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7 de out. de 2011

Nobel Tomas Tranströmer / Poesia mesmo sem falar

Isolado numa ilha sueca, Nobel aceitou ontem ser fotografado

                  Por: Rui Pedro Vieira com agências  


         Há 21 anos o poeta sueco Tomas Tranströmer sofreu um acidente vascular cerebral que o deixou com metade do corpo paralisado e quase sem conseguir falar. Apesar disso, o escritor e também psicólogo, hoje com 80 anos, nunca parou de escrever, sempre longe dos holofotes mediáticos e isolado numa pequena ilha da Suécia. A Academia não se esqueceu da força realista dos seus versos e atribuiu-lhe ontem, em Estocolmo, o Nobel da Literatura.

        O historiador Peter Englund, que anunciou o prémio, disse que Tranströmer não queria acreditar quando soube da notícia. "Estava a ouvir música", partilhou. Já a sua mulher, Monica, explicou que o laureado se sentiu "emocionado" e até se deixou fotografar na sua casa: "Não acreditava que pudesse vir a assistir a isto", sublinhou. Apesar de desconhecido para muitos, o Nobel que sucede a Mário Vargas Llosa é considerado o maior poeta vivo da Suécia. 

         Em Portugal estão editadas duas antologias suas. Numa delas, ‘21 poetas suecos’(editora Vega, 1981), Tranströmer escreve sobre as cidades de Lisboa e do Funchal. "No bairro de Alfama os eléctricos amarelos cantavam nas calçadas íngremes//Havia lá duas cadeias/Uma era para ladrões/Acenavam através das grades/Gritavam que lhes tirassem o retrato", lê-se em ‘Alfama’. 

        Nascido em 1931 na capital sueca, começou a publicar versos aos 23 anos, com ‘17 Poemas’. Psicólogo de formação – chegou a trabalhar com jovens delinquentes –, editou 15 obras, procurando embarcar na relação entre o íntimo e o social, sem esquecer o lado profundo da identidade. Num só dia, deixou a reclusão e tornou-se o 7º autor sueco a ganhar o Nobel.


4 comentários:

  1. Pedro

    Bem oportuno esse artigo sobre este Tomas, para mim, antes, um desconhecido...

    Ouvindo a notícia do NOBEL fiquei curioso para ler seus poemas. E eis que hoje você faz está ótima postagem!

    Deve ser bom se sentir reconhecido quando não se espera mais. Ainda que tardiamente, melhor do que depois de morto!

    Sabes se há algo dele em português?

    Abço
    Cesar

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  2. O verdadeiro reconhecimento, sempre, faz justiça ao homem e a sua obra. Um abraço.

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  3. Cesar,

    Não há nenhuma obra de Tomas Tranströmer publicada no Brasil. Apenas em Portugal foram publicados alguns poemas do Nobel. Nos Estados Unidos seus livros passaram a ser publicados a partir de 1958.

    Vamos aguardar, amigo Cesar, futuras publicações do poeta.

    Um abraço,
    Pedro.

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  4. Fiquei surpresa, porque nunca tinha ouvido alguma referência a ele. Mas um HAI-KAI traduzido para o português, que, infelizmente, não memorizei, é belíssimo. Depois vou tentar localizá-lo na internet.

    Abraços

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Pedro Luso de Carvalho