Blumenau - SC / Brasil |
A SENHORA E O JOVEM (conto)
– Pedro Luso de Carvalho
Lucas ajusta o preço da locação do quarto, com a senhora Hilda, pelo prazo de sete meses. Depois, desliga o telefone, arruma a mala, paga a conta do hotel e sai para a rua.
– Sentirei falta da vista do rio Itajaí-açú – diz Lucas para si mesmo.
Sob o sol forte da tarde, Lucas anda pelas ruas do centro de Blumenau, e quando o calor começa incomodar, já está diante da sua nova moradia.
– Então é aqui que vou morar? – Pergunta num sussurro, como se alguém estivesse a ouvi-lo. Surpreende-se com a imponência da casa.
Ali, diante do muro, Lucas abre o portão e anda sobre a larga calçada, que divide o amplo jardim em duas partes. Diante da porta da casa, aperta a campainha.
– O senhor é o estudante, não é? – Pergunta a mulher, que devia ser empregada.
– Isso mesmo! Meu nome é Lucas. Posso entrar?
– Queira entrar, senhor, e esperar na sala, que a senhora Hilda não demora.
Logo aparece a dona da casa, senhora Hilda, para receber Lucas. O seu porte elegante chamou a atenção do jovem.
– Você é o estudante, com quem falei ao telefone, não é?
– Isso mesmo, senhora Hilda.
Após a rápida conversa, Hilda pede a Lucas para acompanhar a empregada. No quarto, ela abre as duas amplas janelas, com vista para o jardim.
Os dias e os meses passam depressa. Lucas vive com conforto. O silêncio do quarto e da casa é aliado aos seus estudos. Silêncio que agora é quebrado por duas suaves batidas na porta, que logo é aberta pelo jovem.
– A senhora Hilda espera pelo senhor na sala de música – diz a empregada.
Lucas levanta-se da poltrona, deixa o livro na mesa de estudo e vai à sala de música.
– Aqui estou, senhora Hilda!
– Sente-se Lucas, precisamos conversar, mas meu marido não poderá saber do que vamos falar.
– Não direi nenhuma palavra, senhora Hilda.
Logo que a empregada se retira da sala, Hilda pede paciência a Lucas, porque a conversa poderá ser longa.
– Não se preocupe, senhora.
– Pois bem, logo que me formei, fui aprovada em concurso público para lecionar no Colégio Pedro II. Então, vi meu sonho realizado.
Hilda diz ainda, que o seu noivo, por quem se apaixonara, disse-lhe que teria de escolher entre o casamento e a sua a carreira de professora.
– Então, deixei meus alunos e o meu sonho para casar. Não me arrependo, somos felizes, principalmente depois que nasceram as duas filhas, que já estão casadas.
Hilda diz a Lucas que quer seu consentimento para lhe ensinar o idioma alemão, matéria que ensinava, antes de casar. Depois de breve pausa, diz a Lucas:
– As aulas serão administradas na sala de música, por uma hora, de segunda a sexta-feira, caso você queira ser meu aluno, e queira estudar alemão. Você aceita?
– Aceito, professora Hilda! - responde Lucas.
A frase de Lucas ficou parada no ar, sustentada pelo silêncio, que foi quebrado por um suspiro de alívio de Hilda.
Sete meses depois, Lucas concluiu o curso médio. Assim, logo voltaria para casa. Teria apenas um mês de descanso na casa dos seus pais, antes de se ingressar na universidade.
Então, chegou o momento da despedida. Hilda despediu-se de Lucas na sala de música, com um abraço e um presente embrulhado num papel dourado.
- É um livro pra você ler no ônibus – disse Hilda emocionada. – Espero que você faça uma boa viagem, Lucas.
Lucas deixou a casa para trás, naquela tarde, quase noite. Os passageiros se acomodavam no ônibus, que logo partiu. Ele ainda teve tempo para apreciar a paisagem, que corria contra a janela.
Depois, abriu o embrulho, presente de Hilda, e viu um bilhete dela, entre suas folhas: “Obrigada Lucas, por ter me permitido ser professora novamente. Você ajudou a completar minha felicidade. Seja muito feliz!”
Lucas guardou o bilhete, fechou o livro, ajeitou-se na poltrona e adormeceu com o barulho do motor do ônibus.
Me gusto la historia y el final Hilda fue feliz completamente. Te mando un beso.
ResponderExcluirA possibilidade de voltar a ser feliz não tem preço.
ResponderExcluirAbraço, boa semana
Gostei muito deste conto (pena o marido dela querer que ela optasse em vez de querer que ela tivesse tudo)
ResponderExcluirQue lindo conto e o sonho de Hilda pode se concretizar novamente e o jovem adquiriu conhecimento de um lindo e importante idioma! abraços, ótima semana, chica
ResponderExcluirQue história bonita e tão bem contada, meu Amigo Pedro. Por dentro dela está a vida simples e uma imensa humanidade. Que gosto lê-lo!
ResponderExcluirTudo de bom.
Uma boa semana.
Um beijo.
Tenho um apreço enorme por quem escrever contos. Não é a minha "praia" pois tal exige um talento superior que, infelizmente, não possuo.
ResponderExcluirO meu encanto, gosto e elogio
*
Semana com Saúde, Paz e Amor.
