OS
CUPINS
--
PEDRO LUSO DE CARVALHO
Neste
verão os cupins vivem aqui,
na
querida Porto Alegre,
cidade
de todos
que
aqui moram,
minha
cidade por adoção
e
de outros filhos adotivos,
como
o ilustre poeta
Mário
Quintana,
que
aqui chegou bem antes.
Meu
canto é sobre cupins,
do
tema não fugirei,
já
que são assuntos
em
conversas tantas
de
mulheres aflitas
e
de homens zonzos,
com
tantas
falas e zumbidos.
Há
tantos cupins na casa,
voando
na tarde,
na
noite adentro,
por
aqui
por
ali
com
ares de trapezistas
dos
melhores circos,
depois
perdem as asas
qual
flores despetaladas.
Sem
asas furam madeiras
deixando
no chão
sobras
dos seus jantares
e
suas asinhas incolores.
Pensei
em vender a casa,
mas
Taís, mulher de fibra,
não
concordou,
daqui
não quer sair.
A
impressão que ficou
é
que Taís amor pegou
aos
bichinhos voadores,
destruidores
de móveis,
portas
e janelas
bem
longe de nossas vistas,
num
trabalho silencioso,
devastador
trabalho.
Como
recordação,
ficam
as madeiras
corroídas
e
as asinhas
descoloridas
em
todas as peças da casa.
* * *
Boa noite Pedro.
ResponderExcluirImagino mesmo a mulher guerreira a querida Taís iria se render aos cupins. Mete foto neles rsrs. Tirando o tom de brincadeira eu dei conta do cupin com incenso. Já tinha colocado muitas coisas e nada os móveis de madeira indo embora. Até que um funcionário da loja me disse toque fogo deles é eu respondi e vai junto á casa inteira no fogo. É foi aí que ele me explicou o quê era cupim. Eu nem fazia ideia é ele me explicou que eles morrer em alta temperatura. Tipo colocar incenso no local acesso. Água morna etc. Deu certo por um tempo, depois eles me venceram me difiz de todos os móveis de madeira. Boa sorte na reforma. Enorme abraço.
rsssrsss, adorei, excelente poema que me pegou de surpresa, conseguiste retratar a minha agonia, mas moramos num país tropical, nossa rua é arborizada e a dedetização é solução temporária. Os cupins vão, mas voltam quando sentirem saudades da casa, comida e roupa lavada! Temos tudo o que os cupins adoram: calor e madeira. E voam para nossas casas onde há mais madeira e livros! Adoram livros. Não adiantaria mudarmos de casa, eles estão por todos os lugares.
ResponderExcluirÉ um estresse, sim, só tenho medo de um dia 'eu' precisar de um tratamento psiquiátrico rssss - odeio cupins, baratas e aranhas.
Beijinho daqui do lado!
Animali fastidiosissimi, che invadono la casa, molto ben delineati nei versi della tua bella poesia.
ResponderExcluirUn caro saluto, Pedro,silvia
Bem humorado poema sobre esses bichinhos chatos que resolveram atacar nossa Poa... Adorei o bom humor! abraços, chica e tudo de bom!
ResponderExcluirHola Pedro, parece que este bicho silencioso os invaden y no hay forma de terminar con ellos. Buen poema para denunciar a las termitas destructoras de las maderas, ojalá hubiera algo eficaz para que no volvieran aparecer.
ResponderExcluirUn abrazo.
¡Vaya, amigo Pedro!
ResponderExcluirEso de que Tais no aceptó el cambio, me recuerda a un amigo que sostenía la existencia solamente de dos tipos de matrimonio: 1.-Manda la mujer 2.-Se separan, jajaja.
Bom dia de paz, amigo Pedro!
ResponderExcluirInteressante que, lendo os dois primeiros comentários, aprendi sobre incenso que gosto de usar. Depois, que Taís odeia os peçonhentos como os que citou e eu também.
Já tive ataque de cupim... Uma barbaridade.
Espero que a situação aí melhore.
Quanto ao poema, retratou humoradamente a realidade enjoada daí.
