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Vincent Van Gogh |
AUSÊNCIAS
- Pedro Luso de Carvalho
Do alto, urubus espreitam
em sinistros voos,
neste tempo de ausências
e de sofrimento.
Sob os telhados, corpos inertes,
presos à paredes vazias ,
tendo na boca um gosto amargo
do inevitável fel .
No breu das noites estendidas,
sem estrelas e sem luz,
demônios surdamente conspiram
tempo de ausências e dor.
Nas casas há tantas janelas
sem luz e sem paisagens
há jardins de murchas rosas,
em meio ao desespero.
Neste tempo de ausências e dor
vento forte, em lufadas,
percorre funéreo caminho
entre tumbas e ciprestes.
___________________//___________________
Tempo difícil amigo onde ausência supera a simples falta.
ResponderExcluirTempo de depuração, de mergulho no imenso vazio, que se
abre à nossa frente, neste tempo de amor ausente, de vidas
apagadas num imenso breu.
Arte e poesia sempre.
Meu abraço de paz e luz.
Boa noite de serenidade, amigo Pedro!
ResponderExcluirNas casas há tantas janelas
sem luz e sem paisagens
há jardins de murchas rosas,
em meio ao desespero.
A estrofe revela nosso caos mundial,
Tanta ausência de tudo... Tristeza de solidão, carências, saudades...
A desolaçâo quer dominar o mundo, mas contemplo o azul de Van Gosgh, fico mais esperançosa.
Tenha um amanhecer abençoado!
Abraços fraternos
Visioni d'oscuro in queste strofe, ove la situazione che stiamo vivendo, accentua il senso della poesia...
ResponderExcluirBuongiorno Pedro,silvia
Tempos difíceis...
ResponderExcluirO seu poema é brilhante, gostei imenso. Parabéns pelo talento e inspiração.
Continuação de boa semana, caro Pedro.
Abraço.
Que hermosa forma de versar la situación de dolor por las ausencias que se manifiestan en tantas familias por todas las partes de mundo.
ResponderExcluirUn poema brillante en su decir, que me encantó leer.
Un abrazo Pedro y buen resto de semana.
Ausencias y nostalgias en esta etapa tan difícil de superar.
ResponderExcluirHermosa pintura para acompañar tus intensas y bellas letras.
Un beso.
Gostei bastante :))
ResponderExcluir.
O pouso da ousadia...
.
Beijos
Uma excelente tarde!
Bien retratas los sufrimientos de estos últimos tiempos.
ResponderExcluirBesos
Oi, Pedro, uma poesia que reflete magistralmente o nosso tempo de depuração que traz no seu bojo a dor e o obscurantismo, o espanto do planeta e das almas que nela habitam...tantas reflexões e nenhum alento.
ResponderExcluirUm abraço
En este poema de una forma poética nos describes lo que se esta viviendo en estos tiempos difíciles.
ResponderExcluirSaludos.
São muitas as ausências! Nessa pandemia em que se vive, que choramos em vários momentos do dia, só a poesia para nos apresentar beleza num poema tão triste!
ResponderExcluirTriste porque toca todos nossos sentimentos de medo e de perdas. E diante disso, o que nos resta?
Beijinho daqui do lado!
Versi molto cupi adatti al periodo triste che stiamo vivendo causa pandemia.
ResponderExcluirBuona giornata.
enrico
Oi Pedro, belo poema, a melancolia que vai na existência de alguns mais sensíveis, a poesia e palavras nos externa, parabéns! Que isso passe em breve, estamos cansados.
ResponderExcluirAbraço e bom final de semana!
Boa tarde Pedro!
ResponderExcluirMuito Obrigado, pela visita e gentil comentário no meu cantinho.
Um poema melancólico. Que reflete os tempos que vivemos, de profunda tristeza e inquietação.
Mas ao mesmo tempo, de uma beleza ímpar, que merece ser realçada.
Parabéns!
Abraço e feliz fim de semana!
Tus versos me han conmovido hasta lo más profundo del ser, se de qué hablas...
