Crepúsculo de Porto Alegre / Brasil - foto Stella Breitman |
NUMA TARDE VAZIA
- Pedro Luso de Carvalho
Naquela tarde vazia,
o sol a morrer no horizonte
sento-me à mesa,
no vazio da cafeteria.
Assusta-me este abandono,
os fregueses todos sumidos
Sinto-me invisível ali,
pareço não mais existir.
A garçonete parece-me de cera,
absorta e presa ao balcão
até espremer os olhos esverdeados,
e quem sabe, um leve sorriso.
Pensativo na solidão do crepúsculo,
mal respirando sob a máscara,
vi rodopiar sob a calçada
um velho jornal levado pelo vento.
A garçonete por detrás da máscara,
se sorriu nunca saberei,
mesmo tão próxima de mim,
ao deixar na mesa, quem sabe, o meu último café.
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Poema lindíssimo que muito gostei de ler. A foto é fascinante.
ResponderExcluir.
Cumprimentos poéticos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Boa noite de paz, amigo Pedro!
ResponderExcluirÉ um estilo de vida estranho que vivemos. Todo mundo ou uma grande parte) com medo de tudo e de todos.
Nunca mais vimos um sorriso bonito que alegra a alma.
Nunca mais podemos ir a uma cafeteria sossegada e conversar com amigos na paz e respirando normalmente.
Mas... Estamos vivos ainda que não pareça...
Sua poesia tem grande sensibilidade. Capta o além do cenário nas suas emoções.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos de paz e bem
Oi,Pedro, são realmente momentos estranhos os que estamos vivendo, impensáveis como se vivêssemos numa realidade paralela...um futuro ainda abstrato. Jamais imaginei viver assim .Só o presente é eterno por enquanto.
ResponderExcluirUm abraço
Un periodo molto difficile da vivere, per la grave situazione sanitaria, che ci ha costretto, ad un inaspettato isolamente, che ci creanon pochi problemi psicologici...
ResponderExcluirBuongiorno, Pedro,silvia
Linda foto,Pedro! E tua poesia, perfeita para o momento atual... Mas que não seja o último café...Melhor que seja o último antes do fim da pandemia,rs..abração, chica
ResponderExcluirUn crepúsculo precioso, igualmente la poesía que me ha encantado leer.
ResponderExcluirLlegará el día que todo se verá bello, como bella es la vida a pesar de los pesares.
Un abrazo Pedro y a cuidarse pues la cosa va lenta...
Olá Pedro!
ResponderExcluirO seu poema está lindo embora nós neste momento estamos a viver tempos muito difíceis mas eu tenho muita esperança que a gente um dia ainda vai fazer um piquenique todos juntos e vai ser maravilhoso...um beijinho e que Deus lhe traga tudo o que merece.
A estranheza do nosso olhar para os outros tão bem expressa neste seu poema, meu Amigo Pedro.
ResponderExcluirMuita saúde.
Um beijo.
Maravilhoso poema, Pedro, captou toda solidão, angustia e incertezas deste tormento que parece não ter fim.
ResponderExcluirAté a próxima poesia e café! Abraço!
Olá!
ResponderExcluirObrigada pela partilha de mais um fascinante poema! ;)
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A vida tem sonhos que vão partir ...
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Beijos e uma excelente tarde!
Quando você achar que perdeu o chão, que não há mais saída pra você, saiba que a sua força deve estar no Senhor. Ele te sustentará, Ele te levará a pastos verdejantes 💖
ResponderExcluirInteressante combinação desse poema com essa deslumbrante imagem de Porto Alegre.
ResponderExcluirAbraço e saúde.
😉
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Has descrito muy bien, en este bello poema, esa sensación de desamparo y vulnerabilidad de estos momentos en los que nos encontramos con el coronavirus.
ResponderExcluirFelicitaciones.
