NA
JANELA
– Pedro Luso de Carvalho
Guardo
a imagem do homem
na
janela,
a
esconder-se
no
outro lado da vidraça,
quando
por ali eu passava.
Eu
era menino, ainda lembro
daquele
homem,
do
seu vulto,
a
esconder-se na alva cortina,
que
mais mostrava que escondia.
Quando
eu passava pela casa,
na
quietude
das manhãs,
tomado
de medo do homem,
olhava-o
com o canto dos olhos.
Com
as perninhas a tremer,
sem
fôlego,
corria,
corria,
até
chegar à minha escola.
Todos
diziam que era louco,
o
pobre homem.
Uma
criança,
foi
tudo o que nele pude ver.
* * *
Osservazioni poetiche sulla figura di un ragazzo inquieto, che mette soggezione...
ResponderExcluirVersi originali, molto apprezzati.
Un caro saluto, Pedro,silvia
Quando si è giovani, si è facilmente impressionabili e pregiudizi e discriminazioni colpiscono facilmente la fantasia.
ResponderExcluirCiao Pedro, felice weekend.
enrico
Linda casa que abrigava o pobre homem que medo ao menininho transmitia... Linda poesia,Pedro! abraços, tudo de bom,chica
ResponderExcluirPedro,
ResponderExcluirEu amo sua poesia, e seu
texto melembra uma cronica
que o Palhaço Poeta escreveu
essa semana.
Ótimo fim de semana.
Bjins
CatiahoAlc.
Interessante combinação da poesia com a imagem!
ResponderExcluirBom fim de semana.
Abraço
😉
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“...Todos diziam que era louco, o pobre homem. Uma criança,foi tudo o que nele pude ver.”
ResponderExcluirMeu caro Pedro,
Aqui, “tudo que pude ver”, foi mais um belo poema... Com razão, empatia e êxtase na admiração do olhar, que é diferente em cada um de nós!
Um abraço meu amigo e bom final de semana!!!
La casa se ve bonita.
ResponderExcluirMisterio en su interior.
Un interesante y estupendo poema.
Un beso. Feliz fin de semana.
Que lindo, a bela casa inspirando e você com sua sensibilidade foi criando e rimou com perfeição dando sutilmente a sugestão do que vai no coração de um menino!
ResponderExcluirPode até ser suas próprias lembranças, pois eu sei como é isso, na minha rua tinha um castelo que diziam ser assombrado, eu menina passava em frente e tinha imensa vontade de entrar lá, nossa, lendo aqui e eu me lembrei disso!
Amei, parabéns, você sempre criativo!
Abraços apertados!
Boa noite de sábado, amigo Pedro!
ResponderExcluirFui lendo e entrando na cena, logo me veio à mente uma casa em Petrópolis (RJ) que se dizia ser mal assombrada.
Hoje em dia, é um lindo local para se passar e tomar um excelente lanche. Tem cobrado ingresso para quem se atreve a subir as escadarias...
Seu poema me trouxe à memória uma boa lembrança de lugar onde morei e adoro.
Vi algo aqui ao ler... E o poeta viu algo similar a ele na ocasião.
Muito bonito um olhar de pureza de criança onde os demais vêem outra coisa
Tenha uma nova semana abençoada e feliz!
Abraços fraternos de paz e bem
Mais um brilhante poema. Adorei! :)
ResponderExcluir-
Candura e entusiasmo de andar em liberdade
-
Beijos. Bom Domingo!
E talvez contudo... o isolamento, lhe assegurasse a felicidade, e a paz de espírito... que se calhar o mundo real não lhe proporcionaria... e se pensarmos bem... no estado actual deste nosso deplorável mundo de hoje... guerras... pandemias... desigualdades... infortúnios e injustiças de toda a espécie... quase que dá vontade, de lhe ir bater na porta e implorar... "Deixe-nos também entrar!...
ResponderExcluirUma belíssima inspiração, que nos faz pensar, no mundo dos outros...
Beijinho! Feliz domingo!
Ana
Es normal que se ocultara. las gentes hablaban de él y lo calificaba de loco. No quería llamar la atención y sentir el desperecio de las gentes.
ResponderExcluirBesos
Olá Pedro! Seus versos sensíveis mostra a sensibilidade das crianças em olhar com outros olhos para tudo. As crianças muitas vezes podem ser cruéis, estão aprendendo, se moldando e são cheias de esperança de um mundo com olhar além das cortinas, grades, porões...
