HEMOPTISE
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PEDRO LUSO DE CARVALHO
Vi naquele quarto sombrio
aquele
homem de vítreos olhos
palidez
de cera no rosto
as
profundas marcas gravadas
pelo
tempo nesse seu andar
com
a dor que espera passar.
A
ameaça se faz presente
(não
cessa o martírio da tosse)
o
risco
de romper-se
a veia
azulada,
que a pintou mão
de
algum espectral ser no rosto
marmóreo, para seu desgosto.
Não
mais quer lutar pela vida:
irrompe-se,
qual meteoro,
a
hemoptise;
sente-se
o frio,
* * *
Maravilhoso poema, como sempre aqui leio!!
ResponderExcluirBeijinhos
Olá amigo, como sempre, mais uma postagem interessante,poesia, de um quadro triste mas descreve a realidade de muitas pessoas que sofrem.
ResponderExcluirAbraços, tenha uma noite abençoada e que seu amanhecer seja com muitas energias boas para que reinicie uma semana com saúde e força para seguir sua caminhada feliz. Abraços, fica na paz de Deus.
Lourdes Duarte.
PEDRO,
ResponderExcluirNão faz muito que essa luta pela vida era inglória. A expectativa da cura, no século passado, era agonizante. Hoje, cura-se a tuberculose, descobrem-se vacinas, mas outras lutas serão travadas, parece um desafio eterno, a vida nos levando às mais terríveis provações.
Triste poema, mas forte e desafiador. E a hemoptise (expectoração do sangue do aparelho respiratório) não deixa dúvidas do quadro dramático do teu poema.
Beijinho daqui do lado.
Olá Pedro seu poema mostra a tristeza do fim de uma vida. Cada época uma doença uma mazela para a humanidade, a morte faz parte da vida, mas bem que poderia vir com mais suavidade para todos. Sei que isso é um sonho utópico.
ResponderExcluirGostei de seu poema, Abraços Léah
Muy sugerente tu poema donde trasmites la angustia de una enfermedad donde la persona se rinde por el cansancio de una cura que no llega.
ResponderExcluirTriste y a la vez hermoso lo que has escrito.
Me encanta la pintura que has dejado como imagen.
Un abrazo.
Triste quadro e o pior de tudo é quando desistimos de viver, entregamos ,.como ele, os pontos...abraços, linda semana,chica
ResponderExcluirUm poema intenso e profundo.
ResponderExcluirAinda me lembro dessa doença ser fatal, tive um tio que embora tenha conseguiu sobreviver à doença, ficou demasiado debilitado e acabou por morrer ainda novo.
Um abraço
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Pedro,
ResponderExcluirque magistral poesia!
Se me permite, lembrei-me
de um poeta que amo:o
Manuel Bandeira com seu texto
pneumatorax.
Eu disse que lembrou-me
pq cada Poema é único como
nossas digitais.
Linda nova semana.
Bjins
entre sonhos e delírios
CatiahoAlc.
Olá, minha amiga, este é o famoso poema, "Pneumotórax", de Manuel Bandeira, que juntamente com Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto formam os três nomes mais importantes da Poesia Brasileira. Segue, na íntegra, o famoso poema a que você faz referência.
Excluir– MANUEL BANDEIRA – Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que poderia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
– Diga trinta e três.
– Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
– Respire.
...............................................................
– O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo
e o pulmão direito infiltrado.
– Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
– Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Olá Pedro!
ResponderExcluirNatália Correia, poetisa portuguesa, diz nos dos seus poemas que "o poema é o que no homem para lá do homem se atreve."
Tu atreveste-te a escrever sobre o triste, lento e doloroso fim da vida e daí resultou um poema profundo e belíssimo.
Abraço.
Quase todos os fins de vida são tristes... implicando sofrimento crescente... que se vai instalando na alma... como uma falta de ar...
ResponderExcluirSorte de quem se vai de uma forma pacífica... sem dar por isso...
Um poema intenso e tocante... que aborda muito bem... os últimos dias... de quem já desistiu de viver...
Abraço! Continuação de uma excelente semana!
Ana
Uma situação dramática neste poema. Parece um quadro vivo...
