– PEDRO
LUSO DE CARVALHO
CARLOS
DRUMMOND
DE ANDRADE, o mineiro nascido na pequena cidade de Itabira, fez
sua estreia em livro no ano de 1930, com Alguma
Poesia. Nessa obra, o poeta
reuniu trabalhos que havia começado a produzir a partir de 1925. A
crítica literária e o público leitor recebeu o livro (Alguma
Poesia) com forte reação,
quer de elogios quer de contrariedade.
Não
se podia negar que ali se via um grande poeta, como poderia ser
aquilatado nos livros que se seguiriam a este, como: Brejo
das Almas, 1934; Sentimento
do Mundo, 1940; A
Rosa do Povo, 1945; Claro
Enigma, 1951. Tais obras
dariam a Drummond a posição de um dos maiores poetas brasileiro.
Segue
o poema Oficina irritada,
de Carlos Drummond de Andrade
(in
Andrade, Carlos Drummond de. Claro enigma. 2ª
ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 1991, p. 42):
OFICINA
IRRITADA
– CARLOS
DRUMMOND DE ANDRADE
Eu
quero compor um soneto duro
como
poeta algum ousara fazer.
Eu
quero pintar um soneto escuro,
seco,
abafado, difícil de ler.
Quero
que meu soneto, no futuro,
não
desperte em ninguém nenhum prazer.
E
que, no seu maligno ar imaturo,
ao
mesmo tempo saiba ser, não ser.
Esse
meu verbo antipático e impuro
há
de pungir, há de fazer sofrer
tendão
de Vênus sob o pedicuro.
Ninguém
o lembrara: tiro no muro,
cão
mijando no caos, enquanto Arcturo,
claro
enigma, se deixa surpreender.
* * *
não seria 'lembrará' no tempo futuro?
ResponderExcluirencontrei as duas 'versões' e fiquei em dúvida.
Olá, Welli, a palavra correta é a que está no livro do Drummond "Claro Enigma" na pág 42: lembrara.
ExcluirObrigada pela sua visita, seja bem-vindo ao Veredas.