ResponderExcluirAdorei seu sensível poema!
Abraço!
O lindo puro olhar das crianças trás sempre imagens que muitas vezes não captamos e ou entendemos. Lembranças e medos que carregamos e que nos moldam pela vida. Por isso que dizem que todo menino é um rei Pedro, porque ele pode ver muito mais além. Interessante que as imagens nos acompanham pela vida.
ResponderExcluirMuito boa inspiração e construção deste sentimento em poema.
Uma semana de bom descanso amigo em meio à farra de Momo.
Meu abraço de paz e luz.
PEDRO,
ResponderExcluirEssas são as lembranças da nossa infância que não esquecemos, entre tantas outras. São os medos que passamos do desconhecido e que na época tomavam uma dimensão bem maior, mas que nos amadureceram. O pior de meus medos, na época, era o de perder meus pais numa viajem qualquer. Nascemos numa época que tínhamos medo de pessoas esquisitas, mas nada acontecia! Era nossa imaginação a trabalhar. Nascemos embalados por canções do Bicho papão, do Lobo mau que comeu uma pobre velhinha e outras coisas bem esquisitas. E homens estranhos atrás de cortinas parece que nos espiavam. Mas aqui estamos com lembranças que nos amadureceram e se transformam em belos poemas! Quem dera as crianças de hoje sentissem medo do louquinho da cortina! Não; hoje a 'barra' é mais pesada. Belíssima inspiração do louquinho criança que ficou na tua memória.
Beijinho, meu poeta.
Excelente poema amigo Pedro, gostei.
ResponderExcluirUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Que libertad más hermosa la que se ve desde esta ventana Pedro.
ResponderExcluirExcelente poema.
Feliz semana.
Un abrazo
Os medos da infância, num poema cheio de sensibilidade.
ResponderExcluirUma boa semana, meu Amigo Pedro.
Um beijo.
O menino "com as perninhas a tremer" via o homem/criança à janela.
ResponderExcluirNão sei o que via o homem escondido atrás da vidraça.
Espreitando pela janela da alma do poeta consegui ver dois seres que se olhavam mas não se viam. Acontece tanto!
Poeta meu amigo, gostei do que aqui li e vi.
Beijo, boa semana.
De louco todos nós temos um pouco e de crianças também. Talvez o homem tivesse tanto medo do menino como o menino dele. Ou quem sabe o menino lembrava ao homem o menino que fora. Na realidade não sabemos, mas o poeta não escreve a realidade, porque o que ele vê, é a magia, o sonho, a beleza, que o comum dos mortais não consegue enxergar.
ResponderExcluirGostei .
Um abraço e uma boa semana
Siempre haces unas poesías preciosas. Siento mucho no saber hacerlas yo pues por más que lo intento, no me salen.
ResponderExcluirClaro que para eso estan amigos como tu que hacen buenas letras.
Un fuerte abrazo.
são as crianças e os loucos
ResponderExcluire os poetas
favoritos dos deuses.
muito belo o teu poema, amigo Pedro Luso
abraço
Um relembrar dos medos do tempo de criança.
ResponderExcluirLindo poema
Beijinhos
Acho que esta expressão chegou pacientemente, sem "muito esforço". Bastou fechar os olhos para encontrá-la sóbria e concreta para "dizer" os medos da infância. E ditos com uma beleza rara, mas no rigor e na clareza.
ResponderExcluirUm abraço, meu caro amigo Pedro!
Em cada ser humano um mundo, as vezes alegre, as vezes triste ...um universo de complexidades. Bela e sensível a percepção do menino que intuia !
ResponderExcluirUm abraço
Beautiful
ResponderExcluirMesmo com portas abertas e janelas escancaradas
ResponderExcluiros medos são condição humana
só é preciso condicioná-los
Abraço
Os medos da infância são inevitáveis...
ResponderExcluirMagnífico poema, gostei imenso.
Caro Pedro, continuação de boa semana.
Abraço.
Los miedos infantiles y la atracción por aquello que se nos antoja distinto. Esa misma sensación la he sentido cuando salía a mi encuentro por una calleja del pueblo donde veraneaba, un chico que no estaba muy bien, dando voces. Hasta que un día hablé con él y pude ver la belleza de su interior con la que me identifiqué. Muy bello tu poema, Pedro.
