DIÁLOGO
– PEDRO LUSO DE
CARVALHO
Quando vemos duas ou mais pessoas conversarem nossas mentes registram
a existência do diálogo. É pelo diálogo que as pessoas fazem a
troca de ideias. É ele o meio mais amigável e eficaz para essa
permuta. O mesmo não se dá com o discurso, que serve unicamente
para o orador transmitir as suas próprias ideias.
Para a pessoa que tem a compulsão de falar, o diálogo é quase
impossível. Pensa ela estar conversando quando, na realidade, está
mais próxima do discurso. Ela necessita de alguém para ouvir o que
tem para dizer, pois não tem o dom do diálogo. Ela não tem ideias
para trocar, mas pensa que terá muito para ensinar.
Existem muitas pessoas assim, que ao invés de conversarem defendem
teses intermináveis diante de quem os ouve. Mais ainda: elas não
gostam de ser interrompidas quando falam, embora afirmem que querem
apenas conversar. Despidas de autocrítica, pensam ter mais cultura e
vivência que todos.
O discurso exige lugar adequado e plateia que se disponha a ouvir o
orador sobre determinado assunto; bastante diferente, pois, da
conversa entre amigos ou de negócios. O diálogo propiciará êxito
em qualquer assunto, uma vez que se fala melhor quando se tem o
cuidado de ouvir o que tem a dizer o seu interlocutor.
A pessoa que fala compulsivamente, que não dá atenção com quem
conversa, que não se dispõe a ouvir as ideias de uma ou mais
pessoas dificilmente terá amigos. Os projetos de amizade não irão
longe. Não são muitas as pessoas que se dispõem a servir de meros
ouvintes para engordar o ego da pessoa faladora.
Não aprenderão, essas pessoas, a dialogar. Sentem-se o centro do
mundo, mas por não dialogarem, os que com eles conversam logo
estarão em fuga. Ficarão para ouvi-los apenas os enganadores, que
nada tem a perder; estes estarão sempre dispostos a ouvir o falastrão,
desde que haja alguma vantagem, como recompensa.
* * *
Encontrar a alguien que te escuche y que te deje hablar, es dificilísimo. En cambio, encontrar a alguien que hable sin parar, que no te deje hablar y que te interrumpa continuamente, es muy fácil. Los hay a millones.
ResponderExcluirMuitos abraços, Pedro.
Maravilhoso texto. Adorei
ResponderExcluirBeijinhos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
E' importante, quando si dialoga, ascoltare e trarre i giusti pensieri da quanto è stato detto....
ResponderExcluirSempre speciali le tue osservazioni, Pedro, un caro saluto, silvia
Realmente há pessoas que só gostam de se ouvir. Às vezes até podemos ver isso em entrevistas na TV. O entrevistador faz a pergunta e quase não deixa o entrevistado responder, porque quer expressar só o seu ponto de vista.
ResponderExcluirMas um verdadeiro diálogo, quando acontece, é muito enriquecedor. Gostei muito do texto.
Uma boa semana.
Um beijo.
Bom dia Pedro
ResponderExcluirLendo a sua crônica lembrei-me de Rubem Alves quando diz que todos precisam desenvolver a "escutatória" pois falar compulsivamente não significa dialogar
Um dialogo exige minimamente uma dupla que saiba falar e tenha o discernimento para calar e ouvir o seu partner se expressar acerca do assunto discorrido
Excelente a sua crônica. Gostei muito de ler
Tenha uma semana vitoriosa
Um abraço
receio que nada fazer, meu caro Pedro
ResponderExcluirquer no plano "falas" individuais (diálogo), quer no plano da sociedade (político)
os discursos atropelam-se, perfilhando-se cada um para a glória maior, de gritarem, sem nada dizerem.
excelente crónica
abraço
Amigo Pedro, muito bom seu texto, realmente não há quem possa só ficar ouvindo um falando sem dar a chance de conversar, dialogar, trocar ideias, eu caio fora, nem tenho amigos assim, embora algumas vezes somos pegos de surpresas, rsrs, é, em festas há tantos!
