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12 de fev. de 2012

[Poesia] IDEA VILARIÑO – Constante Despedida




– PEDRO LUSO DE CARVALHO
      

O poema Noite sem ninguém, de Idea Vilariño, integra o livro Noturnos e outros poemas, com seleção e tradução de Sergio Faraco. São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Ed. Unisinos; Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro - IEL, 1996, pág. 70.
Pablo Rocca, que foi responsável pelo prólogo e notas diz que “Nos últimos cinquenta anos, muitos leitores de língua espanhola tem experimentado uma estranha sedução ao primeiro contato com um poema de Idea Vilariño (Montevidéu, 1921)”. Alguns desses poemas se transformaram em canções, outros foram compostos especialmente para tal fim, diz Rocca. “Assim, por volta dos anos sessenta, suas palavras romperam o limite das revistas e dos livros para circular nas vozes de intérpretes populares como Alfredo Zitarrosa, Daniel Viglietti, o duo Olimareños, Leo Maslíah e outros”. (No dia 28 de abril de 2009, morre Idea Vilariño, aos 89 anos.)

Segue o poema Constante despedida, de Idea Vilariño, que integra a obra acima mencionada (Noturnos e outros poemas):


[ESPAÇO DA POESIA]


CONSTANTE DESPEDIDA
– IDEA VILARIÑO


Estes dias
os outros
os de nuvens tristíssimas e imóveis
com cheiro de madressilvas
e um trovão longínquo.
Estes dias
os outros
os de ar sorridente e distâncias
como um pássaro vermelho no arame.
Estes dias
os outros
este amor desgarrado pelo mundo
esta diária constante despedida.


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Pedro Luso de Carvalho