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16 de jan. de 2025

AS MÃOS - Pedro Luso de Carvalho

 



 AS MÃOS

   - Pedro Luso de Carvalho



Eu vi meu pai, as longas mãos,

uma mão sobre a outra, unidas

mãos vistas por outros órfãos,

nas doídas despedidas.



Faz-se presente esse dia,

o tempo mora na memória, 

suas mãos não mais veria,

acabara a luta inglória.



Da infância, recordação

dos perigos protegido,

conduzido pela mão

daquele pai tão aguerrido.



Lembro ter pousado as mãos

sobre as duas águias frias,

eram iguais nossas mãos.

Não sinto estas mãos vazias.




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Pedro Luso de Carvalho