ResponderExcluirCada qual quer contar sobre si, não tem jeito, é assim...Que fazer?!
Concordo contigo, não dá para aguentar pessoas assim, que só querem falar, te atropelam isso é ruim!
Abraços meu amigo, gosto de ler aqui!
Pedro Luso, como diz o Mané aqui da ilha: - "Nós temo zoio, zovido e zoreia, e boca!" Isso posto, ele explica que com dois olhos e dois ouvidos e orelhas e apenas uma só boca, a gente tem que olhar e ouvir o dobro do que se fala e tomar cuidado com o que diz porque calado, o "cabroco" passa por sabido. Pobres dos que não sabem e não sabem que não sabem... Dá para ajudar. Mas os que não sabem e pensam que sabem, é um desastre. Tem que rezar para não cruzar com eles. Grande abraço. Laerte.
ResponderExcluirO Mané da ilha está certo, Laerte: "Nós temo zoio, zovido e zoreia, e boca!" Isso posto, ele explica que com dois olhos e dois ouvidos e orelhas e apenas uma só boca, a gente tem que olhar e ouvir o dobro".
ExcluirGrande abraço. Pedro.
É bem isso, um martírio anunciado. Não há dúvida que esse tipo de pessoa cansa, desilude, frustra qualquer ouvinte. Diálogo é como um ping-pong, a bolinha vai e volta. Dá espaço. Também faz vírgula, ponto, e respira. Mas esse é o tipo de pessoa que desagrega qualquer rodinha de amigos, pois seu objetivo é brilhar sozinha, mais nada.
ResponderExcluirComo sempre, essa crônica poderia ser incluída no rol das Utilidades Públicas... por quê não?
Excelente, querido.
Um beijinho daqui do lado!
Cada um com sua peculiaridade...não sendo chato de mesa de bar até que gosto de ouvir e as vezes podemos ouvir alguma história interessante, algum episódio divertido que ficará como substrato de nossa própria memória. Insuportável mesmo são aqueles que usam o discurso de político de si mesmo, de seus trabalhos, suas obras, etc. aí fica difícil.
ResponderExcluirUm abraço
Boa noite Pedro.
ResponderExcluirCostumo ler a postagem e aos comentarios, os dois ultimos comentarios chamaram a minha atençao, pois achei bem coerentes. Dois belos exemplo rsrs, acho que se pudesse fugiria de pessoas assim e a sua postagem é utilidades públicas com certeza, pois acho que ajudaria a muita gente e se tocar rsrs. É horrivel pessoas assim, uma vez na vida a pessoa falar muito ainda é toleravel, dependendo da amizade, mas virar rotina é algo desgastante, para isso existe a psicologia rsrs, para essas pessoas serem escutadas. Eu tenho um familiar assim, ela é a dona da razão sempre, ela fala, fala e ninguem pode abrir a boca rsrs. Mas eu sou uma boa ouvinte, porque tenho pena, afinal é uma familiar. Mas confesso que parece como diz a minha filha sugadora de energia, quando ela acaba eu estou desgastada rsrs. O meu irmão perguntou a ela porque ela não fazia um blog e ela respondeu que quem tinha blog era desocupados kkk, e o que ela faz da vida hoje em dia, nada rsrs, são pessoas que não se tocam, agem de uma forma e nem se dão conta, fala dos outros coisas que parece que esta falando dela propria rsrs. Dialogar é uma convessa pararela onde duas pessoas os mais trocam ideias. Um belissimo texto meu amigo, concordo com cada palavra sua. As pessoas deveriam ser mais conscientes. Uma feliz semana para voces. Abraços.
Olá Pedro você trouxe à tona um tipo insuportável.
ResponderExcluirEles sempre tem um caso, um fato semelhante ao que voce relata só para tomar a conversa para ele. É um excêntrico que se acha o centro kkk. Fujo amigo.
