PEDRO LUSO DE CARVALHO
Nascido
em Lisboa, a 13 de junho de 1888, órfão de pai, antes de completar
os seis anos, Fernando Pessoa parte em 1896 para a África, com a
mãe, que se casara de novo, com João Miguel Rosa, cônsul de
Portugal em Durban. Os dez anos aí passados foram decisivos para a
sua formação. Aí escreve os seus primeiros poemas. Realiza os
estudos primários numa escola de freiras irlandesas; secundários,
na Durban High School e, em 1904, foi aprovado nos exames de ingresso
no Curso de Artes, na Cape Univerty. Mas no ano seguinte decidiu
regressar a Lisboa, sozinho.
De
volta a Portugal, redescobre sua cultura e literatura: Cesário
Verde, Antonio Nobre, Antero de Quental, Camilo Pessanha, que vêm
somar-se a uns, como ele diz, “subpoetas”, lidos na infância. (É
curioso o escasso interesse que Pessoa declara ter tido por Camões –
a influência mais forte que sofreu, dentre todas.
Em
1906, matricula-se no Colégio Superior de Letras, em Lisboa, que
abandona em seguida, e começa a alimentar arrojados planos,
literários e outros, nunca realizados na íntegra. Após o fracasso
comercial de sua “Empresa Íbis – Tipografia e Editora”,
experiência em que mais tarde reincidirá, emprega-se como
correspondente de firmas estrangeiras sediadas em Lisboa, modéstia
atividade que lhe garantirá o sustento até o fim de sua vida.
No
dia 28 de novembro de 1935, Fernando Pessoa é internado, com uma
cólica hepática, no Hospital São Luís, em Lisboa; o poeta morre,
dois dias depois, nesse hospital.
Segue
o poema que compõe o livro de Fernando Pessoa, intitulado Poesia –
1918-1930, editado pela Companhia Das Letras, São Paulo, 2007, págs.
32-33:
POEMA
DE FERNANDO PESSOA
Na
tarde vaga e vasta,
Cheia
de vozes fora
Em
que o humano contrasta
Com
o afago da hora,
Levanta-se de mim
Um
arrepio da alma
Um
mau-sossego afim
A
ter perdido a calma,
E a ânsia de abandor
Tudo
quanto eu quis
De
ir para além do mar
Sem
lar nem país.
Sofre
em mim um momento
A
dor de não poder ser.
Tenho
no pensamento
Não
poder conviver.
E,
gota a gota, um pranto
Quasi
sem causa afaga
O
meu trémulo quebranto,
E
meu coração alaga.
Coração
indeciso,
Quem
quis que eu vivesse?
* * *
Oi, Pedro!
ResponderExcluirParabéns pelo novo blog! Sucesso, amigo! Boas escolhas!
Sinto falta das tuas visitas! Apareça!!!
Boa semana!
Bjsss!
Já começou bem!
ResponderExcluirCá estou para degustar estes seus posts e aprender consigo, amigo.
Abraços, sempre
Pedro Luso, parabéns pelo novo blog.
ResponderExcluirReli ontem Mensagem, do F. Pessoa. que ânsia (e que bonito quando ele escreve ANCIA!) de viagem - para um mundo interior, para as vastidões sem fim que trazemos dentro de nós. É o que diz este porma aqui também.
Um grande abraço.
Pedro, é um prazer passear por aqui.
ResponderExcluirTudo muito bom. Parabéns!
bjs
...De ir para além do mar
ResponderExcluirSem lar nem país...
Onde é esse além mar senão o nosso poder de ficção cria, tenho uns versos ,que ainda vou postar no blog, que diz assim:
...De onde esta concha
que idealiza os pássaros?
este azul
que esfuma os montes
e inventa um céu
meu poder de ficção
meu sonho
o que paira tão alto
e que para sempre me escapa.
(Fernando Campanella)
Pedro, Parabéns pelo novo blog, gosto de vir aqui e encontrar gente tão boa. Adorei o Pessoa, a Clarice, bom também ver os versos parnasianos de Raimundo Correia, o Quintana em um texto bem interessante sobre nosso duplo, e o João Cabral com sua seca geometria poética.
Parabéns e continue nos brindando com pérolas literárias.
Grande abraço.
Junto os meus parabéns por este blog. E mais ainda pela publicação do universal Fernando Pessoa. Muito obrigada
ResponderExcluirMe gusta mucho Fernando Pessoa, creo que tiene una lucidez impresionante en sus poemas.
ResponderExcluirTe mando besos al alma y te sigo desde ahora para seguir leyendo cosas interesantes.