– PEDRO LUSO DE CARVALHO
Edgar Allan Poe (1809 - 1849) foi um escritor, ensaísta e poeta genial.
O talento desse norte-americano nascido em Baltimore foi reconhecido primeiramente
pelos homens de letras da culta Paris, graças a Charles Baudelaire, que com
outros os escritores franceses eruditos, levaram a sua obra para o interior da
França, daí rompendo as fronteiras de muitos outros países da Europa. E tudo
isso aconteceu ainda quando Poe vivia o que não ocorreu nos Estados Unidos, sua
pátria, onde era quase um desconhecido; o reconhecimento do seu talento, em seu
país só viria nos dois anos que antecederam sua morte (tinha 40 anos de idade,
quando faleceu), mesmo tendo sido ele o primeiro autor verdadeiramente
americano, como disse William Carlos Williams.
Segue o poema A Zante, de Edgar Allan Poe, que integra o livro Poemas e Ensaios/Edgar Allan Poe.
Tradução de Osmar Mendes e Milton Amado. Revisão e notas de Carmen vera Cirne
Lima. 3ª ed. revista. São Paulo: Globo, 1999, p. 49:
A ZANTE
– EDGAR ALLAN POE
Linda ilha, que às mais belas das formosas
flores pediste o nome, que é o mais lindo,
quantas recordações de horas radiosas
nos veem, se à nossa vista vai surgindo!
Quantas cenas perdidas de ventura!
Quanta esperança nas saudades morre!
Quantas visões daquela virgem pura
que teus outeiros já não mais percorre!
Não mais! Ai! como a frase triste er mágica
tudo altera! Não mais os teus fulgores
recordarei! Não mais! Paragem trágica,
sê maldita em tuas praias e em tuas flores!
ó ilha de Jacinto! ó rubra Zante!
“Isola d’oro! Fior di Levante!”
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Pedro Luso de Carvalho