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| As três Marias |
FEMINICÍDIO
– Pedro Luso de Carvalho
Ponha-se de pé o réu,
a ordem é obedecida,
o juiz lê a sentença,
resto da vida no cárcere.
Vozes na Sala do Júri,
aflição e dor na sala,
logo agônico silêncio,
som das algemas na sala.
O juiz sai cabisbaixo,
aceno cortês aos guardas,
respira fundo o juiz,
pensa nas dores do mundo.
Morta pelo companheiro,
ela foi dor e saudade,
hoje uma estrela no céu,
ao lado das Três Marias.
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Linda poesia, emocionante pela profundidade! E pena, cada vez mais estrelas brilham, pois só aumentam os feminicídios!
ResponderExcluirabraços, tudo de bom,chica
Qué profundo, realista y conmovedor!!.
ResponderExcluirUn gran poema.
Un beso.
Feliz semana.
Tocante, atual.
ResponderExcluirBoa tarde Pedro
ResponderExcluirEste poema, transmite uma força impressionante ao narrar, em versos curtos e directos, o desdobramento de um julgamento que simboliza uma tragédia irreparável.
A estrutura reforça a tensão crescente: a primeira estrofe descreve o julgamento, seca e objectiva, como um rito jurídico impessoal. A segunda mergulha na reacção humana – vozes, dor, silêncio –, contrastando o impacto emocional com a frieza da lei. O juiz, na terceira estrofe, torna-se um símbolo do peso da justiça, mas também da impotência diante da brutalidade do crime.
A última estrofe, de um lirismo doloroso, desloca-se da esfera terrestre para uma dimensão cósmica. A vítima, antes reduzida a "dor e saudade", torna-se uma estrela, sugerindo uma tentativa de transcendência. No entanto, a imagem final, ao lado das Três Marias, pode evocar tanto uma homenagem quanto um lamento – quantas mais precisarão se tornar estrelas?
O poema é forte porque não dramatiza em excesso nem se entrega ao sentimentalismo. Ele expõe, com precisão e ritmo contido, o ciclo da violência e a tentativa da justiça de lidar com o irreparável. O impacto reside tanto no que é dito quanto no que fica nas entrelinhas.
Um texto curto, mas que ecoa profundamente. Achei muito bem construído.
Continuação de boa semana com saúde e poesia.
Um abraço Amigo Poeta!
:)
Boa tarde de paz, amigo Pedro!
ResponderExcluirTambém tenho postado sobre o feminicídio, pois meu Estado tem sido considerado a capital de tal barbaridade no Brasil.
Hoje em dia, não se perdoa nada, se mata sem diálogo algum.
Tenha uma Quaresma abençoada!
Abraços fraternos
Boa tarde, amigo Pedro,
ResponderExcluirPoema realista. Que narra pura e duramente, o quão duro é um julgamento deste calibre.
Gostei bastante.
Abraço amigo, e boa semana.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Un poema en que nos narras a la perfección una lacra mundial y que no es otra cosa que la violencia contra las mujeres. Esta violencia que algunos niegan pero que cada día aumentan las compañeras con las "Tres Marías".
ResponderExcluirSaludos.
Olá amigo Pedro
ResponderExcluirEste poema é um retrato cru e impactante da justiça, onde a frieza do sistema contrasta com a dor humana, culminando em uma imagem poética da vítima como uma estrela no céu. A narrativa concisa e a linguagem direta criam uma atmosfera de tensão e melancolia, convidando à reflexão sobre a violência e suas consequências.
Um abraço
Profundo poema de una realidad cada vez más dura. Te mando un beso.
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