Armindo Trevisan |
- PEDRO LUSO DE CARVALHO
ARMINDO TREVISAN nasceu em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 1933, e passou a viver, há muitos anos, em Porto Alegre, capital do Estado. Professor universitário, poeta, ensaísta, tradutor e conferencista. Doutorou-se em Filosofia pela Universidade de Fribourg, Suíça, com curso de aperfeiçoamento em Paris. Lecionou História da Arte e Estética na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Por duas vezes, na década de setenta, foi bolsista da Fundação Calouste Gulbekian, em Lisboa. Dedica-se à crítica de arte, publicando ensaios em livros e colaborações em periódicos e suplementos culturais do país e do exterior. Em 1996, publicou Versi puri e impuri (Antonio Pellicani Editore), antologia bilíngue, português-italiano, com tradução de Brunello de Cusatis. Em 1997, recebeu o prêmio Aplub de Literatura por A dança do fogo.
Armindo Trevisan recebeu o Prêmio de Poesia “Gonçalves Dias”, da União Brasileira de Escritores (1964), por “A Surpresa de Ser”. A Comissão Julgadora, que decidiu pela sua premiação, era composta por Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira e Cassiano Ricardo. Esses três poetas, que estão, sem dúvida, entre os que melhor representam a poesia brasileira, formavam esse juri, que, no dizer de Moysés Velhinho, era “o juri mais rigoroso e credenciado já organizado no Brasil”. Armindo Trevisan não ficaria apenas com esse prêmio; em novembro de 1972, concorrendo com mais de 150 obras, ganhou o Prêmio Nacional de Brasília, para poesia inédita, com “O Abajur de Píndaro”.
Trevisan escreveu cerca de 40 livros, sendo 9 livros de poesia, dos quais menciono apenas estes:
Funilaria no ar, Editora Movimento – Mec, Porto Alegre, 1973
Em pele e osso, Editora Movimento, Porto Alegre 1977
Os olhos da noite, Editora Uniprom – Porto Alegre 1997
Orações para o novo milênio, Editora Unipron, Porto Alegre 2000
A dança do fogo, Editora Artes e Ofício – Porto Alegre 2001
A serpente na grama, Editora Mercado Aberto – Porto Alegre 2001
O sonho nas mãos, Editora AGE, Porto Alegre 2004.
Os dados acima, sobre Armindo Trevisan, colhi-os no seu livro “Em Pele e Osso”, publicado pela Editora Movimento em convênio com o Instituto Nacional do Livro – Ministério da Educação e Cultura, em 1977.
Os que ainda não conhecem a poesia de Armindo Trevisan, vamos dar, adiante, uma mostra do seu talento com “Comunhão”, um dos poemas que compõem o seu livro “A dança do fogo”, editado pela Artes e Ofícios, Porto Alegre, 2001, p. 102.
COMUNHÃO
- Armindo Trevisan
À noite, quando os ventos se extrovertem,
o faroleiro enrola-se em si mesmo,
e à luz, que ele vigia, arranca um verso
para curtir a solidão, a esmo,
entre duas faces, que o contemplam rígida:
o céu, com suas estrelas tiritantes,
e o mar que brame contra as penedias
Não tens, acaso, a solidão uivante
do faroleiro? Tens, também, o lume,
que ele vigia. E sabes que, dormindo,
teus olhos vão subindo, vão subindo,
para caírem, tontos de doçura,
numa outra luz, que o sol tece na boca
da aurora que, excitada, fica rouca.
___________________//_____________________
Oi Pedro, que maravilhoso poema! a íntima conexão de um ser humano com as belas formas da natureza em uma integração transcendental.
ResponderExcluirObrigada por nos fazer conhecer.
Um abraço
Ti ringrazio per questo interessante articolo. Mi hai fatto conoscere un valido autore.
ResponderExcluirBuon fine settimana e un saluto, Pedro,silvia
Muito bom e bem trazido nosso gaúcho por aqui.Bela escolha Pedro! Ótimo fds,abração, chica
ResponderExcluirNão conhecia o poeta.
ResponderExcluirE gostei muito do poema, que é magnífico.
Obrigado pela partilha.
Bom fim de semana, caro Pedro.