Abrazos
Siamo soli, abbandonati alla nostra solitudine, ci è vietato interagire con i nostri simili per paura del contagio e, le persone con cui interagiamo non scorgiamo i lorolineamenti. Dobbiamo fare tutto in fretta e poiché le strade e i locali sono vuoti, ci sentiamo abbandonati senza nessun conforto di qualcuno che ci stia vicino. Questa pandemia ci sta portando all'alienazione piano piano. Speriamo che pssa finire prest, ma ni non saremo più gli stessi. Caro amico Pedro dalla tua poesia si sente tutta la tristezza che ti è passata per l'anima scrivendola, mi sembra di esseree vicino a te a provare quello sconforto che hai provato tu. . Sei stato bravissimo. Complimenti. Un affettuoso saluto da Grazia!
ResponderExcluirLlevamos mucho tiempo ya con este problema y ya registramos el cansancio de la situación...hasta que no lo perdemos, no nos damos ciuenta de lo felíces que éramos unos años atrás.
ResponderExcluirBesos
En este articulo vemos dos partes diferentes; primero la bella fotografía que puede ser de cualquier época, la segunda el magnifico poema de tu autoría.
ResponderExcluirSaludos.
Strano periodo quello che stiamo vivendo. Non vedere il volto coperto dalle mascherine, limita anche il modo di avvicinare le persone. Buon weekend, un abbraccio
ResponderExcluirenrico
No, no, Pedro, nunca el último. Mejor el antepenúltimo.
ResponderExcluirA veces uno no es consciente de la profundidad con que plasma sus emociones en un poema, dejándolas escapar por alguna grietecilla inadvertida.
Claro que, con la mascarilla, y si además se llevan puestas las gafas, empañándose, la realidad se vuelve engañosa.
Unos versos para guardarlos y echarles un vistazo cuando todo esto acabe y ya los diarios vuelvan a interesarnos y dejen de volar por las calles vacías, querido amigo.
Pedro:
ResponderExcluirese vacío se nota más con la máscara, porque ni podemos dirigir una sonrisa a los demás y saber si nos sonríen.
Es muy triste.
Pero todo volverá a la "normalidad".
Abraços.
Un gran poema que describe muy bien la situación que estamos padeciendo.
ResponderExcluirConfiemos en que, no tardando mucho, podamos recuperar la ilusión.
Te deseo un feliz fin de semana.
Un beso.
Um poema que traduz os tempos que correm.
ResponderExcluirE que é excelente. Parabéns pelo talento e inspiração.
Bom fim de semana, caro amigo Pedro.
Abraço.
Amigo Pedro,
ResponderExcluirUm poema muito revelador do vazio que nos envolve e nos faz sentir invisíveis.
Vivemos tempos, em que até o esboço de um sorriso, está mascarado.
Muito belo e intenso, parabéns.
Um beijinho e muita saúde .
Fê
Ainda que vazia, a tarde é reveladora da atmosfera em que se vive. Perscruta a todos insidiosa a querer saber de que modo nos abrigamos do que falta.
ResponderExcluirBelo poema, caro amigo Pedro!
Ainda que a cafeteria esteja vazia, cuide-se!
Um abraço,
Volverán los tiempos pasados, volveremos al abrazo, la risa, el apretón de manos, me ha gustado mucho leerte, al mismo tiempo espero mantener aunque he tardado mucho, la amistad
ResponderExcluirUn abrazo
Olá Pedro!
ResponderExcluirPassei para lhe desejar um bom domingo e dizer que não é preciso dar a receita para sua esposa faça uma surpresa e você mesmo faz é muito fácil de fazer só precisa ter um pouco de paciência...beijinho
Pedro,
ResponderExcluirNesses tempos é bem assim
mesmo,
Só mesmo a poesia para
nos proteger e definir
nosso sentimento.
Lindos versos.
Bjins
CatiahoAlc.
Um poema que retrata os tempos difíceis da pandemia.
ResponderExcluirEspero e desejo que esteja bem.