Tenha paz e alegria!
Abraços fraternos
Muito bom. Obrigada pela partilha!
ResponderExcluir-
Cansada de estar cansada...
Beijo e uma excelente tarde!
Nunca imaginei que fosse possível um poema sobre tal praga.
ResponderExcluirMagnífico, gostei imenso.
Caro Pedro, continuação de boa semana.
Abraço.
:-)) Imagino o som... por eles produzido... quando a casa está em silêncio... a minha avó tinha uma casa de campo, onde havia alguns, nos barrotes do tecto, e nas portas... à noite, na hora de dormir... parecia que o som que produziam, arranhavam o nosso cérebro!... :-D
ResponderExcluirAdorei o poema!!! Tal como o Jaime... estava longe de imaginar, que tal praga pudesse ser abordada sob uma vertente tão poética...
Eu não sei se resulta... mas a minha mãe, costuma usar um pequeno truque, para afastar mosquitos na cozinha... e o que é facto... é que nunca mais se viram... ela costuma espalhar em pontos estratégicos, em pequenos recipientes, pimenta preta... e há quem corte rodelas de limão... onde espete cravinhos da Índia... são duas soluções naturais... que parece, que azucrinam muitos asudos, e eles se afastam... sobretudo do limão com cravinho da Índia... se nesses daí, funcionam ou não... não custa experimentar... no limite do desespero... já não há mais nada a perder... e depois são produtos naturais, que facilmente se encontram no mercado... e não causam quaisquer intoxicações... aos demais habitantes da casa... que não tenham asas... :-))
Beijinho! E... boa sorte, nessa luta!... :-))
Ana
Oi, Pedro, o cupim é uma praga ...eles comem tudo desde sempre e infelizmente além dos próprios ainda temos que lidar com os cupins políticos que já são metáforas de nossa história.
ResponderExcluirUm abraço
Gostei de ler. É preciso muito talento para transformar uma praga como essa num poema tão interessante.
ResponderExcluirAbraço
Jaime, até fui ver no dicionário esse nome cupim, pensando será mesmo isso que dá para fazer um poema ?!
ResponderExcluirtalvez poeticamente falando deles, sentimos menos medo e relativizamos o assunto !?
abraço e boa semana
Angela
Pedro,
ResponderExcluirAdoro essa forma de
abordagem de assuntos
através da poesia.
É fantástico e dinâmico.
Quanto aos cupins: por aqui
as formigas chegaram 1º
que os cupins e será uma
festa quando se juntarem.
Adorei ler.
Bjins de bom fim de semana.
CatiahoAlc./Reflexod'Alma
entre sonhos e delírios
Na vida nada é perfeitamente inútil
ResponderExcluirOlá amigo Pedro,
ResponderExcluirPoeta que é verdadeiramente poeta, vê poesia em tudo, e vc construiu um interessante poema. Ai ai cupins são devastadores mesmo, e vc sabe que existem pessoas pior que cupins? Gostei de ler seu poema.
Bjs no coração e boa semana que se inicia.
Resulta duro comprender que nos vencen. Estos soldados valientes y correosos son inasequibles al desaliento, trabajan día y noche, mastican y mastican con la seguridad de que por uno que caiga, otros diez saldrán de su guarida con los colmillos bien afilados y ocuparán su puesto. Chapó.
ResponderExcluirLa dignidad es un componente que va unido a la calidad de la persona. No se adquiere, ni se vende, ni puede comprarse.
ResponderExcluirEl hombre que arrastraba su carrito subiendo y bajando una y otra vez las cuestas para conseguir un poco de dinero para su familia, iba elevando su categoría humana. Así mismo, la conductora demostraba una carencia de alma patética.
Querida Tais, caer en la miseria podemos hacerlo cualquiera. Pero levantarse, no rendirse y luchar por pocos medios que tengamos, sólo está al alcance de los mejores.
Amiga Ana recebi este comentário que não foi dirigido para mim. Vou guardá-lo aqui até você enviá-lo para a última crônica da Taís. Beijo.