Abraço.
Olá, amigo Pedro!
ResponderExcluirUma solidão a esmo é um pouco do que temos experimentado em 8 meses de Pandemia.
Um poema que mostra um estado de alma, que, na solidão uivante do faroleiro, exprime doçura de 💙.
Não o conhecia, Pedro.
Tenha um ótimo final de semana abençoado!
Abraços fraternos de paz e bem
Un bravissimo autore ha vinto anche un premio importante, delicata ed armoniosa la poesia nell'incedere dei versi che, esprimono la solitudine del Guardiano del faro che ho molto apprezzato. Un caro saluto amico Pedro. Buona domenica da Grazia.
ResponderExcluirUn poema muy bueno. No lo conocía y ha sido un placer este acercamiento a sus letras.
ResponderExcluirTe deseo un feliz fin de semana.
Un beso.
Buen resumen de su vida y un hermoso poema, para completar esta buena entrada tan sumamente cultural.
ResponderExcluirBesos
Pedro, es magnífico conocer a través de ti tanto magníficos poetas y sus obras.
ResponderExcluirEstoy muy agradecida por ello.
Haces una gran labor.
Gracias.
Que poema mais belo!!!Pedro, quando leio algo que me encanta, verdadeiramente, fico pensando em como é rica e significativa a linguagem de alguns escritores. Digno de meus aplausos!!!! Amei sua postagem. Lindo domingo de eleição para você e Tais! Abraço.
ResponderExcluirGostei bastante da publicação!:)
ResponderExcluir*
Antiguidade, segredos guardados...vida
-
Beijo e um fim de semana!
Desta vez, Pedro, não vou começar com aquela " treta " sobre a minha ausência, pois já estás cansado das minhas desculpas de tanto que as ouves. Cheguei agora e...pronto...cá estou, como sempre com muito gosto, a conhecer mais um ilustre Senhor da tua terra e que eu não conhecia. Depois de tão boas informações sobre este Escritor, Armindo Trevisan, já posso pesquisar mais sobre ele e conhecer outras obras. Este poema, muito bonito, trata um tema muito comum entre os poetas, a solidão, mas um pouco diferente, pois aqui é especificamente a ligação estreita de um faroleiro com os seus companheiros de solidão, o céu com as suas estrelas " tiritantes " e o mar, com a sua raiva, chocando contra os penedos; com certeza que nem sempre serão assim, o céu e o mar; haverá alturas em que as estrelas darão lugar a nuvens negras prontas a dercarregar a sua ira sobre o mar e este, calmo, receberá essas águas misturando-as com sa suas, numa comunhão que só a natureza é capaz de criar. E não será assim também a nossa solidão? O mar, pode ser que não o tenhamos por companhia, mas o céu, sim, ele está sempre presente e disposto a minimizar a tristeza de um coração solitario, mas, por vezes nem ele consegue colorir de azul um coração enegrecido pela falta de companhia e de afectos. Seria bom que, como o faroleiro, conseguissemos tirar um simples versinho, de uma estrela, de uma nuvem pesada ou de uma lua, nem sempre cheia, mas...infelizmente, falta-nos esse dom e, quando o temos, falta-nos o ânimo para o passar para o papel. Não tenho esse dom, mas posso sempre ler os versos de outros poetas e, assim aproveitar os beneficios da poesia em nossas vidas. Hoje, Pedro, temos mais um dia de confinamento até amanhã, ás 5 Estamos com um tempo frio e chuvoso e isso ajuda a que saiba melhor a obrigatoriedade de permanecer em casa. Tem de ser, Amigo! As coisa estão feias aqui no nosso país e portanto há que colaborar. Espero que continuem todos bem e que a ida às urnas tenha sido calma, sem incidentes. Com certeza que assim foi. Um beijinho, querido Amigo e SAÚDE para todos. Obrigada pelas informações que connosco partilhaste
ResponderExcluirEmilia
Lindo poema, Pedro, obrigada pelo compartilhamento!
ResponderExcluirBom domingo, abraço!
Armindo Trevisan. Que poema lindo, o deste poeta, com um curriculum tão excelente, que eu até me envergonho de dizer que nunca tinha ouvido falar. Obrigada, meu Amigo Pedro, por mo dar a conhecer.