ResponderExcluirUn abrazo amigo
Carmen
Belo poema, mesmo sendo triste, como tristes são também as "ausencias"; sempre a nossa vida tem sido povoada de ausências e elas nunca nos agradaram, mesmo aquelas que sabiamos serem necessárias , mesmo as que eram fruto de opções de vida; deixam sempre um sabor amargo, as ausências, mas, agora, Pedro, parece que essa palavra dói mais; um ser invisivel, desconhecido e terrivel avança sobre todos, indiscriminadamente, sem aviso e os afasta, sem muitas vezes lhes dar a oportunidade de dizer um " até já ", pelo menos . Há aquelas ausências que nos doem pela vida fora, as ausências definitivas, as ausências que não mais se tornarão presenças, porque essa é a lei da vida, é a única certeza que ela nos dá à nascença; custam muito, mas, acabamos por aceitar, mas, estas, querido Amigo, estas que tão bem retratas no teu poema, são umas ausências forçadas, umas ausências, cujas presenças estão ali bem perto, ao " virar da esquina , no bloco de apartamentos ao lado do nosso, naquela cidadezinha, ali, a quinze minutos de distância e nós aqui, sozinhos, ausentes, sem poder abraçá-las, sem receber um afago, sem poder dar, a quem mais precisa, aquela mão amiga E nessa " ausência ", nessa impossibilidade de presença, de repente, o telefone toca e o coração aperta de tanta tristeza; o nosso grande amigo partiu e a sua ausencia vai doer horrores, principalmente por não ter havido possibilidades de minorar o sofrimento dele com as presenças que ele gostaria de ter tido antes de partir. Tantos, tantos e tantos casos como estes por esse mundo fora, Amigo e por isso estas tuas " Ausências " são tão sofridas, demasiadamente doīdas Só um coração grande e sensivel como o teu poderia fazer um poema destes, onde se nota aquela angústia própria
ResponderExcluirde quem se sente impotente perante o sofrimento alheio. Obrigada, Amigo, por teres escrito tudo o que eu gostaria de dizer sobre esta horrivel pandemia. Um beijinho e boa noite. SAÚDE, queridos Amigos
Emilia
Emilia
O que se há de fazer senão cantar as ausências em tempos tão difíceis, mas é preciso cantar, ainda que o canto traga melancolias, lamentos. É fazer como nos ensinou Cecília: cantar, porque o instante existe.
ResponderExcluirCuide-se, meu amigo! Cuide-se!
Um abraço,
Caro Pedro
ResponderExcluirPalavras que nos tocam de perto, a todos e a cada um, neste
tempo de sofrimento em uníssono. Em todo o mundo se clama
a mesma dor e as outras dores causadas por essa e outras mais.
Ausências que se choram e amarfanham o ser humano.
Momento de Poesia que nos prende.
Abraço, meu amigo.
Olinda
Después de una leve semana de parón impuesta por la irritación de mis ojos y posterior operación por extirpación de la vesícula, nuevamente estamos saludando a los buenos amigos.
ResponderExcluirExpresivas palabras en tus versos, fiel reflejo de la cara opuesta de la moneda del genial Van Gogh, donde representa la belleza de la naturaleza y en la que tú nos muestras la grave situación por la que atraviesa hoy día las ciudades y por ende el mundo entero, aparte de pandemia, gobiernos dictatoriales…
Ha sido un placer leer tan bellos y tristes versos a la vez.
Un fuerte abrazo amigo desde esta parte de España-Alicante, te deseo un buen fin de semana.
Meu amigo Pedro,
ResponderExcluireste poema deixa uma amargura inevitável. Como inevitável e amargo é o tempo que nos atropela.
A lucidez é, na verdade, apanágio do poeta.
Abraço com desejos de mudança.
Bella y triste poesía que expresa un sentir, transmitirndo la misma desazón que siente el poeta.
ResponderExcluirAbrazos
Amigo Pedro.