ResponderExcluirSaludos.
Te deseo un feliz fin de semana.
ResponderExcluirUn beso.
Recuerdos infantiles que no se olvidan y regresan convertidos en bellas poesías. Un abrazo.
ResponderExcluirmariarosa
O olhar do menino via os medos atrás da cortina naquele homem louco! E quantos de nós não morrríamos de medo de algumas pessoas esquisitas que por ventura encontrávamos? Amigo Pedro, seu poema traz muitos ecos por nós vividos! Parabéns!! Paz e bem!
ResponderExcluirOi Pedro,
ResponderExcluirDesculpa a demora.
Estava de repouso, estou doente
Todos nós quando pequenos tínhamos medos de fatos verídicos ou lendas que nos estremecia e sebo nas pernas.kkk
Mas, se pudéssemos voltar no tempo(Ah!Como fui feliz!)
Obrigada pelo carinho
Beijos
Lua Singular
Votos de um excelente Carnaval... em espírito de alegria... mas longe de indesejadas confusões, que também sempre vêm a reboque deste dia...
ResponderExcluirBeijinhos! Tudo de bom!
Ana
Obrigado, querida amiga Ana. Vou aproveitar os feriados de Carnaval para descansar e para minhas leituras de livros e de trabalhos de minhas amigas e amigos postados na Internet.
ExcluirBom Carnaval, Ana.
Beijo.
Pedro
Guardo a imagem do homem
ResponderExcluirna janela, a esconder-se no outro lado da vidraça,
quando por ali eu passava.
Fiquei imaginando, Pedro!
Tão bom poder ler e ficar presa às palavras
imaginando a cena!
a 18 de janeiro ainda passei em alguns blogues de amigos,
mas depois disso não mais andei pela blogosfera,
vários problemas juntos fizeram com que tivesse um enfarte
e,
só agora devagar vou retomando as visitas e os meus posts,
já tinha saudades
2020 não começou da melhor maneira,
logo dia 13 perdi a minha prima-irmã
depois a minha hospitalização
veremos se Março vem com momentos mais positivos
entre ontem e hoje fiz posts novos
se quiser espreitar
pode ser aqui:
http://momentos-perfeitos.blogspot.com/
e, aqui:
http://tempolivremundo.blogspot.com/
embora nos outros dois blogues haja tbm posts novos,
estou a retomar
esta actividade que me dá tanto prazer.
Beijinhos da Tulipa
Seja bem-vinda minha amiga Tulipa. Pelo que dizes o ano não começou bom para ti, com a perda de tua prima-irmã e o teu enfarte. Mas agora tudo haverá de mudar, com o restabelecimento de tua saúde. Ficarei torcendo por ti, Tulipa.
ExcluirLogo farei minhas visitas aos teus blogs.
Beijo.
Pedro
Muito obrigada pelas suas palavras Pedro!
ExcluirTomara que sim: Mas agora tudo haverá de mudar, com o restabelecimento de tua saúde. Lá o espero nos meus blogues
Beijo
Linda poesia e ótmos dias de recesso.
ResponderExcluirUma poesia encantadora que me fez reportar aos tempos da minha infância. Lembrei do homem da janela que metia medo em todas as crianças da rua. Ao chegar na adolescência descobri que o homem era gentil, amigo e gostava de crianças, ficava triste ao vê-las correndo com medo dele. Tive vergonha da criança covarde que fui para com este senhor.
ResponderExcluirAbraços afetuosos!
Os medos que tivemos e temos. Recordo a janela com um louco (diziam) em tempos tão idos.
ResponderExcluirBelo poema do nosso poeta Pedro Luso e boa escolha da sua amada.
Abraço, ternamente, este casal que nos envolve no carinho que os une.
Aplausos.
ResponderExcluirSim, o homem, uma criança com medo de tudo.
O que poderia estar para lá da cortina? Porventura,
receios infundados, patológicos, ou até com prova
dada de que o mundo por vezes é um lugar perigoso.
Abraço, caro Pedro.
Olinda
Qué preciosa imagen en tus palabras poéticas. El tiempo niño al que volvemos, al que nos gusta volver...
ResponderExcluirSaludos. Muy bello!