Iberê Camargo - Brasil / Fantasmagoria - 1987 |
A MÁSCARA
- Pedro Luso de Carvalho
Para que tanto riso,
se lá fora a noite é escura,
se os fantasmas assustam
incrédulos passantes ?
Para que tanto riso,
se não há pão na mesa,
se a fome é má conselheira,
se há tanto descaminho?
Para que tanto riso,
se há desesperança,
se estão fechadas as igrejas,
se há fiéis desconsolados?
Para que tanto riso,
se abriram-se os presídios,
se os bandidos estão cá fora,
se em casa estamos presos?
Para que tanto riso,
se não há mais governo,
se há tanta injustiça
se o barco está à deriva?
Para que tanto riso
se há o domínio do medo,
se atrás da áspera máscara
escondem-se nossos rostos?
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Realmente, perante esses fatos, para quê tanto riso?
ResponderExcluirGostei muito do poema a condizer com a fantasmagórica foto.
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Feliz fim de semana …Abraço de amizade.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Linda e profunda e tudo, até nossos sorrisos estão escondidos.Resta sorrir com os olhos... abraços, lindo fds! chica ( Bem trazido e escolhido Iberê!)
ResponderExcluirUm poema muito bonito! Amei:))
ResponderExcluir-
Neste sossego aonde me permito esperar ...
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Beijos e um excelente fim de semana!
... E se fossero risate ansiose? Isteriche?
ResponderExcluirMi piace la tua poesia.
Ciao Pedro buon weekend.
enrico
Achei fantástico esse teu poema, gosto muito da repetição "Para que tanto riso", dá grande força ao poema.
ResponderExcluirNa verdade, não temos o porquê de tanta alegria través de inúmeros sorrisos. Falta-nos tudo, inclusive o interêsse pelo povo brasileiro, e um governo à altura do Brasil.
Beijinho aqui do lado.
Para que tanto riso,
ResponderExcluirse não há pão na mesa?
Boa noite de muita paz, amigo Pedro!
Fico impressionada como pode também...
Confirma que somos muito mais egoístas do que aparentamos.
Tirando pelo meu Estado, a fome está matando, causando violência generalizada...
Vi uma reportagem que mais me identifiquei na Pandemia inteira.
O riso permanente nos corações é consequência de novo vírus explicado muito bem pelos psicólogos: positividade tóxica, Pedro.
Sua poesia ressalta bem a reportagem que assisti há cerca de uns dois meses
Muito bom ter lido aqui. Obrigada pela partilha
Tenha um final de semana abençoado!
Abraços fraternos de paz e bem
Ilustração perfeita para sua inspiração Pedro. O tempo do nada, do vazio que implanta em nossos olhos, na angustia que invade nossos corações, na injustiça que desfila pelos tapetes coloridos onde a justiça deveria reinar soberana. Então se sorrimos deve ser de teimosos em crer numa esperança utópica de que algo vai mudar, nesta situação que nos encontramos, entregues aos sem escrúpulos e mínimo de decência.
ResponderExcluirCompartilho deste grito amigo Pedro.
Um bom fim de semana.
Abraços amigo.
Inutili risa, quando la situazione è rave e bisogna rimbocarsi le maniche per risolverla
ResponderExcluirBuon fine settimana, Pedro,silvia
La imagen habla por sí sola, seres fantasmales, vidas que hace tan solo unos años no se podrían concebir, penurias, pandemia, ¡sálvese quien pueda! Gobiernos sin escrúpulos.
ResponderExcluirLetras de llanto, sonrisas perdidas e injusticias reinantes es tu bello poema un grito de desesperanza y falta de amor. Luchemos por un mundo mejor.
Un abrazo y buen resto de semana desde el levante español.
Es un gran poema y, además, refleja una realidad.
ResponderExcluirEsperemos que pueda renacer la alegría.
Te deseo un feliz fin de semana.
Un beso.
Excelente poema, Pedro! Inexplicável esses risos todos que vemos por aí, parecem corpos sem alma, verdadeiros zumbis, sem emoção, sem razão e principalmente sem zelo pelo próximo. É o medo e a falta de medo, sempre a separar, mas sem resultados positivos para ambos lados, perdemos todos...os risos da dignidade.
ResponderExcluirAdorei a leitura e reflexão, amigo, bom final de semana!
Como diz um amigo, poeta como você, “chapeau”. De fato, parece que há muitos palhaços, rindo, indiferentes ao drama do povo brasileiro. O poema é de uma crueza, que nos comove. E a tela de Iberê Camargo é uma bela conjugação de vozes dos pampas.
ResponderExcluirCuide-se meu amigo. E não tire a máscara, a que você usa o protege. Bem, a dos governantes...
Um abraço, meu amigo Pedro Luso!
Algo habremos hecho mal y ahora estamjos paagando la consecuencia de nuestros actos.
ResponderExcluirBesos
a máscara sorri e ri, e até tapa a tristeza dos olhos, Pedro
ResponderExcluiro coração aflige-se e chora
abraço e bom domingo
Pedro,
ResponderExcluirMuitas vezes nos
fazemos esta mesma
pergunta e o silêncio
é nossa resposta.
Lindos versos.
Bjins de domingo.
CatiahoAlc.
Um belíssimo poema, Pedro. "Muito riso, pouco siso" diz o povo e tem razão. As situações do dia a dia, dão mais vontade de chorar do que de rir.
ResponderExcluirEstou de volta depois de três dias de cama, com febre, dores no corpo todo, vómitos e inchaço nos pés e mãos. E como toda a gente me diz que o pior é a segunda dose, estou bem arranjada. Bom mas o que interessa é que hoje já estou bem.