Abraço, saúde e bom domingo
Ah! Como me revejo nesse seu poema!!
ResponderExcluirBom domingo :)
Abraço por sobre o oceano.
A beleza deste teu encantador poema está em que não falaste no vírus, nem em pandemia, nem em doença, mesmo assim traçaste o atual quadro de enorme tristeza em que vivemos: sente-se a solidão, o abandono, a ausência de pessoas, na distância da garçonete que nem sorriso viste e talvez seja o último café, ninguém sabe o que acontecerá com cada um de nós.
ResponderExcluirUma triste beleza!
Maravilhoso, beijinho, meu poeta!
Não só a " tarde está vazia," nem só o sol se esconde no horizonte, nem tampouco só os sorrissos se escondem; também os olhos, Amigo, não são os mesmos: caminham cabisbaixas, as pessoas, reflectindo nas dúvidas, nas incertezas, na angústia de não saberem como pôr na mesa o pão para os filhos e nós, mais " sortudos" impossibiltados de lhes estender a mão, de lhes dar um abraço, de lhes dizer que amanhã o sol brilhará e que tudo será diferente. O sol pode ser que até brilhe nas cidades, nas estradas, nos caminhos e veredas, mas será incapaz de levar luz a esses corações torturadas, muitos, pela perda de familiares e amigos, mas outros tantos pela fome que começa a entrar em suas casas, antes com a fartura suficiente. Vazios de gente, continuam por cá os cafés, restaurantes, teatros, lojas pequenas e tantos outros espaços, mas pior que isso, começa a esvaziar-se, por completo, o coração das pessoas, o coração de algumas que ainda tinham dentro dele alguma esperança . Sei que sou uma " abençoada " pela vida, mas, mesmo assim, sinto-me vazia, vazia de afectos, de abraços, de um alegre convivio à volta de uma mesa e não posso deixar de me sentir triste pelo que vejo à minha volta. Não sei escrever um poema como o teu, Pedro, mas, como diz a nossa Amiga São, revi-me nele e por isso, deixo-te o meu muito obrigada por teres colocado em verso aquilo que também sinto. Um beijinho, querido Amigo e, se ando um pouco ausente, podes ter a certeza que a culpa é do " vazio de muitas das minhas tardes" Aos meus dois queridos Amigos, desejo SAÚDE e a alegria possivel. Deixo também um abraço bem forte, grande o bastante para chegar a Portalegre
ResponderExcluirEmilia
Um bonito poema que traduz os sentires deste momento que estamos todos solitariamente entrelaçados...
ResponderExcluirEfeitos destes tempos de pandemia.
ResponderExcluirUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Que poema bonito e actual. Consegui visualizar toda esta estranheza.
ResponderExcluirBom fim-de-semana,
Vanessa Casais
o poeta é ele a sua circunstância, não é verdade?
ResponderExcluire são as dores do Mundo que o poeta faz suas!...
e assim a Poesia se cumpre.
grande abraço, meu distinto amigo, Pedro Luso
Que bien has descrito de manera poética este tiempo extraño que nos ha tocado vivir, Pedro.
ResponderExcluirGracias.
Abrazos.
Boa tarde Pedro,
ResponderExcluirUm belíssimo poema que retrata os momentos de solidão que estamos atravessando.
Tenhamos esperança em dias melhores.
A foto é lindíssima!
Beijinhos e bom domingo, com saúde.
Ailime
A imprevisibilidade e a estranheza deste descaracterizado presente, muito bem expressa neste excelente poema... que nos faz reflectir na fragilidade de cada momento... e como tudo pode mudar rapidamente...
ResponderExcluirUm belíssimo momento poético, que tão bem reflecte os dias de agora...
Beijinhos! Feliz semana!
Ana
Tudo se estranha neste tempo vazio de tudo.
ResponderExcluirO futuro (melhor) vai chegar, meu amigo Pedro.
Beijo.