muy bien expresado.
    Un beso.
    Feliz fin de semana.

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  14. Boa tarde Pedro,
    Um poema magnífico!
    Assim é a realidade e como aprecio ouvir a voz do vento;)) em suaves sinfonias.
    Essas vozes são de enlouquecer!
    Beijinhos e feliz fim de semana.
    Emília

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  15. Profundo e sentido poema, que de forma brilhante nos lembra, como somos roubados por todos, incluindo aqueles, que com falsas palavras, se sentaram em lugares, onde depois é fácil roubar cada um de nós.
    Adoro ouvir o som do vento.
    Um grande abraço meu amigo

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  16. Esse pessoal do colarinho branco não é fácil.
    Boa semana, Pedro.

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  17. Que cierto que los ladrones mas peligrosos son aquellos a los que denomina de guante blanco.

    Saludos.

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  18. This poem, SafeBoxes and Thieves, by Pedro Luso de Carvalho, carries such a profound sense of caution and reflection on the power structures and corruption. The contrast between the "lined palaces" and the humble, almost desperate imagery of the rats gnawing at their feet really highlights the hypocrisy and fleeting nature of wealth and power. The closing lines, with their focus on the simplicity of breath and music, offer a subtle reminder of the things that truly matter. It’s a deeply thought-provoking piece!

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  19. Poema extraordinário, pela construção e pela reflexão tão certeira!
    Esses são os piores dos ladrões...
    Um beijo

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  20. Boa noite, amigo Pedro
    Passando por aqui, relendo este excelente e oportuno poema que muito gostei, e para desejar uma boa semana, com tudo de bom.
    Abraço amigo

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  21. Venturas
    trahunes y
    truhanas
    a la par dan
    o se esplayan
    venturas
    desventuras
    o miles
    de amarguras
    que tús versos
    Pedro haces
    coloquial voces
    y guia menores
    inccluido hijos
    abrirles
    a las picias
    mundanales
    y sepan
    como capearlas
    solo aires
    del viento natural
    chopos alamos
    cubiertos
    sabiduria natural...

    ha sido un placer leerte Pedro tan bello poema y escelente ilustración
    muy bien acoplada , feliz semana .jr.

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  22. Os ladrões actuais roubam os bens mais preciosos, os dados pessoais das suas vítimas.
    Abraço, boa semana

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  23. Mesmo com as portas bem trancadas, estamos sempre a ser assaltados, ora pelo poder, ora por quem gosta de roubar, ora uns pelos outros. Uma boa reflexão, meu Amigo Pedro.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  24. Um poema reflexivo e verdadeiro, Pedro
    Te desejo uma excelente semana.
    Um abraço
    Verena

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  25. Querido amigo, precioso poema.
    Los ladrones cada ves son más, se multiplican como ratas y la justicia sigue ciega o con las manos atadas.
    La corrupción avanza, pero tengo esperanza que alguien algún día la detenga.
    Abrazos y te dejo un besito, que tengas un gran día

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  26. Bom dia, caro Pedro
    Vê-se e ouve-se por aí tanta coisa sobre a actividade
    de ladrões e quejandos que uma pessoa fica no maior
    espanto. A roubalheira é não só nos palácios mas nos
    sítios mais recônditos que já não se sabe onde esconder
    os parcos ganhos...
    Meu amigo, o poema é contundente e crítico e, ao mesmo
    tempo belo. Quanto à imagem, não podia ser melhor.
    Abraço
    Olinda

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  27. Olá Pedro!

    Adorei, adorei, adorei!

    Não podia ter sido mais realista. Infelizmente é exatamente assim que acontece.

    Um abraço para si 🤗

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  28. Los ladrones siempre al acecho. Nos roban los sueños y la dignidad.
    Un hermoso poema, Pedro.
    Saludos.

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  29. Bom dia, Pedro Luso.
    Com seu exuberante talento poético, você consegue
    apresentar ao mesmo tempo, crítica social e aconselhamento,
    cuja unicidade faz com que esse seu poema ganhe perfis de
    encantamento.
    O contexto traz reflexão sobre o fato de que os piores ladrões
    são os que já tendo muitos bens materiais, arriscam a própria
    vida para terem mais. Entretanto, como você bem diz, tudo na
    vida é transitório e não há juiz mais severo do que a própria
    consciência.
    Levanto=me para aplaudir a sua belíssima poética e tão
    profunda reflexão, desejando-lhe abençoados dias e que você
    continue a encantar sua legião de privilegiados leitores com
    inspirações iluminadas como essa.
    Cordial e fraterno abraço.

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  30. Boa noite, amigo Pedro
    Passando por aqui, para desejar um feliz de semana, com tudo de bom.
    Abraço amigo

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  31. Há ladrões que roubam quanto há
    E ladrões que roubam o que veem.
    Há ladrões que não sabem o que teem,
    Mas a Vida acordá-los-á.

    Abraço,
    SOL da Esteva

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  32. Pintura interessante. Eu gosto do cubismo. Lindo poema <3
    Saudações e convido você a ver minha nova pintura :)

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  33. Pedro:
    hay que estar siempre alerta.
    Bonit poema!
    Abraços e feliz semana para vocês!

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  34. Boa noite, amigo Pedro.
    Passando por aqui, para desejar uma feliz semana, com tudo de bom.
    Abraço amigo.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  35. Muito interessante!
    Aproveito para desejar uma boa semana!

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    Bjxxx,
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  36. Querido amigo, paso a dejarte un saludo y desearte días de felicidad.
    Abrazos y te dejo un besito

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  37. Forte este poema.
    Uma realidade nua e crua.
    Podem roubar tudo, menos os nossos sonhos,
    Que as harpas não parem.
    Gostei muito.
    Abraço e brisas doces ***

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muito obrigado pela sua leitura e comentário.
Meu abraço a todos os amigos.

Pedro Luso de Carvalho