ExcluirMuito interessante o seu poema sobre os cupins que lhe invadem a casa. Estou a imaginar a Taís a juntar-se a eles já que não os pode vencer.
ResponderExcluirUma boa semana, meu Amigo Pedro.
Um beijo.
Posso imaginar a luta da Taís contra esses invasores silenciosos que acabam com a nossa mobília e nós dá um baile quando tentamos limpar suas asinhas transparentes espalhadas pelo chão. Interessante o seu poetar sobre os cupins
ResponderExcluirUm ótimo dia amigo Pedro
Um abraço
Sí que es difícil combatirlos.
ResponderExcluirLo has expresado muy bien en tu poema.
Sin duda, excelente.
Un beso. Feliz semana.
Pedro, desculpa mas depois de ler o teu poema e os comentários não consegui deixar de rir. Uma barrigada de riso!
ResponderExcluirE não devia, eu sei, pois o assunto - que com seriedade risível relatas - é sério, sim senhor!
Tudo se vai resolver. Poeta capaz de poetizar sobre os malvados cupins + mulher de fibra, não se deixam derrubar por bichinhos voadores que depois de rodopiarem perdem as asas e furam madeira. (o que eu aqui aprendi...)
Hoje, 2 beijos. Boa semana, queridos amigos.
(Tais, nada de caíres de amores por bichinhos que engolem palavrinhas de livros, tá?!)
Olá, Teresa!
ExcluirÉ muito bom te ver de volta ao meu blog, com teus amáveis comentários.
Claro, Teresa, que o tema do poema tem lá a sua graça. A nossa amiga Chica, que comentou acima, disse que achou o poema muito engraçado.
A minha avó, por exemplo teria dito que esses bichinhos também são filhos de Deus.
Não sei se tu conheces o poeta Augusto do Anjos? Nos seus poemas estão presentes vermes e outras coisas mais. Quando ele morreu Olavo Bilac disse que “a poesia não perdeu nada” (as palavras podem ser outras, mas a mensagem de Bilac foi essa). A obra de Augusto dos Anjos é hoje estudada e por muitos admirada.
Uma excelente semana, querida amiga, com muita paz.
Um beijo.
Obrigada, amigo Pedro! Acredita que nem eu sei por onde andei, o que importa é que voltei!
ExcluirNunca ouvi falar do poeta Augusto dos Anjos e, curiosa, fui pesquisar: nasceu em Paraíba, 1884; faleceu em 1941, de pneumonia; tem apenas um livro publicado "Eu", 1912.
Li alguns poemas. São diferentes de tudo o que já li e o vocabulário utilizado pode chocar alguns leitores. Eu senti um misto de estranheza-admiração: pelos temas tratados e pela audácia do senhor.
Sem dúvida, vou ler mais e quem sabe, um dia o leve ao meu Rol. Para censura chegou a da sua época.
"Eu, filho do carbono e do amoníaco,/Monstro de escuridão e
rutilância,/Sofro, desde a epigênese da infância,/A influência má dos signos do zodíaco."(Versos do poema «Psicologia de um vencidos")
Da meia dúzia de poemas que li, estes versos são os mais «simplinhos» que encontrei.
Pedro, gostei da dica.
Beijo.
que bicharocos estranhos esses cupins, amigo Pedro
ResponderExcluirserá que sairam de um qualquer livro de Franz Kafka?
para teu contentamento ... rs
grande abraço
Caro Pedro,
ResponderExcluirpor aqui o caruncho come a madeira, de modo que deve ser o mesmo bicho. Esses cupins deram um curioso e belo poema. Gosto de poemas da vida quotidiana. Espero que se mudem rapidamente. Que praga! Por aqui há um produto que os mata, mas não me lembro do nome. Já o usei na recuperação de uma mesa que trouxe da aldeia. Os buraquinhos ficaram à mostra porque lhe conferem antiguidade. A mesa não valia muito, mas recorda-me a minha avó.
Tenho algures um poema que abandonei com a ideia de voltar a ele, Quem sabe um dia!
