[ PEDRO LUSO DE CARVALHO ]
JORGE LUIS BORGES (Jorge Francisco Isidoro Luis Borges), nasceu em Buenos
Aires, Argentina, Buenos Aires, a 24 de agosto de 1899, e faleceu em Genebra,
Suíça, em 14 de junho de 1986, aos 87 anos incompletos.
Borges é conhecido por
sua lacônica prosa. Prosa atordoante e inimitável. Foi contista, poeta,
fabulista, ensaísta e mitógrafo.
André Maurois, escritor e crítico literário,
membro da Academia Francesa, diz que Borges “Cria, fora do espaço e do tempo,
mundos imaginários e simbólicos. É um sinal da sua importância que só possa
evocar a seu propósito obras estranhas e belas. Aparenta-se com Kafka, Poe, às
vezes Wells, sempre Valéry pela brusca projeção de seus paradoxos dentro do que
chamaram sua metafísica privada”.
Diz mais, Maurois: “Nada
mais agrada a Borges que jogar assim com o espírito, o sonho, o espaço e o
tempo”.
O conto que vai
transcrito abaixo, qual seja, Os dois
reis e os dois labirintos, é um dos dezessete contos que compõem o livro O
aleph, talvez a melhor obra de ficção de Jorge Luis Borges (In O aleph/Jorge Luis Borges. Tradução de Davi
Arrigucci Jr. 5ª reimpressão. São Paulo: Companhia Das Letras, 2012, p.
122-123):
[ESPAÇO DO CONTO]
OS DOIS REIS E OS DOIS LABIRINTOS
OS DOIS REIS E OS DOIS LABIRINTOS
(Jorge
Luis Borges)
Contam os homens dignos de fé (mas Alá sabe mais) que
nos primeiros tempos houve um rei das ilhas da Babilônia que reuniu seus
arquitetos e magos e os mandou construir um labirinto tão desconcertante e
sutil, que os varões mais prudentes não se aventuravam a entrar, e os que
entravam se perdiam. A obra era um escândalo, porque a confusão e a maravilha
são operações próprias de Deus, e não dos homens. Com o passar do tempo veio à
sua corte um rei dos árabes, e o rei da Babilônia (para zombar da simplicidade
do hóspede) fez com que ele penetrasse no labirinto, onde perambulou ofendido e
confuso até o cair da tarde. Então implorou socorro divino e deu com a porta.
Seus lábios não proferiram queixa alguma, mas disse ao rei da Babilônia que ele
na Arábia também tinha um labirinto que, se Deus fosse servido, lhe daria a
conhecer algum dia. Depois voltou à Arábia, reuniu seus capitães e alcaides e
devastou os reinos da Babilônia com tamanha boa sorte que arrasou seus
castelos, dizimou sua gente e aprisionou o próprio rei. Amarrou-o em cima de um
camelo veloz e o levou para o deserto. Cavalgaram três dias, e disse-lhe: “Ó
rei do tempo e substância e cifra do século!, na Babilônia desejaste que eu me
perdesse num labirinto de bronze com muitas escadas, portas e muros; o Poderoso
teve por bem que eu agora te mostre o meu, onde não há escadas a subir, nem
portas a forçar, nem cansativas galerias a percorrer, nem muros para impedir a
passagem”.
Logo depois, desamarrou-o e o abandonou no meio do
deserto, onde morreu de fome e de sede. A glória esteja com Aquele que não
morre.
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REFERÊNCIAS:
MAUROIS, André. De Aragon a
Montherlant. Tradução de Paulo Hecker Filho. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, s/d – original pela Librairie Academique Perrin, 1967 -, p. 100.
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Pedro , passo para parabenizá-lo pelas postagens . Todas muito apropriadas e de bom gosto . Fiquei contente conhecendo seu espaço , e isto só foi possível por vê-lo como seguidor do meu blog ( !) .
ResponderExcluirMaravilhas do espaço virtual que vai aproximando aqueles que partilham os mesmos interesses .
Abraços
Marisa,
ExcluirFoi com alegria que recebi sua visita e seus comentários; espero que volte sempre.
É minha intenção fazer outras visitas em seu blog.
Abraço.
Oi boa tarde!!
ResponderExcluirEstou passando para agradecer tua visita, e também para conhecer seu cantinho e te desejar uma semana abençoada, com muita alegria, amor e tudo de bom !!
Já seguindo viu!
Bjs, e fique com Deus !!
Optchá!
Cigana Raicha
http://ciganaluminosa.blogspot.com.br/
Obrigado, Cigana Raicha, pela visita, espero que volte mais vezes.
ExcluirAbraços.
Olá! boa tarde!
ResponderExcluirNavegando encontrei teu blog, muito interessante. adorei e fico por aqui, seguindo, pra voltar outras vezes. deixo o convite estendido a meu blog. Abraço!
Obrigado pela visita.
ExcluirAqui você sempre será bem-vinda, Rose.
Um abraço..
muito bom boas leituras
ResponderExcluirObrigado pela visita.
ExcluirÉ sempre bom saber o nome de quem nos vista.
Um abraço.
boas leituras bom livro
ResponderExcluirObrigado, José Antonio, pela visita.
ExcluirUm abraço.