Armindo Trevisan |
Armindo Trevisan nasceu em Santa Maria, em 1933. Doutorou-se em Filosofia pela Universidade de Fribourg, Suíça, com a tese “Criação em Bergson” (1963). Nesse mesmo ano, fez curso de aperfeiçoamento em Paris. De 1969 a 1970, e de setembro de 1974 a fevereiro de 1975, foi Bolsista da Fundação Caloustre Gulbenkian, em Lisboa. Em Porto Alegre, Trevisan dividiu com os seus alunos, na Universidade do Rio grande do Sul, na condição de Professor da História da Arte e Estética, um pouco de seus conhecimentos.
Armindo Trevisan recebeu o Prêmio de Poesia “Gonçalves Dias”, da União Brasileira de Escritores (1964), por “A Surpresa de Ser”. A Comissão Julgadora, que decidiu pela sua premiação, era composta por Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira e Cassiano Ricardo. Esses três poetas, que estão, sem dúvida, entre os que melhor representam a poesia brasileira, formavam esse juri, que, no dizer de Moysés Velhinho, era “o juri mais rigoroso e credenciado já organizado no Brasil”.
Armindo Trevisan não ficaria apenas com esse prêmio; em novembro de 1972, concorrendo com mais de 150 obras, ganhou o Prêmio Nacional de Brasília, para poesia inédita, com “O Abajur de Píndaro”.
Dentre poetas e críticos literários, que escreveram sobre o poeta, destaco o que disse ANTÔNIO OLINTO: “O Brasil, não tão afeito a funduras pensamentais, tende mais para o barroco e o adjetivoso. Daí, o ser a posição de Armindo Trevisan em nossa poética tocada de solidão. Apesar de sua linhagem à João Cabral, está só no que faz”.
Os dados acima, sobre Armindo Trevisan, colhi-os no seu livro “Em Pele e Osso”, publicado pela Editora Movimento em convênio com o Instituto Nacional do Livro – Ministério da Educação e Cultura, em 1977.
Quem os que ainda não conhecem a poesia de Armindo Trevisan, vamos dar, adiante, uma mostra do seu talento com “Comunhão”, um dos poemas que compõem o seu livro “A dança do fogo”, editado pela Artes e Ofícios, Porto Alegre, 2001, p. 102.
COMUNHÃO
À noite, quando os ventos se extrovertem,
o faroleiro enrola-se em si mesmo,
e à luz, que ele vigia, arranca um verso
para curtir a solidão, a esmo,
entre duas faces, que brame contra as penedias.
Não tens, acaso, a solidão uivante
do faroleiro? Tens, também, o lume,
que ele vigia. E sabes que, dormindo,
teus olhos vão subindo, vão subindo,
para caírem, tontos de doçura,
numa outra luz, que o sol tece na boca
da aurora que, excitada, fica rouca.
(by Armindo Trevisan)
Na Wikipedia, um pouco mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Armindo_Trevisan
Que belo poema!
ResponderExcluirEu já havia ouvido falar do Armindo Trevisan... Aliás, há outro Trevisan que não me lembro o primeiro nome, isso sem falar no mais famoso, o excelente Dalton, de quem sou fã.
Será eles têm entre si algum tipo de parentesco, ou é só uma coincidência do mundo literário?
Abraços
Cesar Cruz
SP, Capital
Bom dia Pedro
ResponderExcluirAgradeço a visita e também esta partilha de conhecimentos.
Desconhecia na totalidade este poeta e a sua obra. Valeu o poema para se perceber a sua grandeza de alma.
Desejo-te as maiores felicidades para ti e os teus.
Legal! Conheço o Armindo, sou natural de Santa Maria e estudei na UFSM, gosto do trabalho dele!
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