CASTIGO
– PEDRO
LUSO DE CARVALHO
Alguém
lembrará do bem que fiz?
Castigo
se nada for lembrado,
depois
que aplainei tantos caminhos,
para que
andassem os pés descalços.
Alguém
lembrará do bem que fiz?
Há os
que pensam ser devedores
ante a
mão que se abre em doação,
como
sendo gesto de domínio.
Alguém
lembrará do bem que fiz?
Não
sendo esquecido pela mão
estendida,
pródiga no auxílio,
as
marcas não ficarão no tempo.
Alguém
lembrará do bem que fiz?
Aguardem
os beneficiados,
na
caminhada terão castigo
no
crepúsculo, beira da noite.
* * *
ResponderExcluirPedro, teu poema ‘Castigo’ retrata, de forma realista, o sentimento das pessoas que se dedicam a fazer o bem, que primam por ajudar aqueles que precisam. Isso é fato, existem pessoas muito generosas, como também aquelas ingratas, um sentimento asqueroso. As teorias psicanalíticas dizem que aqueles que muito recebem, ficam com um sentimento de devedores, por serem muito favorecidos e alguns acabam sendo ingratos, revoltam-se, sem muita percepção de seus atos e o quanto magoam àqueles que os ajudam.
Poema forte e triste quando começamos a pensar o quanto isso é comum no ser humano.
Beijinho daqui do lado.
Boa noite, Pedro!
ResponderExcluirInteressante abordagem depois de uma conversa que tive há pouco tempo.
Ser gratuito no doar-se é um grande Dom!
A sensação de não reciprocidade desaparece no ar como fumaça...
Um poema real e que foi concebido com sentimentos profundos de quem sabe bem O que exprimem os versos dele.
Um dos mais expressivos que li aqui.
Fez-me muito bem e foi como uma confirmação de tudo que sinto e como sinto.
Muito agradeço sua preciosa partilha inspirada.
Seja muito feliz e abençoada junto aos seus amados!
Abraços fraternos de paz e bem
🙏🙏🙏
*abençoado
ExcluirLindo poema e o tema tão comum na nossa sociedade...Uma pena o não reconhecimento, a ingratidão...abraços praianos,chica
ResponderExcluirL'ingratitudine è una realtà molto diffusa nei tempi in cui viviamo
ResponderExcluirVersi apprezzati, buongiorno Pedro
A gratidão não abunda neste mundo, meu Amigo Pedro. Tantas vezes se faz o bem e nem sempre é reconhecido. Mas é bom continuar a fazê-lo porque quem pratica o bem há-de ter na alma a limpidez da pureza…
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Boa tarde! Um poema lindo demais!! :)
ResponderExcluirGélidos campos...
Beijo, e uma excelente semana!
Bom dia meu querido amigo poeta, Pedro!
ResponderExcluirSeus versos comoventes nos traz em mente o que todo mundo sabe, não se espera gratidão dos que são ajudados, pois há uma coisa que muitos têm e não querem admitir, orgulho, eis uma coisa que mata, portanto não são reconhecidos os bens feitores do mundo, pois o orgulho é o vencedor em tudo!
Tens uma sensibilidade ímpar, me tocou profundamente, acho até que a frase "fazer o bem sem olhar a quem" diz tudo disso, sem olhar a quem e sem esperar nada em troca, nem gratidão!
Abraços bem apertados!
El amor es la base de todo, sin él el mundo estaría acabado.
ResponderExcluirPedro es un placer leer tus letras, gracias por compartir.
Feliz lunes y semana amigo.
Un abrazo
Sempre um gosto ler o que escreve:))
ResponderExcluirO nosso amigo Gil António, diz :- São os teus olhos o néctar
Bjos
Votos de uma óptima Segunda - Feira
Magnífico poema!!.
ResponderExcluirA veces, no existe el agradecimiento para el bien que se hace.
Un placer tus letras.
Un beso. Feliz semana .
La naturaleza de nuestra especie no es mostrarse agradecida y menos aún que ese agradecimiento perdure en el tiempo. Tendemos a pensar que lo que recibimos es en función de nuestros méritos. Todo el poema merece ser destacado pero yo encuentro con más fuerza la siguiente estrofa:
ResponderExcluirAlguém lembrará do bem que fiz?
