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18 de jan. de 2022

[Poesia] OS DESVALIDOS - Pedro luso de Carvalho

 





OS DESVALIDOS


                            - Pedro Luso de Carvalho




O vento sopra forte no morro,

zunindo entre muitos casebres,

apagando uma chama de vela

derretendo na mesa vazia.


Nas noites de todas estações,

nas noites de fome e desespero,

onde pode ter prato de sopa

diante dos olhos do menino.


E a mãe escondendo sua tristeza,

do pobre filho sem amanhã.

Mas não se satisfaz esse vento,

não lhe basta um único casebre.


Em outros casebres quer o vento,

quer a fome para outros meninos,

de olhos esbugalhados e tristes,

já que o vento não leva essa fome.


E quer mais esse vento que sopra,

quer ele mais e mais desvalidos,

que nascem e morrem em casebres,

sem ter lágrimas para chorar.




___________//__________





34 comentários:

  1. Olá, amigo Pedro!
    Uma triste poesia, mas infelizmente é a realidade de muitas famílias, falo do nosso pais que ainda existe parte da população em extrema pobreza.
    É muito triste, mas é a realidade.

    Continuação de boa semana.
    Abraço

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  2. Muito bom. Gostei bastante :))
    -
    Desenho a marca do teu corpo ausente

    Beijos, e votos de uma feliz terça-feira.

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  3. Boa tarde de paz, amigo Pedro!
    Os desvalidos têm abalado meu ânimo muito.
    A cada saída, vejo alguns nas marquises, calçadas, dormindo ao relento, as reportagens não nos deixam esquecer os famintos, os que estão sem teto e sem lar, enfim, há inúmeros casos de desamparo, de abandono à nossa volta.
    Um poema com cunho social que muito gosto de ler e refletir.
    Obrigada por pensar poeticamente nos desamparados.
    Tenha dias abençoados com saúde junto aos seus amados!
    Abraços fraternos

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  4. Esas almas sin solución, y a la deriva, sin destino, o con un destino atroz.
    Un placer leerte Pedro.
    Un abrazo

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    1. Hola Pedro, de nuevo por aquí ha dejarte la nueva dirección de Rodar y Volar, si no la sustituyes no podrás ver las nuevas entradas.

      Es esta:
      https://www.rodaryvolar.com/

      Perdona la molestia.
      Gracias de corazón

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    2. Olá, Carmen.
      Obrigado minha amiga, pela informação. Seguirei o seu blog pelo novo endereço, e farei a mudança nos “Blogs Amigos”, dos blogs: Veredas e Panorama.
      Boa semana, Carmen.
      Um abraço.

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  5. Tão triste,Pedro e tantas mães choram por seus filhos que nem para comer têm...E quantos que tudo prdem com os ventos da vida a soprrar... Linda poesia! abração, tudo de bom,chica

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  6. Olá, amigo Pedro.
    Uma triste realidade de milhões de seres humanos. Onde querem pão para matar a fome, e não o têm...

    Belo, mas triste poema, onde retrata uma dura realidade.

    Parabéns, poeta!

    Votos de uma excelente semana, com muita saúde!
    Abraço amigo.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  7. Es muy triste, no tener una vivienda, especialmente en el crudo invierno.

    Besos

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  8. O vento que leva esta fome, que ocupa toda a mesa de três tábuas.
    Lá fora outras casas, outras crianças, velas nas mesas vazias.
    Olhar social escancarando toda miséria que assola e esfola o ser humano num mundo de desigualdade e violento sobre estas crianças, que sobrevivem sob uma fome avassaladora amigo.
    A realidade nua e crua no Brejo da Cruz.
    Já dizia na canção: de um lado este carnaval e do outro a fome total.
    Abraços amigo, que a semana flua leve.

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  9. Esses ventos querem-se sempre longínquos.
    Forte abraço

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  10. Quelle persone disabili, che vivono una vita complessa sono sempre nel tristissimo pensiero delle loro madri
    Brano apprezzato, un caro saluto, Pedro,silvia

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  11. Poema muito triste mas a falar de uma realidade cada vez mais espalhada pelo mundo. Tão sensível, meu Amigo Pedro!
    Muita saúde.
    Um beijo.

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  12. Intentamos mirar para otra parte, intentamos evadirnos de una realidad que afecta a miles de personas que no tienen lo más mínimo para poder alimentar a sus familias.
    ¡Qué triste es comprobar que la riqueza está tan mal repartida!
    Cariños y buena semana.
    Kasioles

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  13. Muy triste pero, sin duda, un poema muy real.
    Emocionante.
    Un beso. Feliz semana.

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  14. Tremendamente triste y por desgracia muy real, hacía mucho que nos nos visitabamos, espero que estés bien y que el año haya tenido un buen comienzo
    Leerte ha sido todo un lujo
    Un abrazo
    Carmen

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  15. Un poema en donde nos muestras una triste realidad que sufren muchas personas de muy bella forma.

    Saludos.

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  16. oi, Pedro, triste e também verdadeiro...a miséria do povo é corolário da miséria moral das políticas que drenam os recursos de um país , em benefício daqueles que se sentem acima da lei e se sentem donos de um país ou do mundo. Injustiça social é a fonte de todas as misérias e de todas as indignidades.
    Um abraço

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  17. Una poesia che mette in luce il disagio e la povertà di molte famiglie che vivono di stenti e patiscono la fame. Versi armoniosi nella loro accorata lettura che ho letto con tristezza e dispiacere. La vita per alcuni è triste, amico Pedro. Un affettuoso saluto ed un abbraccio per un fine settimana in salute, a presto Grazia!