Uma boa semana com noticias boas embora já ouvi um aumento do petróleo, e o país sem governo a coisa fica mais difícil ainda.
Que seja de paz.
Abraços
tu blog como tus letras son una constante calma. Un abrazo
ResponderExcluirUm belo texto amigo Pedro e penso que para haver um bom diálogo é essencial saber ouvir.
ResponderExcluirUm abraço e boa semana.
Andarilhar
El saber escuchar es un don como el saber bien hablar, pero el que habla sin dejar hablar al otro es desagradable y menos acogedor a ser escuchado.
ResponderExcluirUn abrazo.
Texto interessante e muito pertinente, Pedro. Sabes que também detesto aquelas pessoas, para quem falamos e elas limitam-se a dizer " amen" e, se não continuamos a tentar diálogo, logo, logo cada um começa a abrir a boca com sono. Costumo dizer que ( numa conversa entre 3 ou 4 amigas...) que e impossivel que concordem com tudo o que eu digo e, por mais que eu tente, elas não se abrem e só ficam a olhar para mim; são vpessoas fechadas demais que, apesar da grande amizade são incapazes de se abrir e de entrar na conversa. Falando do outro tipo, claro que a primaveira vez aguento, mas depois fujo e evito o encontro; mas aqui, abro uma excepção e aí deixo a pessoa falar; conheço algumas que vivem muito sós, uma delas muito sofrida; quando nos encontramos ( poucas, pq ela trabalha muito ) sinto-a com uma necessidade tão grande de falar que nem a interrompo. Não é para se evidenciar, mas sim para desabafar e, como, infelizmente não há muitas pessoas dignas de confiança elas aproveitam para abrir o coração a quem elas acham merecedoras de escutar os seus problemas. Há alturas que, mesmo por telefone, ela fala, fala e eu não sou capaz de a interromper, pois sei o que tem sido a vida dela e da necessidade que tem de ser escutada. Felizmente não me aparecem muitas " metralhadoras " , talvez porque as evito e fujo delas. Pedro, muito obrigada e tudo de bom para todos aí. Beijinhos
ResponderExcluirEmilia
Excelente crónica, infelizmente à muitas pessoas assim, que gostam de se ouvir a elas próprias.
ResponderExcluirUm abraço
Maria
Hola, Pedro.
ResponderExcluirCon referencia al tipo de conversador monologuista que no hace una pausa que dé facilidad a otros para intervenir, recuerdo a un tertuliano radiofónico que se hizo célebre por cortar continuamente las opiniones de otros participantes. Y cuando el moderador le llamaba la atención, él respondía: ¡No me interrumpan cuando le estoy interrumpiendo!!
Excelentes palavras que encaixam em muita boa gente.
ResponderExcluirAdorei essa tela, uma imagem criada de forma superior com um resultado que parece fotografia!
Abraço
Excelente texto! Existe muito discurso por aí e pouco diálogo! Beijinhos Serena
ResponderExcluirParabéns, Pedro. Parece até que a vida vai passando e cada vez menos se ouve um diálogo. Muitos são os "vividos" e "experientes" que entendem que não lhes cabe ouvir nada. "sabem tudo." Na verdade a palavra humildade está fadada a desaparecer. Parabéns e um grande abraço.
ResponderExcluirOi Pedro,
ResponderExcluirMuito boa a sua crônica. No começo do meu blog eu escrevia muitas crônicas. Vou escolher a mais engraçada e reescrevê-la.kkk
Beijos no coração
Lua Singular
Oi Pedro.
ResponderExcluirObrigada pelo carinho no meu blog
Beijos no coração
Lua Singuar2
Boa tarde Pedro!
ResponderExcluirUm belo texto! Bem oportuno. Saber ouvir é uma grande virtude, é um gesto solidário e é muito enriquecedor. Concordo totalmente contigo, é mesmo desgastante conversar com pessoas assim.
Foi um prazer enorme estar aqui novamente.