Não sendo esquecido pela mão
estendida, pródiga no auxílio,
as marcas não ficarão no tempo.
Saludos muy cordiales y afectuosos.
Belo poema que nos diz que gratidão nem sempre acontece. É mais fácil que se lembrem do mal do que do bem. Feliz semana
ResponderExcluirNeste nosso mundo, tão distorcido... infelizmente, tende a contemplar-se a bondade... com o esquecimento!... Por norma, as pessoas têm uma memória muito curta... havendo até um ditado popular, no que se refere a tal... "Se alguém se lembra do bem que alguém lhe fez, só se lembra desse alguém quando precisa outra vez."
ResponderExcluirE assim se caracteriza a norma, do interesseiro sistema de valores... que a grande maioria das pessoas, segue religiosamente...
Fica-nos contudo a satisfação interior, de sabermos que fomos para outrem, o melhor que conseguimos ser... e de não termos quaisquer problemas de consciência...
E como será cada vez maior a tendência, para a superficialidade absoluta... creio que seremos lembrados... pela última coisa que fizemos... e por vezes, toda uma existência... se resumirá somente a isso...
Um belíssimo poema... que me fez reflectir... sobre algo em que nunca parei para pensar, em profundidade, confesso!...
Beijinho! Feliz semana!
Ana
Oi, Pedro, há algum tempo li uma frase que foi atribuída a Ulisses Guimarães:
ResponderExcluir"O dia do benefício é a véspera do dia da ingratidão". Para muito é assim mesmo, mas para os políticos é bem comum....Nas experiências da vida penso que a nossa maior recompensa já está no ato de se praticar o bem . Faz bem à nossa alma, se bem que receber um reconhecimento também é agradável; mas não nos prejudicarem já nos damos por satisfeitos. A vida sempre ensina e um dia a consciência falará mais alto.
Um abraço
Essa pergunta deve ser feita por muitas pessoas que fazem o bem e nem um obrigado recebem em troca; não é que se faça o bem para se ser reconhecido, mas agradecer não custa e anima a que o bem continue a ser feito. Mas, ao ler o teu poema lembrei-me especialmente dos idosos que passaram a vida a trabalhar para o bem dos filhos e no fim da vida acabam esquecidos, muitas vezes com pés descalços, caminhando frágeis, muitas vezes sem as minimas condições para uma vida digna; há também os que muito ajudaram os outros e depois, quando chega a velhice, não há um capaz de lhes fazer uma visitinha. No caso dos filhos que abandonam os pais, creio que o " castigo" virá sim, porque se eles não derem o exemplo perante os seus filhos, eles não aprenderão a respeitar essa fase triste da vida e farão o mesmo com os seus pais; um dia serão estes os largados à sua sorte, abandonados em casa ou em asilos; esse será o castigo para aqueles que não souberem reconhecer o bem feitobpelos seus idosos. Pedro, a cada dia devemos agradecer, pela saúde que temos , pelos filhos e netos que a vida nos deu, mas nunca devemos esquecer os que nos deram a vida, os que fizeram tudo para o nosso bem -estar e a melhor maneira de lhes agradecer é proporcionar-lhes uma velhice digna; não é preciso muito dinheiro para isso, porque o que eles mais querem é a presença dos filhos e dos netos e o seu afecto; não precisam de vida luxuosa, precisam de carinho e de saberem que, quando a hora deles chegar, partirão com os seu queridos junto deles. Sei que o meu pai partiu rodeado de carinho e com certeza acontecerá o mesmi com a minha mãe. Desculpa, Pedro , por falar neles, mas ao ler este teu poema foi inevitável. Sei que me entendes. Um beijinho e desejo-te saúde a ti e aos teus.
ResponderExcluirEmilia
Grande mestre Pedro, nos caminhos da vida somos continuamente castigados e ao mesmo tempo refeitos pela nossa própria determinação de reviver. Ficam as marcas e algumas cicatrizes que as vezes sangram.Mais que poesia uma reflexão de comportamento. Belo trabalho amigo. Bela tela na ilustração.