ResponderExcluirUma boa semana, meu Amigo Pedro.
Beijos.
Pedro Luso
ResponderExcluirO escrito português Júlio Dantas (era médico) no seu livro, escreveu com certo rigor sobre as hemoptises. Estávamos no no século passado e ainda a tuberculose aqui não estava debelada. Mas o poema é bem construído e a recordação fica.
CONVITE A COMENTÁRIO
Brasil – País do futuro:
Análise Sociológica das Elites Basileiras
mornaguerra.blogspot.pt
Abraço
"Vi"
ResponderExcluirFiquei imaginando o cenário. A esperança e o desejo de querer viver, em guerra com a ânsia de parar de sofrer. Sem dúvida, uma visão melancólica!
abraços, Pedro.
A morte vem, com toda a certeza, Pedro! Custa-nos a aceitá-la, mas bem melhor seria que nos fossemos habituando à ideia. Não avisa, chega, entra sem bater, mas bem que podia chegar silenciosa, sem grandes barulhos para não acordar os que connosco vivem, mas...não...ela por vezes chega com muito furor, zangada, barulhenta a tal ponto que todos gritam assustados. Mas...que havemos de fazer? Nada, amigo! Ela pode e manda muito mais que nós. Muito boa esta tua poesia, mas, confesso...muito triste. E, agora, aqui que ninguém nos ouve...o que deu a você e à Tais? Os dois tão macabros!!!
ResponderExcluirBeijinhos Pedro.
Emilia
Oi.Pedro, impressionante a arte expressiva de Cândido Portinari, a árvore simbolizando um pulmão corroído e a marca vermelha do sangue...muito expressivo também o seu poema descrevendo a angústia da doença que corroeu o mundo por séculos. a lembrança de Bandeira no Pneumotorax...lembrei dele esta semana ao ler as notícias políticas e recitei mentalmente "o jeito é dançar um tango argentino" (rs)
ResponderExcluirUm abraço
Quando nada mais pode-se fazer e sente-se o frio fio da lâmina certeira. e vem este pensar de incompletude que causar um certo desprazer e numa ultima tosse o expectora-se a ultima gota de vida.
ResponderExcluirUm belo poema Pedro na bela arte de encantar palavras.
Abraços amigo.
Envolviendo tu poema, tan sentido, hay como una alegoría en la imagen que lo ilustra. Lo que supongo son dos globos aerostáticos, en la lejanía semejan dos gotas al revés, rojo y azul, sangre y ¿plomo?
ResponderExcluirSaludos.
Essa é uma das interpretações, Ana, de que gostei; os dois balões, azul e vermelho, da obra de Portinari, ilustram, para mim, os dois pulmões, o vermelho seria a hemoptise (sangue). Obrigado pelo comentário.
ExcluirUm abraço
Eres muy bueno haciendo versos amigo Pedro, mientras los leemos no pensamos en el calor que estamos pasando.
ResponderExcluirUn abrazo
Olá Pedro
ResponderExcluirQuando li o título de seu poema meu primeiro impulso foi fechar a página e sair porque recordações de sofrimento e dor inundaram a minha mente. Mas... a curiosidade foi mais forte e fui adentrando no seu poema. Poeticamente lindo com palavras tão bem colocadas que não agride as lembranças. Então fixei meus olhos na pintura e aquela gotícula vermelha me fez derramar o pranto
Belíssima construção meu amigo como é do seu habitual estilo
Peço desculpas por extravasar na sua página minhas recordações e minha dor
Um abraço
Gracita você não tem desculpa a me pedir por ter extravasado emoções, como diz, "minhas recordações e minha dor", pela leitura deste meu poema. Ao contrário, poetisa amiga, sinto-me honrado com o seu comentário, pelo qual agradeço.
ExcluirUm abraço.
Felicitaciones por tu blog, tu poesía. Desde Chile un abrazo grande¡¡¡¡
ResponderExcluirOi, Pedro!
