O
HOMEM E SUA SINA
– PEDRO
LUSO DE CARVALHO
Sentado
num banco da Praça da Alfândega, Licurgo Pereira espera com
ansiedade e medo. Levanta-se do banco e dá alguns passos em círculo,
tentando acalmar-se. Torna a sentar-se. Olha para o relógio. Mal vê
as pessoas que passam à sua frente. Preocupado, estica o pescoço
para ver a rua em perspectiva. Então, se recorda do que lhe disse o
homem de voz grave: “Aguarde-me na praça. E seja discreto”.
Licurgo levanta-se para dar mais alguns passos. Precisa controlar-se.
Volta a caminhar em círculo. Move-se com agitação. A noite que se
aproxima agrava o seu estado. Vem-lhe a lembrança os tempos de jovem
e do que lhe dizia seu pai sobre a retidão. As cores avermelhadas do
crepúsculo contrastam com a cor cinza dos prédios que se amontoam
no centro da cidade. Logo a noite apagará essas cores. Lâmpadas
acendem-se clareando ruas e praças. Vitrines iluminadas atraem
olhares curiosos. De repente um homem aperta o braço de Licurgo,
como uma ameaça. Assustado, levanta-se do banco da praça. “O
senhor está me esperando?”, pergunta o homem. Licurgo não
responde. O homem faz uma advertência com rispidez: “Quieto.
Sejamos discretos.” Depois, a um gesto seu, dois homens se
aproximam e levam Licurgo Pereira para o carro. O homem de voz grave
entra por último, e diz ao motorista: “Vamos.” E acrescenta:
“Ainda temos que terminar o serviço”. O carro deixa o centro da
cidade sem pressa, em direção à larga avenida. Daí, parte em alta
velocidade para sumir ao longe, no breu da noite.
* * *
Muito bom :))
ResponderExcluirHoje:-Existem desejos que esperam - | Poetizando e Encantando |
Bjos
Votos de um óptimo Fim-de-semana
Instigante teu conto.Gostei muito! abraços,chica
ResponderExcluirNel passo della notte, si perdono le vicissitudini dei protagonisti, di questa avvincente storia...
ResponderExcluirBrano apprezzato, felice domenica e un saluto, Pedro,silvia
Seja bem-vinda querida amiga Silvia, depois de algum tempo de ausência, que certamente foi sentida por todos os teus leitores.
ExcluirUm beijo.
Pedro
Meu Amigo Pedro, a sua narrativa excelente deixou-me cheia de curiosidade. Vai continuar não é verdade?
ResponderExcluirUm beijo.
Nesse gênero da literatura, o conto, como você sabe o autor pode deixar o desfecho da narrativa para o leitor, como foi a minha intenção, minha amiga.
ExcluirUma boa semana, Graça.
Um beijo.
Pedro
Es una historia, amigo Pedro, llena de misterios, a elección del lector en su trama y en su epílogo. Así y todo, no me gustaría haber sido el personaje que esperaba tan inquieto en la plaza.
ResponderExcluirQué tengas un magnífico domingo.
Gostei do texto, da imagem,
ResponderExcluirDo suspense e do desfecho!
Principalmente do trecho
Que em elegante abordagem
Citas a praça onde agem
Os marginais. O entrecho
É cativante e o fecho
É do leitor - à sondagem!
Eis o poeta na prosa
Poética e capciosa
Onde o suspense se faz
Em ficção primorosa
Quando Porto Alegre goza
De noite de luz em paz!
Parabéns ao escritor multifacetado, o grande causídico que estudou latim para acariciar "a última flor do Lácio, inculta e bela" ( Bilac). Parabéns amigo! Laerte.
Gracias Laerte, amigo e poeta de talento reconhecido, que o levou para ocupar uma Cadeira na Academia de Letras de Santa Catarina.
ExcluirUm grandee abraço Laerte.
Pedro
Um conto muito interessante que desperta a nossa imaginação no sentido de adivinhar o resto da história.
ResponderExcluirAbraço e uma boa semana
Texto talentoso com momentos de tensão, que iremos imaginar inquietam o coração de Licurgo Pereira! queremos que nada de mal lhe aconteça, mas será que é esse o destino do desfecho ?!
ResponderExcluirboa semana!
Angela
https://poesiesenportugais.blogspot.com/
Una historia interesante con un final que deja una sensación de misterio y a gusto del lector para interpretarlo.
ResponderExcluirMe gustó mucho como lo has desarrollado.
Encantada de volver a leerte Pedro. Un abrazo.
Excelente este seu texto. Parabéns
ResponderExcluirBoa semana
Credo, Pedro!
ResponderExcluirFiquei toda arrepiada... Nossa!!
Que terrível ameaça obrigava Licurgo a tal espera!
Eu finalizava com um rebentamento de pneu a alta velocidade, a estrada obstruída, o aparecimento rápido da polícia e o aprisionamento da quadrilha, há muito investigada e procurada...
Gosto de finais felizes... Srrsssss....
Boa semana, sem fogos, nem fogueiras de ânimos...
O meu abraço, Amigo.
~~~~~
Oi Pedro, um conto para colocar em nosso coração aquilo que mais receamos...como um reflexo de nossas vivências e medos; muitas histórias dentro de poucas palavras que nos levam a outras imagens de outras histórias...Parabéns!
ResponderExcluirUm abraço
Muy interesante e intrigante historia.
ResponderExcluirMuy buena.
Un beso. Feliz semana.
Me ha encantado seguir esta entrada paso a paso, me metí dentro del personaje y...
