Durval Pereira 1918 - 1984 / São Paulo - Brasil |
A VIDA DO PADRE
– Pedro Luso de Carvalho
Amélia diz ao marido que lhe falta fé, e que enquanto estiver distante de Deus viverá em pecado. Mesmo com a sua insistência nessa pregação, Eusébio acaba por se acostumar a ela. Talvez a juventude do casal tenha contribuído para que não perdessem a paciência.
Mas chega o dia em que Eusébio rende-se aos apelos da mulher, e então passa a frequentar com ela a igreja do bairro. Todos os domingos o casal é visto na missa das dez e, tempos depois, também nas novenas, para a alegria do pároco.
Na igreja, Eusébio é visto como exemplo de fé; exemplo que, no pensar das beatas, deveria ser seguido pelos seus maridos. “É um santo homem”, dizem as mulheres, que não se conformam em ver distantes da Casa de Deus os homens com quem se casaram.
A capela montada num dos quartos do apartamento, passa a ser o centro da vida do casal; é onde encontram paz e sentem a fé mais fortalecida, a cada dia. No trabalho, Eusébio espera o final do expediente para ir ao encontro de Amélia, para fazerem as suas orações.
O sentimento de amizade, que iria mais longe, substitui o amor, que antes existia entre o casal. Divorciam-se para que Eusébio possa ingressar no Seminário. Amélia está convicta de que se tornar padre é a sagrada missão de Eusébio, cuja vocação fora escolhida por Deus.
No seminário, Eusébio estuda teologia com afinco, enquanto Amélia acompanha-o de longe, não o esquecendo em suas orações e ansiando pelo dia em que o veria ordenado padre. Esse dia chega, para a alegria de Eusébio e de Amélia.
Eusébio sente-se feliz em sua paróquia. Na capital, distante de Eusébio, Amélia acompanha a vida do padre, reza por ele, e sente-se um pouco responsável pelo respeito e pela admiração que o padre granjeou pelo seu trabalho de evangelização.
Passado algum tempo, chega à Amélia a notícia de que Eusébio fora afastado da Igreja, depois que se tornou público o seu romance com uma moça da cidadezinha, com quem passou a viver. Amélia soube ainda que a moça é respeitada por todos, e que carinhosamente a chamam de “mulher do padre”.
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Me ha parecido una historia muy original al comienzo y muy simpática al final.
ResponderExcluirSi que llevo una vida entretenida el esposo. Se divorcia, se hace sacerdote y después tiene un romance. Bueno tampoco es el primero, pero lo curioso es la aceptación de la gente del pueblo, :))).
Me ha gustado mucho Pedro.
Un abrazo y feliz semana.
Boa tardinha de domingo, amigo Pedro!
ResponderExcluirInteressante e com um ar de veracidade baseado no que ouvimos de notícias inter comunidades.
Cada um tem seu direito de ir à igreja ou não... Forçar é uma besteira. A fé não se mede em frequentar igrejas, missas, cultos ou similares no meu modo de ver e sentir as coisas de Deus.
É opção pessoal.
Nem aos filhos eu os obriguei. Uma vez casados, são donos de suas decisões.
Couve a mim lançar a semente, não mais
Gostei muito de ler seu conto.
Há casados mal casados.
Há padres mal vocacionados.
Mas, há os que vivem sua cumplicidade com Amor tanto numa como noutra vocação...
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos de paz e bem
Eusébio não perde tempo, hein?
ResponderExcluirPobre Amélia!
Infelizmente existem muitos Eusébios e Amélias por aí.
Adorei ler o seu conto, Pedro.
Desejo uma feliz nova semana.
Um grande abraço
Verena.
Olá, amigo Pedro!
ResponderExcluirHá na verdade muitos Eusébios por esse mundo fora.
Fingindo o que não são, e mostrando nos atos, aquilo que na verdade são.
Excelente conto! Parabéns!
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Abraço amigo.
Caro Pedro,
ResponderExcluirEsta tua narrativa de tão boa que ficou, me fez recordar “O Conto do Padre” (1396), do escritor, poeta e filósofo inglês, “Geoffrey Chaucer”. Mas, este conto não fez tanto sucesso, pois, no mesmo ano, “Chaucer” escreveria também sua obra mais famosa: “Os Contos de Cantuária”.
Gostei muito deste teu conto, meu nobre amigo.
Abraços e bom começo de semana!!!
E lá se foi a fé inabalável de Eusébio
ResponderExcluirE a fé da Amélia foi posta à prova já que renunciou à vida de casada pela fé do marido que não foi firme na fé e passou a viver com "a mulher do padre"
Um belo conto amigo Pedro
Um abraço e uma feliz semana
Conheci muitos assim.
ResponderExcluirAlguns que tiveram a coragem de assumir o amor e deixar o sacerdócio.
Abraço, boa semana
Fabulous post
ResponderExcluirAmigo Pedro, un buen relato de los muchos que por desgracia existen. En esos casos se debe mostrar valor y colgar los hábitos.
ResponderExcluirUn placer leerte.
Un abrazo y te deseo una buena semana amigo.