*/*
Olá, amigo Pedro,
ResponderExcluirUm belíssimo conto aqui nos presenteia. Foi sem dúvida uma excelente conversa, com um final feliz.
Gostei bastante. Parabéns!
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Muy buen cuento. nadie debería ser obligada a abandonar sus sueños. Yo veo que es compatible la tarea de enseñar y la del matrimonio.
ResponderExcluirQue tengas una buena semana. Un abrazo
Una historia muy bonita con un dulce final.
ResponderExcluirPudo encontrar de nuevo felicidad
Un placer leerte.
Un beso. Feliz mes de Junio.
Olá, amigo Pedro!
ResponderExcluirComecei a ler imaginando o que sua crônica poderia culminar no desfecho dela... me apeteceu ler até o fim para saber... valeu muito a pena!
A história teve um fim espetacular, de amor doador gratuito como não se acha quase nos das atuais.
A professora saciou sua sede com maestria.
O aluno foi dócil à necessidade da dona Hilda com respeito e adesão total. Sua dedicação (aliás a de ambos), foi meritória. Ambos ganharam na relação de amor fraterno e solidariedade oportuna.
Uma gratidão para se guardar até o final dos dias do aluno aplicado e dócil.
Tenha dias novos abençoados!
Abraços fraternos
Bonita historia amigo Pedro, realmente Hilda, no se sentía plenamente realizada, aquella propuesta del que es hoy su marido de dejar sus clases, le hicieron ser una mujer feliz a medias.
ResponderExcluirTodos necesitamos de esa realización en la vida, sin ella, no se vive plenamente y esas clases impartidas a Lucas le sirvieron de una gran ayuda a Hilda.
Un gran abrazo amigo de paz y felicidad.
Un bonito cuento el que el joven de llevo dos grandes lecciones de esa casa la que le dio el conocimiento de alemán y que hay cosas que te pueden dar con cariño.
ResponderExcluirSaludos.
Bom dia, Pedro
ResponderExcluirLindo conto, realizar um sonho é gratificante e Lucas fez parte dessa conquista, que maravilha, um forte abraço.
O sonho que realizei foi ensinar a minha avó a ler!
ResponderExcluirAdorei ler este lindo conto!
Beijinhos!
😍💔😍Megy Maia
Boa tarde Pedro
ResponderExcluirUm conto escrito com simplicidade e que até me comoveu.
Ficção ou não, eu gostei bastante.
Uma boa semana.
Um beijo
:)
Olá, Pedro Esta a primeira visita que faço ao seu blog. Foi uma visita muito agradável e didática. Apreciei bastante o design que está elegante, racional e bastante orientado ao utilizador. Aliás, esse forma de "desenhar" também se encontra implícita no seu conto: elegante, adaptado à leitura em ecrã e com a dimensão adequada para este fim. Talvez fosse também uma decisão no sentido de melhorar a leitura, o facto dos pensamentos de Lucas serem verbalizados e colocados em discurso direto. É apenas uma opinião, mas gostaria de os ter lido como pensamentos, sem o travessão do discurso direto. Mas entendo que seja uma decisão que tenha em vista a legibilidade. Cumprimentos,
ResponderExcluirPues....me he llevado una grata sorpresa Pedro, esperaba un poema como siempre y me he topado con un relato ameno y bonito, te felicito
ResponderExcluirUn abrazo
Olá, amigo Pedro, passando por aqui, relendo este excelente conto, que muito gostei, e desejar um Feliz fim de semana, com muita saúde.
ResponderExcluirAbraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Cuántos pequeños paquetes habrán quedado ocultos en los armarios contando la historia de "lo que pudo ser y no fue". Cuántos jóvenes obligados por las circunstancias, cuántas mujercitas que soñaban con volar con alas propias acabaron cerrando los ojos sin lograr levantar el vuelo...
ResponderExcluirCuantos interrogantes abre su propuesta, Pedro...
Buena semana.
Bom dia Pedro,
ResponderExcluirQue belo conto!
Gostei imenso da história e da sua bela narrativa.
Parabéns pela sua inspiração.
Beijinhos e bom domingo.
Ailime
Uma história encantadora.
ResponderExcluirE muito bem contada, dá gosto ler.
Boa semana, caro amigo Pedro.
Um abraço.
Olá, amigo Pedro,
ResponderExcluirPassando por aqui, para desejar uma ótima semana, com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Ual Pedro!
ResponderExcluirAdorei mergulhar nessa
li da história como leitora.
E como profissional
na área da escrita como editora
e organizadora, eu digo que
vejo aqui nesse texto o esqueleto
completo de um livro de pelo
menos umas 60 pgs.
Obrigada por esse texto.
Bjins
CatiahoAlc.
Muy bonita narrativa, ella sabía ser amable, el joven Lucas también respondió a su necesidad de aprender.
ResponderExcluirAbrazo
oI Pedro, um conto belo no seu mistério, surpreendente para os dias de hoje nos quais não se esperam o sensíveis desejos de uma vida de aceitação ....bom para lembrar de um tempo de delicadeza que apesar de tudo ainda persiste. Há muito de sensibilidade em palavras de dignidade e renúncia .
ResponderExcluirum abraço
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ResponderExcluirភ្នាល់បាល់ អនឡាញ