ResponderExcluirUm poema doloroso, como doloroso é este tempo, de ausências.
Ao mesmo tempo, é um poema belo, no seu lamento.
Um beijinho solidário.
Fê
Vivemos tempos muito difíceis e inquietantes. O seu poema é um reflexo daquilo que todos sentimos.
ResponderExcluirUma boa semana com muita saúde, meu Amigo Pedro.
Um beijo.
Um belo poema sobre estes terríveis tempos de ausência.
ResponderExcluirUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Palavras profundas e sentidas, que retratam uma dolorosa, sofrida e triste realidade.
ResponderExcluirPelo que li no meu blogue, temos raízes em comum, o Alentejo, de lá eram os meus avós e pais, eu já nasci em Lisboa.
Fique bem e com saúde
Beijinhos
o poeta e as dores do seu tempo
ResponderExcluiralto nível de escrita! a lembra-me uma pintura impressionista ...
grande abraço, Poeta
GRANDE poema/retrato amargurado do "tempo de ausências e dor" que todos vivemos.
ResponderExcluirPedro, meu amigo poeta, este eu junto ao rol dos teus belíssimos poemas. Adorei!
Beijo.
Um poema sentido, expressivo e pertinente, manifestando a dor e luto de tanta morte causada pela atual pandemia... Perfeito na sua atualidade.
ResponderExcluirSaúde e dias bons. Abraço, amigo Pedro.
~~~
A tela do pintor bem traduz a inquietação dos nossos dias, descrita no poema.
ResponderExcluirTraços desordenados, fortes e vibrantes. Como as dores dos que perderam seus queridos.
Poesia sentida, Pedro.
deixo abraços
Poema triste e real; só com arte para podemos ir fundo neste momento tão desolador e árido. Abços
ResponderExcluirNão sei até que ponto é que a atual situação pandémica terá influenciado ou não o texto apresentado, mas o que é facto é que a última estrofe tem muito a ver com as imagens que nos têm chegado do Brasil.
ResponderExcluirAbraço amigo.
Votos de boa saúde e de bom fim de semana.
Juvenal Nunes
Un bello poema que es el fiel reflejo de la realidad que se está viviendo en el mundo.
ResponderExcluirLa mayoría de las personas, bien directa o indirectamente, han perdido a un ser querido por causa de esta pandemia que aún atemoriza a la humanidad.
Ojalá que la vacuna logre alejarla de nuestras vidas, no perdamos la esperanza.
Cariños.
kasioles
Me ha conmovido el contraste entre la imagen del cuadro que nos muestras y la profunda tristeza de tu poema, tan bello en medio de la amargura.
ResponderExcluirY he pensado que quizá, mirando por la ventana de tu tierra tan mágica, hayas vivido el encuentro de la pena, con la esperanza de que todo esta tragedia vaya poniéndose en su lugar.
Por aquí hemos vivido casi un año demoledor, pero la gran esperanza de las vacunas parece que está empezando a dar sus frutos.
Con mis deseos de que eso último se haga realidad también para vosotros.
Un afectuoso saludo.
Um belíssimo, realista e descritivo poema... que só me fez visualizar... Jair e o seu staff... da ausência de empatia, à ausência de empenho em salvar-se vidas... sei que o mesmo, não teria tal direcionamento... mas foi como eu o consegui interpretar... principalmente depois do ajuntamento de motards que nossos noticiários mostraram por cá, por esses dias, com milhares em delírio percorrendo ruas, por aí, no Brasil, sem máscara nem distanciamento... nem sei eu bem, festejando o porquê (talvez segundo lugar mundial em mortandade)... Enfim... bem que a ciência médica avisa, que sequelas neurológicas do covid, não serão de descartar... porque tem alturas, que eu acho que o mundo está mergulhando na loucura... mas acho que... são os loucos anos 20... do século XXI... do mesmo jeito, que foram os loucos anos 20, do século XX, também depois de uma pandemia... o passado, sempre se repete, ciclicamente...
ResponderExcluirBeijinhos!
Ana