PINTOR ANTONIO DIAS
– PEDRO LUSO DE CARVALHO
Na
visita que fiz a Pedro Escosteguy e sua esposa Marília, no Rio de
Janeiro, há algumas décadas, conheci Antônio Dias, que havia
chegado de Paris com sua mulher e se encontravam hospedados no
apartamento do casal, no Leme. Essa reunião com a família do
Escosteguy deveu-se às festividades natalinas e à entrada do novo
ano.
Ainda
guardo as boas lembranças daqueles trinta dias que passei no Rio,
onde travei conhecimento com o movimento de vanguarda das artes
plásticas, no qual estavam inseridos Antonio Dias, Pedro Escosteguy,
Carlos Vergara, Glauco Rodrigues, Helio Oiticica, Rubens Gerchman,
entre outros.
Para
quem era ainda estudante
e não estava ligado às artes plásticas, como era o meu caso, essa
experiência foi enriquecedora. O que eu conhecia de pintura não era
nenhum pouco parecido com o que criavam aqueles pintores, que
escandalizavam os adeptos da pintura clássica e moderna com uma arte
plástica de vanguarda que rompia os padrões predominantes.
Numa
das madrugadas que Antonio Dias pintava no ateliê
de Escosteguy, nessas férias de fim de ano, ouvi dele uma queixa
contra a Escola Nacional de Belas Artes, do Rio, na qual havia
ingressado e desistido depois de seis meses: “Levei quase um ano
para reencontrar minha pintura, depois que deixei a escola belas
artes”.
Os
anos foram se sucedendo, mas aqui e ali sempre li alguma coisa sobre
Antonio Dias em livros, revistas ou jornais do Rio e de São Paulo.
Há alguns anos encontrei numa livraria de livros usados Caminhos da
danação, de Péricles Leal, romance cuja capa tem a arte de Antonio
Dias (ed. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 1966).
Pessoalmente,
tive apenas um segundo encontro com Antonio Dias, que se deu no
Auditório da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no dia 24 de
junho de 1996, quando ele veio a Porto Alegre para apresentar e
autografar o livro póstumo de Pedro Geraldo Escosteguy, Poesia
reunida, a convite da viúva Marília Escosteguy.
Compareci
nessa noite de autógrafos com Taís, minha mulher; ouvimos Antonio
Dias falar sobre o livro de Pedro Geraldo Escosteguy, Poesia reunida,
e depois colhemos de Antonio o seu autógrafo: “Para Taís e Pedro
com a minha amizade. Antonio Dias”.
Quando
conversávamos com Antonio Dias no salão nobre da universidade, após
a sessão de autógrafos, ele retirou o livro de minhas mãos e
desenhou uma espécie de bandeira com longa haste no alto da mesma
página autografada; depois nos despedimos de Antonio. (No blog de
artes da Taís há uma excelente matéria sobre o pintor; para ler, clique em: Antonio Dias.)
* * *
Bela crônica e certamente ficou bem marcada essa experiência e conhecimento ! abraços,chica
ResponderExcluirMuito interessante esse relato!
ResponderExcluirBonita pintura!
Abraço
Obrigada por me dar a conhece o pintor Antonio Dias. Gostei de ler a sua crónica. E gostei muito de espreitar o blog da Taís onde conheci um pouco melhor a vida e a arte desse pintor que disse: "Só pinto por necessidade de dizer". Confesso que gostei.
ResponderExcluirBeijos.
Pequenos momentos com grandes almas que enriquecem a nossa existência.
ResponderExcluirObrigada pela partilha.
Que experiência interessante essa, realmente.
ResponderExcluirSei o que significa podermos lidar com pessoas talentosas( embora , por vezes, de trato difícil): enriquecemos, sempre.
Boa semana :)
Gracias por presentarme la obra del pintor Antonio Dias, Pedro.
ResponderExcluirAquí en Chile y en los países de habla hispana el apellido Diaz es con letra z al final.
Me reconforta este ejercicio de leerte en portugués y contestarte en español. Nuestras lenguas no están tan lejos una de otra.
Abrazo austral.
Também eu, Esteban, faço esse execício, lendo as matérias publicadas em espanhol e dando as minhas respostas em português. Como há muita semelhança entre as duas línguas não é difícil, ainda mais para mim, que moro no Rio Grande do Sul, Estado que tem fronteiras com o Uruguai e com a Argentina.
ExcluirGrande abraço, amigo.
Caro Pedro, este é um belo segredo da vida: guardar os bons momentos nos escaninhos da memória e poder revê-los repartindo com os seus leitores. Já estou seguindo em passos rápidos ao blog da Taís.
ResponderExcluirAbraços,
Buenos momentos de recuerdos con esta experiencia en las artes y a la vez he podido conocer a este pintor.
ResponderExcluirUn abrazo.
A vida dos artistas também nos enriquece o espírito, pois nos dá a dimensão do sonho de cada um. obrigada!
ResponderExcluirAntonio Dias é uma pessoa muito agradável. Saímos faceiros com o episódio da Bandeirinha desenhada ao lado do seu autógrafo, disse-lhe que aquela bandeirinha valeria muito...Conheci Antonio também no Rio de Janeiro, quando eu estava comemorando meu aniversário. É um artista de Vanguarda, muito reconhecido, viveu, sempre na Europa, com exceção daqueles anos no Rio.