Abraço, saúde e bom domingo
Olá Pedro!
ResponderExcluirQue lindo poema e grandes verdades todas elas no virar de cada esquina, mas é o que temos para contar e o governo que temos...um beijinho e resto de um bom domingo.
Un hermoso poema que refleja la realidad y la inconsciencia de tantos que todavía se permiten el no cumplir con las normas para evitar más riesgos.
ResponderExcluirA pesar de todo, hay que sonreír a la esperanza.
Un abrazo Pedro, y buena semana.
Una imagen tétrica nos avanza el contenido de tu poema, que de una bella forma nos muestras lo que nos esta pasando.
ResponderExcluirSaludos.
Parabéns pela inspiração, Pedro.
ResponderExcluirEstá um grande poema muito expressivo e sentido. Excelente, tanto no aspeto formal, como na mensagem que transmite.
Continuemos a aguardar dias melhores. Abraço, poeta amigo.
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Olá Pedro
ResponderExcluirTempos difíceis, doridos, sofridos
Mas deixemos que o sorriso da esperança seja o adorno de nossas máscaras e não todas essas mazelas que nos agridem
Uma poema extraordinário meu amigo
Um abraço e uma feliz semana
Onde não há justiça nem paz social não há motivo para risos. Um poema que chama a atenção para tanto desgoverno que aflige...
ResponderExcluirUma boa semana com muita saúde, meu Amigo Pedro.
Um beijo.
Um poema profundo e sentido que retrata a dor, a angústia, a injustiça e o desespero do povo brasileiro.
ResponderExcluirTenha uma tranquila e boa semana
Beijinhos
Olá, amigo Pedro!
ResponderExcluirUm alerta muito oportuno, para a realidade que estamos a viver. Em que muitos fingem não ver. Ignorando a triste realidade em que estão mergulhados.
Profundo e sentido poema.
Abraço, e ótima semana!
PS: Parabéns pelo bonito espaço!
É verdade pra que riso
ResponderExcluirNesta triste pandemia?
Se o vírus contagia
Muito mais os sem juízo
Como os que riem. É preciso
Sorrir, não rir, pois eu vejo
Que o riso corre em sobejo,
Mas o sorriso é escasso.
Sorriam! Sonhem com abraço
E não percam esse desejo!
Gostei do poema, amigo Pedro Luso! Muito riso, pouco siso! Dizia um ditado antigo. Precisamos de sorrisos que alegram nossas almas esvaziadas de sonhos por medo da pandemia. Parabéns! Grande abraço, amigo! Laerte.
Querido amigo, nuestros rostros están ocultos pero no nuestra alma que sigue sufriendo.
ResponderExcluirSiempre es agradable leerte y, aun que no se hacer poesía, me gusta mucho leerla cuando otros la hacen tan bien.
Un fuerte abrazo
Talvez que esse riso seja uma forma de disfarçar a infelicidade.
ResponderExcluirAbraço amigo.
Juvenal Nunes
Olá, amigo Pedro!
ResponderExcluirHá risos que escondem a dor que sentem.
E se escondem por traz dessa máscara.
Excelente poema!
Votos de uma excelente quarta feira!
Abraço amigo.
Oi Pedro! os tempos sombrios merecem a sua reflexão e de fato o riso agora parece escárnio.
ResponderExcluirUm abraço
Boa tarde Pedro
ResponderExcluirseu poema é uma pedrada no charco, é actual e verdadeiro, doí, estes tempos dolorosos e sombrios que atravessamos, você soube fazer um poema forte e sincero.
também gostei muito da tela que fez suporte ao poema, bem escolhida e bastante bela.
tenha dias abençoados junto de Taís com muita paz e saúde.
Beijinhos
:)
Uma profunda reflexão do tempo pelo qual passamos com máscaras, mas que não embote nossos desejos e sonhos. Abraços.
ResponderExcluirBom dia, amigo Pedro!
ResponderExcluirPassando por aqui, relendo este excelente poema. E desejar um Feliz fim de semana, com muita saúde!
Abraço de amizade.
Rir nem sempre parece fazer sentido com o que nos cerca. Mas é sempre melhor que chorar ou maldizer a sorte da vida...
ResponderExcluirUm poema magnífico, gostei imenso.
Bom fim de semana, caro Pedro.
Abraço.
La risa enmascarando la problemática del mundo, a veces quizás sea utilizada como un escape a tantas cosas que vivimos provocadas siempre por la falta de empatía, me ha gustado mucho tu poema
ResponderExcluirUn abrazo carmen
Meu amigo Pedro
ResponderExcluirConsidero este Poema um dos seus melhores, pela mordacidade e ironia com que faz a leitura de uma realidade que nos foge entre os dedos.
A crítica ao "status quo" é elegante e subtil e vemo-nos enredados nessa "Máscara" de que fazemos parte e que, talvez, nos sirva de disfarce agora que somos obrigados a usar uma máscara física.
Parabéns.
Abraço
Olinda
Rir... para se enganar o medo... se não aos nossos olhos... aos olhos dos outros...
ResponderExcluirUm formidável poema... que nos revela, o que está por trás da máscara... nós e nossos medos... numa realidade que nos ultrapassa... em dimensão e entendimento... mais tarde ou mais cedo...
Beijinho
Ana
Don Pedro:
ResponderExcluirprecisamente por eso, ante tanta desgracia, un buen "riso" hace bien.
Abraços.