ResponderExcluirSemana linda e leve para você e Tais.
Abraço terno amigo.
Pues... Espero que sí.
ResponderExcluirDependerá de lo selectiva que sea la memoria del individuo.
Por mi parte nunca olvido el bien que me hicieron a mi o a los míos.
Ni tampoco el mal por el mal, a sabiendas. Y estoy segura de que así debe ser.
La gratitud muchas veces pasa desapercibida por nuestra ingratitud humana que a veces pesa más. Pero ya el simple hecho de hacer el bien, es para mi una recompensa.
ResponderExcluirUn abrazo querido amigo.
Um poema magnífico que fala magistralmente da ingratidão humana.
ResponderExcluirA imagem é belíssima.
Um beijinho,
Ailime
Sem boas memórias
ResponderExcluirnão existem bons amanhãs
Esperar gratidão de quem ajudamos é inútil, conte sempre com a ajuda de quem você não espera, essa sim é verdadeira.
ResponderExcluirAprendi isto com a morte de meu pai, as pessoas a quem ele ajudou sumiram como fumaça...
Gostei do poema Pedro.
Grande abraço, Léah
Pedro,
ResponderExcluirAlguém lembrará Sim com certeza.
A nós cabe seguir de poesia
em poesia.
Lindos versos.
Bjins
CatiahoAlc. do blog Espelhando
Obs: se desejar conhece meu blog de Frases
https://frasesemreflexos.blogspot.com/
"Faz o bem, sem olhares a quem..."
ResponderExcluircertos de que em cada esquina espreita a inveja e a traição
sem ilusões, portanto.
gostei muito do poema, caro Pedro Luso
forte abraço
Ficou tudo dito pela Tais o que subscrevo.
ResponderExcluirAbraço.
Olhar D'Ouro - bLoG
Olhar D'Ouro - fAcEbOOk
Olhar D'Ouro – yOutUbE * Visitem & subcrevam
Devemos estar sempre reconhecidos pelo bem que nos fazem.
ResponderExcluirMagnífico poema, parabéns.
Caro Pedro, bom resto de semana.
Beijo.
Hermoso poema, amigo Pedro, que refleja los dobleces de muchas almas.
ResponderExcluirQué tengas un buen fin de semana.
Pedro, fiquei profundamente emocionada com o teu poema. (Emocionada e quase sem palavras...)
ResponderExcluirA gratidão é uma escolha, então, sejamos autênticos.
Poema belíssimo. Tela magnífica.
GRATA eu sou, meu amigo, pela tua poesia e pela tua amizade.
Beijo e bom domingo.
O bem raramente é lembrado, mas isso também não importa muito
ResponderExcluirAbraço, boa semana
Maravilhoso poema!
ResponderExcluirDevemos lembrar sempre o bem que nos fazem!
Convido-o a ler o último capítulo de "Um Oceano entre nós"
Espero que goste
Beijinho
Pedro, a gratidão é um sentimento que devia estar intrínseca em todos os corações, mas infelizmente isso não acontece e quantas vezes somos confrontados com actos de ingratidão por pessoas de quem não estávamos mesmo nada à espera.
ResponderExcluirSentido, profundo e belo poema.
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Também sou dos que sentem que a gratificação é mesmo de quem pratica o bem.
ResponderExcluirÉ uma forrma de purificação. A vida e tão breve!
Belo poema!
Beijos, Pedro.
Belo poema, Pedro. Aqui se apreende o valor das palavras, dos gestos, das ações... Aqui se apreende como a linguagem cria o seu próprio sentido independentemente da significação nela contida...
ResponderExcluirUm abraço, caro poeta!
Que maravilha este poema!.
ResponderExcluirÉ muito bom fazer o Bem.
Minha mãe sempre dizia : Fazer o bem sem olhar a quem.
Se depois é reconhecido ou não já não depende de quem faz o bem.
As atitudes ficam para quem as pratica.
Eu nunca esqueço quem me deu a mão, nem quem a "mordeu"
Gostei muito deste Castigo :)
Brisas doces*