ResponderExcluirÓtima essa tua postagem, gostei de recordar, e pegamos o livro para ver a tal bandeirinha...
Beijinho, daqui do lado! rs
Buen día.
ResponderExcluirHay momentos que vivimos y que nos marcan para siempre como cuando se da la circunstancia de conocer a personas especiales, son artistas porque tienen algo que los hace diferentes. El arte es trabajo pero no lo es si no hay inspiración. Interesante. Ahora mismo iré al blog de Tais.
ResponderExcluirOlá Pedro, uma boa cronica para falar da arte e nos encaminhar para este caminho tão pouco divulgado em nosso país.Vou sim ver o link com a Taís.Bela recordação e partilha amigo.Esta é uma função que não pode ser esquecida na blogosfera a de compartilhar cultura e conhecimentos.
ResponderExcluirGrato pelo caminho.
Meu terno abraço na boa semana com a familia.
Pedro, con tus conocimientos y tu sensibilidad, ¡¡Cuanto disfrutarías en El Museo del Prado de Madrid!!
ResponderExcluirA lo mejor ya has estado, pero si no es el caso, te aseguro que te gustaría mucho.
Como estos días Brasil esta de moda por lo JJOO, te felicito por tan bonita inauguración.
Un abrazo
O que nos vale são estes momentos passados com pessoas ligadas à arte, seja ela de que estilo for. Faz-nos esquecer a corrupção dos politicos, as reuniões de condominio que são um aborrecimento em todo o lado; aqui também raramente há quorum para que se realizem no dia marcado e são sempre os mesmos a irem à reunião. Depois há os caloteiros que se acham donos da verdade e simplesmente decidem que não pagam; aqui a empresa que trata do condominio coloca esses em tribunal e lá vão pagando. Um beijinho, Pedro e obrigada pela partilha de temas tão interessantes
ResponderExcluirEmilia
Olá, Pedro Luso.
ResponderExcluirLamento não ter conhecido o artista mais cedo, porém. gostei desta apresentação que deu origem a uma série de pesquisas...
Vi as obras do António Dias, mas não percebi a evolução do seu percurso.
Gosto dos seus trabalhos na viragem dos séculos (se não me engano), que consistem em manchas policromadas em pinturas geométricas que o artista agrupa em quadros...
Dias felizes.
~~~~~~
Ps ~ Também apreciei a sua biografia de W A Mozart.
Que legal Pedro o link da Taís, penso que ja vi este curta no Canal Brasil da SKY, interessante a passagem numa pedreira extinta com artista saindo dos cubos. Bem como os movimentos nos ateliês.
ResponderExcluirGostei muito, valeu o link e vou frequentar mais.
Grato.
Uma partilha preciosa esta sua excelente crônica, com a janela
ResponderExcluirda memória partilhando conosco, seus leitores, momentos de
arte e afetos junto com a Taís. A matéria dela é excelente e
nos localiza na dimensão da arte e biografia do Antônio Dias.
Esta bandeira desenhada tem um valor afetivo, uma atenção
especial do artista para com vocês.
Grata pela partilha aqui e grata pela sua gentil visita e
comentário no meu espaço, caro Pedro.
Abraço!
Amei ler aqui e é de se sentir enriquecido, pois com o autógrafo e a bandeirinha desenhada no livro, isso não é para se deixar de lado nunca!
ResponderExcluirAbraços apertados amigo Pedro!
Es una pintura llamativa, impactante, difícil de apreciar.
ResponderExcluirDebe ser cierto eso de que hay artistas que son comprendidos muchos años después.
Un saludo, Pedro.
Siento no poder expresarme en portugués.
Hermosa crónica, querido Pedro, gracias por tus visitas a mi rincón plasmando tu huella.
ResponderExcluirUn abrazo.
Oi Pedro,
ResponderExcluirDesculpa a ausência, estou fazendo cirurgias.
Sua crônica é enriquecedora.
Obrigada pela partilha
Abraço
Minicontista2
Estes encontros são sempre muito enriquecedores e quando é com figuras de peso no meio cultural ainda melhor.
ResponderExcluirUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
muito interessante a crónica e pesquisei o trabalho de António Dias e achei muito original.
ResponderExcluirbeijo
:)
A crônica é excelente! E ainda mais acompanhada por esta fotografia... que diz mais que qualquer título.
ResponderExcluirUm beijo
Gracías por tu visita ...un placer venir a visitar tu blog con buenos relatos para leer y hermosas pinturas para admirad ...gracias amigo...
ResponderExcluirfeliz fin de semana y un abrazo .
Maarina
♩♪ه°·.
ResponderExcluirBom fim de semana com tudo de bom!
♬♮♫╮ه°
Interesante tu información.
ResponderExcluirEncantada de estar aquí.
Un beso.
Interesante post!!! gracias por su visita y encantada de seguir su blog!!!
ResponderExcluirBesos, desde España, Marcela♥
Obrigada pela visita ao meu blog. Gostei de passar por cá, voltarei com certeza. Abraço
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