ResponderExcluirMe has dejado, bueno, nos has dejado a todos los lectores sin saber el desenlace ¿Qué le espera al pobre Licurgo? Yo quisiera pensar en algo bueno, pues me gustan los finales felices, pero me viene a la mente un refrán: "Piensa mal y acertarás"
Gracias por tu recibimiento, seguiremos en contacto una vez que he vuelto con todos vosotros.
Cariños y buena semana.
Kasioles
Depois de uma pausa no seu blog, vejo de volta, para minha alegria, a amiga Kasioles, que, não preciso dizer, é bem-vinda entre os amigos. Saludos.
ExcluirBoa tarde de paz, amigo Pedro!
ResponderExcluirNão consigo imaginar nada de muito bom no desfecho do conto pelas características da abordagem com que você foi pontuando seu texto. Entretanto, posso até imaginar que uma pessoa que não deva nada não se entregaria assim fácil a um chamado de telefone para um encontro na praça.
Estarei eu errada? Não sei...
Sobre a retidão com que ele foi educado (conforme o escritor pôs aqui), dá margem a uma consciência pesada do possível mal que poderia estar praticando ou sendo sujeito a...
Só o escritor sabe... mas creio, que nos deixou livres na imaginação.
Vou torcer, na imaginação, para que nenhum mal tenha acontecido com os personagens em nenhum sentido.
Tenha dias felizes!
Abraços fraternos de paz e bem
Gostei deste conto amigo Pedro e aproveito para desejar a continuação de uma boa semana.
ResponderExcluirAndarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Hola Pedro: pienso que tus historias son un poco tristes, a menos que yo, que no soy muy lista no las comprenda.
ResponderExcluirMe ha hecho mucha ilusión verte por mi blog. como ya te digo, me cuesta mucho entrar en el tuyo algunas veces y lo siento porque me gusta mucho leerte. Escribes muy bien, aunque como ya te digo, pienso que lo haces un poco triste.
Te mando un fuerte abrazo desde este caluroso Madrid.
Olá, Pedro Luso
ResponderExcluirUm conto que desperta a nossa imaginação. E tudo pode
acontecer. Dificilmente se pode prever um final feliz mas
vamos fazer força para que aconteça. Como, por exemplo,
a solução que a Majo apresenta, acima. :)
Abraço
Olinda
Cómo será el final del camino de ese pobre hombre, no debe ser muy bueno. Muy buena es tu historia amigo.
ResponderExcluirAbrazo
¿Que le esperará a ese pobre hombre al final del camino? Intuyo que no debe ser nada bueno.
ResponderExcluirBesos
Pois é, vê-se nesse conto que depois do leite derramado não há alternativa. Licurgo deveria ter pensado no conselho de seu pai, quanto à retidão, há mais tempo.
ResponderExcluirE agora? O que acontecerá a Licurgo? Bem, esse é o 'x' da questão: fica para a imaginação de cada um, como é próprio de um conto
Eu já imaginei uma porção de coisas...e fiz meu final!
Ótimo conto!
Beijinhos, daqui do lado.
Bom dia, Pedro,
ResponderExcluirgosto deste gênero da literatura, pois penso que quando o autor entrega sua obra ao leitor, deixa de ser seu dono, porque nós, seus leitores fazemos a leitura ter o sentido que quisermos, e por isso, o conto me atrai sempre. Licurgo deveria ter levado para a sua vida os conselhos recebidos do pai. Imagino ele agora,sentado ao lado de gente de caráter duvidoso. O que fazer?
Vou dar ao seu conto um final feliz, pois todos merecemos uma segunda chance desde que estejamos arrependidos, e entendi que ele estava. Muito bom. Abraços!
Oi Pedro!
ResponderExcluirGostaria de pensar em algo de bom para acontecer ao Licurgo mas, nos tempos de hoje não tem como.
Muito bem escrito amigo, nos dando a linha e o anzol mas o resultado final ficando por conta de cada um.
Abrçs
Excelente conto, no qual, após ler, minha imaginação correu solta!
ResponderExcluirBeijos e um abençoado fim de semana!
Bom já que a coisa estava neste pé, eu não esperaria, nem pagaria pra ver.
ResponderExcluirIsto dentro do que eu imagino que iria acontecer com Licurgo.
Que nome! Achei interessante, eu não conhecia. Fui pesquisar e vi que Licurgo foi uma personagem da mitologia, e matava à traição. Não sei se o nome foi escolhido a proposito por você. Já na Wikipédia encontrei outro Licurgo que difere no caráter e personalidade, ele foi um legislador, conhecido por sua honestidade.
Muito bom o Conto, me fez pensar...
O nome Licurgo é o segundo nome que você menciona: “um legislador, conhecido por sua honestidade”.
ExcluirUm ótimo domingo, Lourdinha.
Um abraço. Pedro
El dejar al lector elucubrar sobre el destino de Licurgo es arriesgado por los desenlaces tan opuestos que pueden imaginarse.
ResponderExcluir¿Irá camino de cometer un delito? Eso sería algo triste por ser su nombre, como usted apunta, el de un honesto legislador.
¿Será un político honesto que debe firmar una ley dura pero necesaria? Ahí sí que compadezco al protagonista. No son buenos tiempos para la lírica. Saludos, Pedro.
Gostei muito do conto e ainda mais da escrita.
ResponderExcluirOs leitores ficaram a ansiar por mais.
Abraço e votos de um bom Domingo
Parece o correr da cortina e a imaginação a surgir apressada. Rapidamente tem que decidir o caminho entre tantos... Que suspense, amigo Pedro!
ResponderExcluirGostei imenso.
Beijos.