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19 de jun. de 2012

[Poesia] DRUMMOND / Soneto da Perdida Esperança






- PEDRO LUSO DE CARVALHO


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE fez sua estréia em livro no ano de 1930, com Alguma poesia, Nessa obra, o poeta reuniu trabalhos que havia começado a produzir a partir de 1925. A crítica literária e o público leitor recebeu o livro (Alguma poesia) com forte reação, quer de elogios quer de contrariedade.
Em que pese pudesse ser notado na obra alguns modismos que eram advindos do modernismo, um fato não podia ser negado: ali via-se um grande poeta, como poderia ser aquilatado nos livros que se seguiriam a este, como: Brejo das almas, 1934; Sentimento do mundo, 1940; A rosa do povo, 1945; Claro enigma, 1951. Tais obras dariam a Drummond a posição de o maior poeta moderno brasileiro.
Carlos Drummond de Andrade nasceu na cidade de Itabira, Minas Gerais, a 31 de outubro de 1902, e faleceu no Rio de Janeiro, a 17 de agosto de 1987.
Escolhi, para esta postagem, Soneto da perdida esperança, de Drummond, (In Carlos Drummond de Andrade. Antologia poética. 11ª ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1978, p. 4-5), como segue:




                     SONETO DA PERDIDA ESPERANÇA
                         Carlos Drummond de Andrade


Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre meu corpo.

Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
princípio do drama e da flora.

Não sei se estou sofrendo
ou se é alguém que se diverte
por que não? Na noite escassa

com um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo
nós gritamos: sim! Ao eterno.



           *    *     *                                          


2 comentários:

  1. Sensacional poema! Quem já não se sentiu assim? Só um poeta para saber pôr em palavras, versos...

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  2. Nestes dias de hoje, de tantas incertezas, e conflitos interiores não é difícil que alguém se sinta assim também. "Subindo ladeiras" E,se a esperança é perdida, resta-nos o cansaço; do corpo e da alma.
    Tenha um Bom dia .

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Pedro Luso de Carvalho