Naquilo em que sempre Goethe se mostra como poeta, revela-se, também, o pensador. É verdade que, durante toda a vida, evitou de figurar no rol dos filósofos, chegando mesmo a orgulhar-se, em um dos seus aforismos, de que, se conseguiu chegar a tanto, foi somente devido ao fato de “nunca haver pensado sobre o pensamento”. Não há dúvida de que ele procura entender Kant, Hegel (pelo qual tem verdadeira predileção) e Schelling, esforçando-se, quanto podia, em fazer liga com eles. Mas não consegue. Como verificação última, sempre é compelido a reconhecer que eles seguem outro caminho que não é o seu. Não pode compreender de que modo o espírito alemão, naqueles pensadores, pretende levar-nos a uma concepção moral e idealista da vida.
É que sempre, e cada vez mais, tanto a grandeza, como as limitações de sua poesia, e do seu pensamento, estão inteiramente ligas à natureza. E, por mais que se esforce, não pode, em última análise, acompanhar aqueles pensadores, porque neles o pensamento é um termo médio entre o homem e a natureza. Por esse motivo, também, parece-lhe que a “Crítica da Razão Pura”, de Kant, é “uma camisa de força” que nos impede de exercitar livremente a poesia e o pensamento em face da natureza; eis a razão pela qual os sistemas filosóficos especulativos representam para ele uma violência contra a natureza.
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Albert Schweitzer formou-se em Medicina, Filosofia e Teologia na Universidade de Straburgo; em 1901 foi nomeado docente nessa mesma Universidade. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1953, como reconhecimento de sua atividade como médico na África Equatorial Francesa, onde, em 1913, construiu um hospital na localidade de Lambaréné, Gabão; aí, passou parte de sua vida dedicada ao tratamento de doenças tropicais, no afã de minorar o sofrimento do povo africano. Retornava a Europa apenas para angariar fundos para a manutenção de seu hospital, realizando concertos de órgão e conferências públicas.
Obras principais do filósofo: Goethe, Quatro Discursos, Minha Infância e Mocidade, Histórias Africanas, Entre a Água e a Selva, Albert Schweitzer – Uma vida Exemplar, Minha Vida e Minhas Idéias, Decadência e Regeneração da Cultura, Cultura e Ética.
Albert Schweitzer nasceu em 14 de janeiro de 1875, em Kaysersberg, na Alsácia, que, na época, pertencia Império alemão, e faleceu em 4 de setembro de 1965, em Lambaréné, Gabão, África.
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Pedro Luso de Carvalho