ResponderExcluirProteja-se bem.
Uma boa semana.
Um beijo.
Boa noite, caro Pedro. Conheço até pessoalmente o Dalton Trevisan de Curitiba, mas Armando Trevisan, não. Até vergonhoso, mas não o conhecia, por isso é bom ler estas biografias pesquisadas e compartilhadas por você. A biografia dele é imensa e rica, a amostra de um dos seus poemas é fantástico. Obrigada por nos dar um presente literário tão significativo. Abraço!
ResponderExcluirUm belo poema e gostei de conhecer este poeta do Rio Grande do Sul.
ResponderExcluirUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Pedrão, não conhecia a fera! Surpresa maravilhosa conhecer figura tão alta da literatura brasileira! Obrigado pela partilha! O poema é lindo e fez-me lembrar de outro poema sobre farol marítimo, que diz que para o faroleiro tudo é imenso - o mar, a solidão... e que só ele (o faroleiro) é pequeno. Em romance que editei AS ARMAS E ALMA DO POETA, o protagonista é um faroleiro. Parabéns por tão bela postagem. Abraço! Laerte.
ResponderExcluirGracias por darnos a conocer a este maravilloso poeta, bien merecido tiene todos los premios que ha recibido tanto en literatura como en poesía.
ResponderExcluirEl poema que has escogido de su libro LA DANZA DE FUEGO, es precioso.
Te deseo una buena semana.
Cariños.
kasioles
Graças pelo aumento dos meus conhecimentos
ResponderExcluirAbraço com voto de bom resto de semana
Um autor que desconhecia... e um poema notável, que me fará procurar saber mais sobre a sua obra!
ResponderExcluirMagnifica partilha, Pedro!
Beijinhos! Continuação de uma excelente semana! Já andava arredada deste cantinho há algum tempo... mas nestas últimas semanas, a coisa tem-se complicado em termos de pandemia, aqui por estes lados... e os cuidados têm de ser redobrados e triplicados, aqui em casa... para evitar que mãe, me saia voando, para as suas lições de harpa...
Ana
entre o Céu e o Mar, o poeta derrama-se em poesia da mais pura e genuína
ResponderExcluirem busca de "outra luz" que "o sol tece na boca da aurora"
poema muito belo e um excelente poeta
gratidão ao poeta Pedro Luso
grande abraço, meu distinto amigo
Olá meu amigo Pedro, vou começar pelo poema, que nos dois primeiros versos, nos leva aos céus dos poetas. É de uma lindeza maravilhosa cada verso, cada mergulho no olhar aos mínimos movimentos com seus sons, como só o mar pode nos envolver. Muito lindo poema e a biografia é show de um grande escritor, que você generosamente nos apresenta, vindo dos pampas.
ResponderExcluirMuito boa postagem Pedro ter sua leituras para nos ensinar o que é realmente poesia.
Grato amigo.
Meu terno abraço e feliz fim de semana na família.
Gostei de reler o poema, que é magnífico.
ResponderExcluirBom fim de semana, caro Pedro.
Abraço.
Estimado Pedro.
ResponderExcluirGrata pelos bons momentos de leitura do seu excelente 'post' de divulgação cultural.
Retribuindo cumprimentos...
Dias bons. Abraço amigo.
~~~~~~
Caro Pedro
ResponderExcluirMeritório este seu trabalho de pesquisa. E por aqui vejo o meu desconhecimento da Literatura Brasileira.
Muito apreciei a biografia de Armindo Trevisan, homem culto, premiado e viajado. Gostei de saber que andou por cá, em Lisboa, com Bolsa da Gulbenkian.
E a sua obra, com títulos apelativos, convida à descoberta.
O Poema que traz, "Comunhão", mostra bem a solidão na figura de um faroleiro,
e convida o leitor a fazer parte dela e a assumi-la: "Tens, também, o lume,
que ele vigia".
Obrigada, meu amigo.
Abraço
Olinda
Um belíssimo poema de um poeta que não conhecia. Meu sogro tinha um irmão faroleiro e queria que o filho também o fosse, porém o meu marido não lhe fez a vontade.
ResponderExcluirAbraço e saúde