– PEDRO LUSO DE CARVALHO
Escrevi, neste espaço,
artigo sobre Edgar Allan Poe e sua Antologia de Contos, e fiz
menção à sua poesia, em especial ao seu comovente e imortal poema
O Corvo, que Poe escreveu -o inspirado em Vírgínia Clemm,
sua prima-irmã, com quem se casou quando ela tinha apenas treze anos
de idade; Virgínia faleceu de tuberculose, em conseqüência da
pobreza em que vivia o casal.
No ano de 1847, Poe teve
algumas de suas histórias traduzidas para o francês por Charles
Baudelaire, que, num trecho do prefácio que fez para a publicação
da obra, disse: “Quanto a sua mulher ideal, a sua Titânide,
revela-se em diferentes retratos, esparsos nas suas poesias pouco
numerosas, retratos, ou antes maneiras de sentir a beleza, que o
temperamento do autor aproxima e confunde numa unidade vaga mas
sensível, e esse amor insaciável do Belo, que é seu grande título,
isto é, a soma de seus títulos à afeição e ao respeito dos
poetas”.
Mallarmé, um dos expoentes
do Simbolismo, continuou a fazer a divulgação das histórias e
poesias de Poe, que se viu consagrado nos dois anos que antecederam
sua morte. Essa consagração deveu-se não apenas ao conto, mas
também a sua poesia, cujos versos falam apenas de mundos interiores,
sem qualquer menção ao mundo exterior.
Quanto ao seu imortal poema O
Corvo, este só ficou acabado depois de ter sido modificado ao
longo de dez anos; Poe era dotado de extraordinária imaginação,
qualidade que se somava a outra, qual seja, a de ter sido
intransigente no tocante à qualidade literária de sua obra; daí
ter despertado o interesse na sua tradução do inglês para muitos
idiomas – para o português, o poema também foi traduzido por
Machado de Assis e Fernando Pessoa.
* *
REFERÊNCIAS:
POE, Edgar
Allan. Antologia de Contos. Trad. Brenno Silveira. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1959.
POE, Edgar
Allan. Poemas e Ensaios. Trad. de Oscar Mendes e Milton Amado. São
Paulo: Editora Globo, 1999.
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Pedro Luso de Carvalho