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10 de set. de 2012

[Literatura] MONTEIRO LOBATO


 – PEDRO LUSO DE CARVALHO
  
ÁLVARO LINS e AURÉLIO BUARQUE DE HOLLANDA escreveram uma excelente obra, que foi editada em dois volumes, intitulada Roteiro Literário de Portugal e do Brasil, pela Editora Civilização Brasileira, em 1966. Após o transcurso de quase quatro décadas, essa obra literária resiste ao tempo, justamente pelo fim a que se propuseram esses dois grandes nomes da literatura brasileira: dar possibilidade a escritores e estudantes de Letras de conhecer as obras e os seus autores (portugueses e brasileiros) que mais influenciaram a literatura dos dois países, da forma mais direta e sintética possível, sem com isso prejudicar a visão dessas obras e a importância de seus autores (escritores e poetas), que foram eleitos por Lins e Aurélio para fazerem parte do “Roteiro Literário de Portugal e do Brasil”, volumes I e II, respectivamente.
Transcrevemos abaixo trecho dessa obra de Álvaro Lins e Aurélio Buarque de Hollanda, que enfoca, dentre outros, um dos nomes mais importantes da nossa literatura, qual seja: José Bento Monteiro Lobato, nascido a 18 de abril de 1882, em Taubaté, São Paulo, e morto a 4 de julho de 1948, na capital paulista, aos 66 anos de idade (vol. II, p. 380):
Monteiro lobato tem a glória de haver criado um tipo, um tipo nacional – o Jeca Tatu. Apareceu nas letras por acaso, em 1914. Era então agricultor, “incrustado na serra da Mantiqueira”, e enviou ao Estado de São Paulo, para a seção “Queixas e Reclamações” uma carta, “Velha Praga” contra a queima de matas de fazendas circunjacentes. A carta foi publicada com o máximo destaque, fora daquela seção. O jornal estimulou o fazendeiro a reincidir. Reinscidiu. E quando deu acordo de si” – são palavras do próprio Lobato – “virara o que os noticiaristas chamam um homem de letras”. Formado em Direito, fora, antes de agricultor, promotor público em Areias. Vendendo a propriedade, transferiu-se para a capital do seu estado, onde adquiriu e dirigiu a Revista do Brasil, fez-se editor. É considerado o verdadeiro fundador da indústria do livro em nosso país e um dos autores que mais contribuíram para a renovação da literatura brasileira. Poucos escritores tem sido tão lidos, no Brasil. “A figura de Monteiro Lobato – escreve Gilberto Freire – “há de guardá-la não apenas a história literária do Brasil, mas a própria história do poovo e da nacionalidade brasileira; aquela história que às vezes é escrita com sangue. Ele foi um dos iniciadores mais vigorosos da fase atual da literatura em nosso país”. 
OBRAS: Urupês, São Paulo, 1918; Cidades Mortas, São Paulo, 1921; A Onda Verde, São Paulo, 1921; Mundo da Lua, São Paulo, 1923; O Ferro, São Paulo, 1931; Na Antevéspera, São Paulo, 1933; Contos Pesados, São Paulo; Contos Leves, São Paulo; América, São Paulo; Narizinho Arrebitado, São Paulo; As Caçadas de Pedrinho, São Paulo ; Emília no País da Gramática, São Paulo; Aritmética de Emília, São Paulo; Histórias do Mundo para as Crianças,  São Paulo; Urupês, Outros Contos e Coisas, São Paulo;  A Barca de Gleyr, São Paulo, 1944 ; etc.


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Pedro Luso de Carvalho