Grande abraço.
Uma crónica muito interessante, com uma crítica social veríssima e justa, amenizada por uma fina ironia muito divertida.
ResponderExcluirConcordo inteiramente com a sua opinião, Pedro.
Parabéns pela qualidade do texto.
Dias muito aradáveis e felizes em preparativos natalícios.
~~~ Abraço, amigo ~~~
Caríssimo dr Pedro Luso, temos dois ouvidos e uma boca, logo, deveríamos mais ouvir que falar, mas o que disse não vale para este tipo de pessoa em questão. Ficou bem claro a situação que poderemos enfrentar com este tipo de cidadão, que não são poucos. No meu trabalho aprendi a ouvir as pessoas, até para eu poder entender o que elas desejam, e acabei descobrindo que após falarem a situção fica até mais fácil (o que é outra situação). Como gosto de falar também, este tipo de pessoa não se cria comigo, digo, não tenho mais a paciência da juventude rs, hoje não suportaria, pois esse tipo de pessoa que se acha o "expert", por isso a verborragia (adoro esta palavra rs)tende a me afastar, pois prefiro estar só, lambendo minha solidão, do que estar com alguém que não vai permitir que eu também exista ao seu lado. Gostei da reflexão meu amigo.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço.
Um belo texto amigo Pedro e estou de acordo, à pessoas que são incontinentes verbais estragando qualquer dialogo, pois para um bom dialogo é necessário ser-se um bom ouvinte.
ResponderExcluirUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Amigo Pedro, infelizmente há tanta gente assim.
ResponderExcluirConfesso que não tenho paciência para as suportar :)
Um beijinho e bom fim de semana
Muito bem explicado. Acho que dialogar deveria ser um exercício de crescimento, e crescer significa mudar de ideia. E fazer mudar de ideia, se for o caso. Mas isto não significa de forma alguma impor conceitos á força.
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ResponderExcluirMuito bem explicado. Acho que dialogar deveria ser um exercício de crescimento, e crescer significa mudar de ideia. E fazer mudar de ideia, se for o caso. Mas isto não significa de forma alguma impor conceitos á força.
Wow, é um belo texto!
ResponderExcluirBeijos
Lua Mariano
www.meumundodalua.com
(por favor, se inscreva no blog)
Boa tarde, Pedro!
ResponderExcluirFez-me rir, pois lembrei de algumas pessoas, que agem como você descreveu.Penso que deveriam ser encaminhadas para um psicólogo que são profissionais na Arte de ouvir......Realmente, com o tempo vamos ficando mais sensíveis a tudo que nos perturba, eu hoje, quando acontece de estar ao lado de alguém que se acha estrela e não pára de falar, me afasto, pois não consigo ter paciência rssssssssss. Excelente a sua escrita, poderia ser publicada em jornal, quem sabe ajudaria a melhorar algumas pessoas que falam, falam e não querem dar espaço a outras. Grande abraço!
Olá Pedro, são tantas pessoas que se comportam dessa maneira,a compulsão pelo falar, qdo ouviré bem mais importante; ouvir é aprender! Um texto pra ser lido e relido pelos compulsivos do diálogo inconeviente.
ResponderExcluirDesejo a você e toda sua familia um Natal de Luz e Paz.Saudações!
E assim se prova, que discurso... é monólogo de quem não está disposto a ouvir ninguém...
ResponderExcluirDiálogo... é um processo aberto ao entendimento...
Discurso... é uma comunicação fechada, sem qualquer feed-back...
Talvez por isso, político, não entende do mundo... nem o mundo, vive entendendo discurso de político... ambos residem em planos bem distintos...
Discurso visa aplauso... diálogo visa melhoramento...
Mais um tema super interessante, e brilhantemente tratado em mais uma excelente cronica! Que nos dá imenso sobre o que pensar!...
Abraço
Ana
Felices fiestas.
ResponderExcluirGracias por pasar por mi blog.
Es de agradecer.
Besos