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  18. Pedro,
    Sua Poesia é um retrato
    de muitos seres, inclusive
    foi o meu até meus 16 anos.
    Na minha concepção,
    Poesia não é triste nem alegre,
    Poesia é retrato de gentes
    e de coisas e de lugares.
    Acho linda a construção
    das suas.
    Bjins
    CatiahoAlc.

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  19. Qué triste es la vida para muchas personas. El hambre es una de las peores lacras que asolan a la humanidad. Es inconcebible y en los tiempos que corren que pequeños niños acusen esa miseria sin poder llevarse algo de comer a la boca. Mal está el mundo amigo Pedro y por desgracia, las grandes potencias no ayudan a mermar o solucionar el problema.
    Un bello poema desgarrador que debería de hacer pensar a muchos.
    Un gran abrazo Pedro y buen resto de semana.

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  20. Desde que el mundo es mundo existen los desvalidos Pedro, lo terrible es que con todo lo que ha inventado y creado el hombre no haya puesto atención en el propio ser humano. Un abrazo poeta, gracias por compartir.

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  21. Pedro, chorei teus versos. Meu coração sangra quando vejo a calamidade moral e emocional do mundo em que vivemos. Parece-me que o descaso está cada vez mais natural. Dá um nó na garganta e uma vontade imensa de gritar... Mas, sigo fazendo minha parte, onde posso como posso tentando melhorar o que está a minha volta.

    Parabéns pelos versos, são reais e necessários!

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  22. Hola Pedro. Muy triste tu poesía, pero desgraciadamente un retrato de la verdad que existe en todas las zonas del mundo, y exclusivos en algunos países llenos de hambruna.
    Un abrazo y buen fin de semana.

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  23. Olá, amigo Pedro.
    Passando por aqui, relendo este excelente poema que muito apreciei, e desejar um Feliz fim de semana com muita saúde!

    Abraço amigo.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  24. Quanta emoção causa esse teu poema! O retrato que pintas, é tão verdadeiro que fui lendo e parecia um filme repetido milhões de vezes por esse país, por essa gente sofrida, sem sonho, sem esperança, sem nada que possa amenizar a dor da fome, da tristeza, do abandono! E nossos governantes passam corrido, olhos somente na época das eleições, tapinha nas costas, promessas de dias muito melhores. E a mesma coisa se repete anos a fio. Só escutamos, pelos cantos escuros e sujos, um soluço de mãe e lágrimas correndo! Que vida! Quanta mentira!
    Belíssimo e verdadeiro poema!!
    Beijinho daqui do lado.

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  25. Os ventos da pobreza são dos piores que há.
    O Homem comporta-se como os animais, não reparte a comida, é egoísta.
    E quando um governo faz política social, redistribuindo a riqueza pelos mais pobres, levanta-se um coro imenso de protestos e o governo acaba por cair.
    Excelente poema, gostei imenso.
    Bom domingo e boa semana, caro amigo Pedro.
    Abraço.

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  26. Poeta sensível e informado que bem sabe que a poesia salva o mundo
    mas ajuda a tomar consciência,
    e partido...

    grande abraço meu caro POeta

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  27. Os desvalidos... são aqueles que alimentam com a sua força de trabalho, as engrenagens, dos que efectivamente, podem concretizar todos os seus sonhos... por mais impossíveis que sejam... até viajar para o espaço... como comprovámos no ano que passou... enquanto uns morrem com o ar virusado que respiram na terra, no momento... outros dão cambalhotas, onde nem há ar para respirar, queimando rios de dinheiro no processo... assim vai, este nosso insustentável mundo louco...
    Adorei o seu poema, Pedro, que tão bem retratou a maior classe de todo este nosso tonto planeta... que apesar de tudo, ainda vai fazendo este mundo girar, apesar de todos os desequilíbrios e clivagens...
    Beijinhos! Feliz domingo!
    Ana

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  28. Pois, meu amigo Pedro, é a dura realidade do metafórico vento. E os desvalidos estão por aí em todos os cantos dos morros e adjacências. Para vencê-lo, é preciso arregaçar as mangas... enfrentando os políticos et caterva que o açulam em nome dos seus interesses...
    Um forte abraço, meu amigo!

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  29. Aun llegando tarde,
    abrió sus alas,
    y cobijó.

    (Ahí va un haiku, Pedro)

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  30. Amigo Pedro.
    Um poema comovente de tão real.
    Os ventos não correm de feição para todos infelizmente. As diferenças sociais são cada vez mais avassaladoras. Enquanto uns gastam milhões em futilidades, outros mal têm para comer.
    O pior é que vemos as novas gerações mais pobres que a anterior, ora não é esta a ordem das coisas.
    Queremos sempre o melhor para os nossos filhos e netos e infelizmente o futuro não lhes está a ser risonho.
    E não vemos os nossos políticos fazerem nada para o modificar, pelo contrário.

    Um beijinho com o desejo de uma feliz semana.

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  31. Es un poema desgarrador, que representa a todos las personas, que están en la misma situación y no tiene siquiera una esperanza de tener una vida mejor.

    Es una llamada a la conciencia, la de este hermoso poema.

    Besos

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  32. Pedro:
    ¡ojalá ese viento traiga pan y alegrías!
    Abraços.

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muito obrigado pela sua leitura e comentário.
Meu abraço a todos os amigos.

Pedro Luso de Carvalho