Abraço amigo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPedro,
ResponderExcluirmuito obrigada por ler e comentar lá no Espelhando.
Quando Vc comentou duas letras pularam e
minha pergunta é: quer que eu publique assim mesmo?
São uns bichinhos que quando aparecem é difícil de os exterminar e os móveis é que pagam.
ResponderExcluirUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Passei para ver as novidades.
ResponderExcluirE gostei de reler o seu magnífico poema.
Caro Pedro, um bom fim de semana.
Abraço.
Fantástica essa pintura, fiquei maravilhado.
ResponderExcluirUm bom 2020.
Abraço
😉
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Estimado amigo Pedro
ResponderExcluirHoje vim trazer um convite.
Neste ano de 2020 quero alinhavar no meu blog Sonhos e Poesia um projeto intitulado "Café Poético" , quinzenalmente será apresentado na minha página uma pérola poética de sua autoria à sua escolha para que possa ser apreciado pelos nossos amigos e amigas leitores. Maiores informações no meu blog. Passe por lá, leia a postagem e sinta-se à vontade para aceitar ou recusar o convite.
Beijinhos poéticos
Es el terror de los habitantes de la casa, cuando atacan a sus maderas...de ahí que tengan tan pocos admiradores.
ResponderExcluirBesos
❤️
ResponderExcluirCheguei, finalmente, Pedro! Desculpa esse atraso; não costumo deixar as pessoas à minha espera e muito menos faltar aos compromissos, mas, avisei a Tais por e-mail de que não daria para chegar a tempo ao teu escritório. Mas ela, tão " baratinada " com os cupins e depois com a arrumação, talvez não te tenha dado o recado; talvez até ela esteja um pouco zangada, Pedro, porque, fazer um poema aos cupins que tentavam arruinar a cozinha dela, é uma maldade, não te parece? Mudar de casa, dizias tu, mas, Amigo, achas que eles não vos seguiriam? " Cama, mesa e roupa lavada " , tudo de graça e, ainda por cima, o dono da casa a dedicar-lhes um poema...tratamento " vip " ; além disso, também " são filhos de Deu" e, como qualquer criaturinha de Deus, tem os seus direitos e merecem todo o respeito. Não me ri tanto como a nossa amiga Teresa, mas, achei uma piada aproveitares a praga para fazeres um poema: além de engraçado, é um caso inédito, pelo menos para mim que sou pouco conhecedora do mundo poético. Pedro, agora que o problema está resolvido, " reza " para que os cupins não tenham lido o poema e, assim, se afastem de vez da tua linda cozinha. Um beijinho e que a semana seja tranquila, com toda a bagunça, agora, arrumadinha
ResponderExcluirEmilia
Emília, a Taís transmitiu o teu recado, que estavas muito ocupada e que virias mais tarde ao meu blog. Claro que ela jamais ficaria zangada contigo. Ela gosta muito de ti.
ExcluirGostei muito do teu comentário, querida amiga. Na realidade, uma bela crônica nesse teu comentário. Dei boas risadas com tudo o que disseste. Depois que me chamaste a atenção fico torcendo para que os cupins não tenham lido o poema.
Uma boa semana, Emília.
Beijo.
Don Pedro:
ResponderExcluirTermitas, odiosos insectos que devoran los recuerdos.
Abraços.
Quem pode com estes bichinhos de asas descoloridas, somente o fogo amigo Pedro. Ainda que a guerreira Taís os tenha concebidos como amiguinhos, haverá sempre um restinho de comida, que vem como alerta, que logo tudo vai ruir.
ResponderExcluirBela humorada inspiração nestes devastadores.
Abraços amigo.
Amei ver os cupins em forma poética e com muito humor. Taís é uma mulher, além de sensível (dos cupins tornou-se amiguinha rsrsrs), sábia, de fibra e guerreira.
ResponderExcluirBeijos afetuosos!
É sempre uma alegria receber a tua amável visita, querida amiga Lúcia. Espero que volte sempre.
ExcluirBeijo.
Pedro