ResponderExcluirOs sonhos daqueles que sofrem mais pelo abandono do que pela doença em si, sempre se esvaem numa hemoptise dolorosa. E como você bem assinalou lá no nosso espaço, as coisas por aqui estão cada vez mais confusas, sem sentido, obscuras. Como mudá-las? Por onde começar? Sempre me torturo com esses questionamentos que faço a mim mesma. Então, que pelo menos, as denunciemos com alguma poesia e , quem sabe, os poetas salvarão o mundo. Seu poema é um despertar para a realidade que nos cerca, uma realidade dura, seca, sem enfeites. Gosto muito, faz-me lembrar Bandeira e João Cabral.
Amigo, um bom fim de semana pra você e sua família! Beijos na Tais!
Bom dia Pedro.
ResponderExcluirMeu querido amigo. Estava com saudade de ler as suas poesias e interagir com uma pessoa como você e a Tais. Ambos que gosto muito. Um poema relatando o sofrimento de uma evolução tão trágica. Agora no presente menos devastadora que no passado . Era como uma sentença de morte. No passado eu tive muitas vezes hemoptise. Mas no meu caso não se tratava de turbeculose. Mas um sintoma decorrente de um nódulo no pulmão. Mas complicado do que eliminar sangue pela boca e os olhares das pessoas a nossa volta. Muito constrangedor. Que bom que felizmente não ocorre mas esse sintoma. Muitos vezes mas que a própria doença e ter que aos poucos se conformar que toda doença evolui e a morte chega mas perto. No poema acima talvez não tenha ocorrido a desistência da luta. Mas o conformismo diante do inevitável. Um lindo dia para vocês. Grande abraço.
Um belo poema meu amigo que ilustra bem o Inverno da vida.
ResponderExcluirUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Fantástico poema y ademas con mucha verdad.
ResponderExcluirBesitos
Sentido y excelente poema.
ResponderExcluirMuy bueno.
Un abrazo
Um poema muito forte e realista. Reflete instantes de agonia e desesperança. Bem construído, Pedro, parabéns.
ResponderExcluirA pintura/imagem é linda.
Um abç
Passando para deixar um abraço como
ResponderExcluirsempre ver e gostar do seu post,desejar
um final de semana cheio de muita paz
Boas amizades sempre é um privilegio ter
Bjuss com meu carinho de sempre
└──●► *Rita!!
Decerto uma morte bastante dolorosa, mas o poema é belíssimo e bem construído. Parabéns, Pedro.
ResponderExcluirBeijinhos.
Bom dia amigo!
ResponderExcluirMinha visita hoje é para divulgar o blog da Biblioteca da escola que trabalho EREM DR Mota Silveira. Biblioteca Madre Ódila Maroja, este cantinho especial nasceu recentemente. É um blog voltado para pesquisas nas mais diferentes áreas de conhecimento, já tem postagens de , Matemática, Química, Biologia, Língua portuguesa, Filosofia, Sociologia, Direitos Humanos e outras áreas de conhecimento. Também faço parte na organização e pesquisas das postagens. O link é este, http://bibliotecamadre.blogspot.com.br/ caso deseje conhecer e seguir, será um grande prazer, pois como seguidor e comentarista dos meus blogs, você só engrandece as postagens. Obrigada, tenha um Domingo de muita paz e um início de semana abençoado.
Desculpe não comentar a sua maravilhosa postagem, logo retornarei. Abraços Lourdes Duarte.
Boa tarde, Pedro, seu poema mesmo sendo sobre doença e tristeza você o faz de uma maneira muito bem construída. Temos alguns autores brasileiros que também escreveram poemas com temas que lembravam doenças da época.Seu poema no mostra a dor, a angústia, e a falta de esperança de lutar pela cura, um tempo que houve a falta de tudo. Hoje, mesmo com mais condições, ainda o sofrimento nos pega e deixa as famílias em frangalhos. Excelente seu poema. Tenha uma boa tarde!Feliz Dia dos Pais!
ResponderExcluirTodo, absolutamente todo tiene su final... también la vida.
ResponderExcluirUn abrazo.
Um quadro bem dramático! A vida e a poesia de mãos dadas.
ResponderExcluirParabéns, Pedro.
Beijinho.
ResponderExcluirMAGISTRAL POEMA!!!
ABRAZOS