2ª GUERRA MUNDIAL: CAUSAS E JUDEUS
- PEDRO LUSO DE CARVALHO
Em setembro de 1939, não
mais se podia falar em paz, na Europa. A Segunda Guerra Mundial passou a
envolver milhões de pessoas num conflito de horror jamais imaginado. Um dos
motivos, que de diversos modos contribuiu para que a guerra fosse deflagrada
foi a grave crise econômica, a Grande Depressão. E foi justamente a Grande
Depressão que se constituiu em causa para que o nazismo tivesse triunfado na
Alemanha.
A Alemanha teve como
adeptos milhões de pessoas procedentes da área dos agricultores, dos
desempregados e dos atemorizados funcionários de escritório, sem excluir
membros das classes privilegiadas, que tinham a convicção de que o partido
nazista apontava o caminho certo. O povo alemão, em número expressivo, passou a
acreditar nas soluções apontadas por Hitler.
Sobre as causas
subjacentes desse conflito mundial, o historiador Edward MacNall Burns lembra o
que disse Konrad Heiden: "um pequeno grupo que persuadiu o presidente von Hundenburg
a nomear Hitler para o posto de chanceler acreditava que só o líder nazista
tinha probabilidade de governar o país com o apoio de uma maioria do Reichstag.
Supunha-se capazes de controlá-lo, visto que um deles, von Papen, seria
vice-chanceler e o gabinete incluiria apenas três nazistas num total de dez
ministros".
Mais algumas causas
subjacentes da Segunda Guerra Mundial são ainda lembradas por Burns: "
(...) uma delas foi a revolta causada nos países ocidentais pelo fanatismo do
regime nazista e pela perseguição movida aos judeus e outras minorias. Outra
foi a desilusão resultante da Primeira Guerra Mundial. A muitos, essa guerra
afigurava-se ter sido uma matança insensata sem nenhum efeito benéfico. Seus
frutos tinham sido o militarismo, a ruína econômica, a intensidade do
nacionalismo e a mais cruel depressão que o mundo conhecera".
Muitas abordagens podem
ser feitas sobre a Segunda Guerra Mundial, tanto as que dizem respeito à
economia mundial, e em especial na Alemanha, como ao extraordinário número de
pessoas que perderam a vida ou que ficaram mutiladas, de todas as
nacionalidades envolvidas no conflito. Mas dentre os povos que mais sofreram
nesse conflito destaca-se o povo judeu, para o qual Hitler na sua demência reservou
os momentos os mais dramáticos e monstruosos, para vergonha da Humanidade.
Sobre o destino que
estava reservado aos judeus, segue uma estatística de horror: somente na Rússia,
os nazistas teriam eliminado fisicamente não menos de um milhão e meio de
homens. Durante o verão de 1944, em um mês e meio, em Auschwitz, foram
exterminados cerca de 300 mil judeus húngaros. No mesmo 'Lager' o total das
vítimas, segundo cálculos acurados, chegaria a 600 mil. 80 mil pessoas, entre
elas os sobreviventes do gueto de Varsóvia, foram mortas nas câmaras de gás de Treblinka,
em menos de um semestre. Karl Adolf Eichmann, chefe da secção de judeus da
Gestapo, calculou que o total de judeus exterminados devia girar em torno de 5
ou 6 milhões de pessoas.
Ainda sobre esse
ignominioso extermínio, a cifra calculada durante o processo de Nuremberg, e
confirmada pelo Conselho Mundial Judaico, foi de 5.700.000 vítimas. O
historiador Gerald Reitlinger chegou a conclusão de que o total de judeus
massacrados deveria estar entre 4.194.200 e os 4.581.200. "Uma autentica
estatística de horror – escreve Enzo Colloti – faz chegar a 18 milhões de seres
humanos de todas as nacionalidades que passaram pelos campos de concentração
nazistas na Alemanha e na Europa ocupada: destes 18 milhões, 11 representariam
o saldo da perseguição e das deportações".
Encerro este trabalho
citando o que disse o marxista e importante dramaturgo e diretor de teatro
alemão, Bertolt Brecht (1898-1956): “Assim
como o fracasso de seus empreendimentos não faz de Hitler um tolo, também a
dimensão desses mesmos empreendimentos não o torna um grande homem. E vós, aprendei
que é necessário ver e não olhar para o céu; é necessário agir e não falar.
Esse monstro chegou quase a governar o mundo! Os fogos se apagaram, mas não
sejamos afoitos em cantar vitória: o ventre que o gerou ainda é fecundo".
(B. Brecht, La Resistibili Ascesa di
Arturo Ui, ed. Einaudi, 1963.)
REFERENCIAS:
BURNS, Edward McNall. História da Civilização Ocidental. 2ª
ed. Vol. II. Porto Alegre: Globo, 1966.
ALEOTTI, Luciano. Hitler. Tradução de Cláudia Queiroz. Rio
de Janeiro: Melhoramentos, 1975.
* * *
Sempre importante refletir sobre o tema... Especialmente no mundo conturbado que estamos vivendo, em que os "hitler" proliferam nas mais estranhas versões em diferentes continenntes...
ResponderExcluirVeja a Palestina... Não parece um campo de concentração a céu aberto??
E hoje o horror pode contar com as benesses de uma avançada tecnologia...
Bjs, Pedro. E inté!
Não podemos nos esquecer desse período terrível.
ResponderExcluirLembrei-me do filme de Bergman, "O ovo da serpente". Essa preocupação não morreu.
Grande abraço.
Oi amigo, tudo bem? Sou o Marcos, administrador do Blog do Bicho do Mato e venho, através deste comentário, lhe convidar para o Primeiro Concurso de Poesias, "Pena de Ouro" do Blog do Bicho do Mato, que será realizado de 20 a 30 de abril de 2013. Ficarei muito honrado com sua participação que será muito importante para o êxito deste evento.
ResponderExcluirPara ler o regulamento, clique neste LINK. Conto com sua presença.
Grato pela atenção.
Grande abraço do amigo Marcos. Até mais.
Sempre que vejo uma foto de Hitler, me dá um tremor de medo por trás do pescoço. Acho que de medo, não sei.
ResponderExcluir"Aquéllos que niegan Auschwitz estarían dispuestos a volver a hacerlo."- PRIMO LEVI -
ResponderExcluirImprescindible tener presente la atrocidad del holocausto.Para que no vuelva a repetirse.