Só não percebo por que motivo quis ser padre. Que história tão bem contada. Estava mesmo a ver-se que algo ia acontecer a quem tão depressa se converteu...
ResponderExcluirUma boa semana com muito cuidado.
Um beijo.
rsss, eu sabia que essa história não iria acabar bem para Amélia... Difícil um padre casado entrar para um seminário, é mais fácil um padre deixar a batina por conta do amor a uma paroquiana. Foi o que vi muito.
ResponderExcluirPor isso que essa tua história ficou tão curiosa e tão interessante! Não sabia do ruma que tomaria. Pobre Amélia, deveria ter ficado quietinha com o maridinho... Muito boa, rss.
Beijinho daqui do lado!
Una historia muy interesante la que nos relatas.
ResponderExcluirYo en una ocasión asistí a una misa que en primera fila estaban los hijos del sacerdote. Ese sacerdote estuvo en el seminario antes de casarse y al quedarse viudo retomo los hábitos.
Saludos.
Coitada da Amélia! não era igual aquela cantada por Ataulfo "mulher de verdade" ou quem sabe quis imitá-la...
ResponderExcluirUm abraço
Pobre Amélia. Existem muitas histórias dessas por esse mundo fora.
ResponderExcluirUma história brilhantemente contada.
Beijinhos
Uma história muito comum nas aldeias portuguesas.
ResponderExcluirUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Oi Pedro, que delícia de conto, adorei!
ResponderExcluirEssa coisa de querer mudar o outro é absurda, se quer mudar, seja honesto, falem de diferenças antes do compromisso. Muitos tem a péssima ideia de primeiro caso, depois fulano/a muda...Aff, quer dizer que a se apaixona pelo que não existe?
Seu conto confirma isso, ninguém perde totalmente sua essência por manipulação de terceiros.
Abraço, amigo!
Gostei da história, é realmente comum em algumas zonas!
ResponderExcluirBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
A vida dá imensas voltas... e às vezes também as dos padres...
ResponderExcluirBelíssimo conto, que tão bem nos captou o interesse da primeira à última palavra!
Um beijinho, estimando que tudo esteja por aí, o melhor possível!
Atenção, à variante nova, Lambda... ainda não há confirmação de que todas as vacinas são eficazes com ela... veio do Perú... por enquanto só Moderna e Pfizer, confirmam eficácia...
Saúde, e cuidados ao máximo... que mesmo com vacinas, ainda não dá para aliviar a guarda tão cedo, com novas variantes surgindo... também já cá está... e em mais 30 países...
Tudo de bom!
Ana
Una gran historia!!.
ResponderExcluirY que, además, puede ser muy real.
Te deseo un verano muy feliz.
Un beso.
Boa noite, Pedro.
ResponderExcluirEusébio planejou bem seu plano. "Converteu-se", o amor pela querida Amélia transformou-se em amizade e o plano foi em frente. Fiquei com pena da Amélia, preferiu dar seu marido a Deus, e ficar na distância orando por ele, safado, hein! Eu conheci e conheço muitos padres e freiras que deixaram sua vocação para assumir seu romance. Um conto extremamente instigante. Boa noite!
Ah, Amelia, mulher de verdade. Ainda existem. Trabalhou para a conversão e não o perdeu para Cristo, para a Igreja, e sim, para outra paroquiana, talvez mais esperta. Uma narrativa primorosa, meu Pedro, porque o leitor não arreda os seus olhos até saber em que “freguesia” vai bater o padre.
ResponderExcluirCuide-se, meu amigo Pedro. A situação ainda não é tranquila!
Um abraço,
Leia-se na linha 3, meu amigo Pedro, senão fica estranho para mim e para o Pedro, risos!
ExcluirO padre que batizou o meu filho, acabou abandonando o sacerdócio e casando com uma catequista.
ResponderExcluirAbraço e saúde
Olá, amigo Pedro!
ResponderExcluirAssim, até eu era padre! Rssss
Votos de um excelente fim de semana, com muita saúde.
Abraço amigo.
Pedro,
ResponderExcluirA vida tem essas nuances.
A fet une e separa,
mas sempre revela
a verdade de cada um.
Adorei o bem
escrito texto.
Bjins
CatiahoAlc.
do Blog Espelhando
Caro Pedro
ResponderExcluirOs seus contos, além da escrita primorosa, surpreendem
sempre. Não se consegue prever o final. E assim
prende o nosso interesse até à última linha.
Tal como na vida real, os percursos de vida de Amélia e
Eusébio mostram-nos bem como tudo é imprevisível...
Bom fim de semana.
Abraço
Olinda
Oi Pedro,
ResponderExcluirA vida tem dessas coisas, pensamos que somos amados e que o companheiro(a) trabalha fora do trabalho para dar o melhor para sua companheira.
Pedro, digo com toda a convicção, se fosse comigo contrataria um machão para dar uma sova nele.kkk
Abraços
Lua Singular
Boa noite, Pedro!
ResponderExcluirGostei do conto. Pois é, Amélia é que era mulher de verdade. Será mesmo? E o Eusébio, rapidamente se divorciando para ser padre. Eu hein. Me engana que eu gosto, lol.
Bjs
Marli