Giorgio de Chirico - 1888/1978 - The Joys and Enigmas of a Strange Hour - 1913 |
O GRITO
- Pedro Luso de Carvalho
Este é o meu grito de revolta.
Sufocado grito,
que do peito não saiu
e não sairá.
Impôs-se o som do vento forte.
Este é o meu grito de revolta.
Inflam-se os pulmões
em esforços vãos –
ócio dos foles frente a lenha.
Não se fez o fogo e não se fará.
Este é o meu grito de revolta.
Na verdade o esboço
– não saiu o grito –
desfez-se a esperança.
Foi levada pelo vento forte.
Este é o meu grito de revolta.
Domínio do medo,
e de vidas ceifadas –
eu grito às estátuas da praça.
Sempre em noite de lua cheia.
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Caro Pedro,
ResponderExcluirEste grito represado em nossas gargantas e que provoca esta sensação de angústia e ansiedade, afligindo nossas vidas, só faz piorar com a “China - país onde começou à COVID”, voltando a registrar mortes pelo vírus, após mais de um ano e em meio sem óbitos.
São tempos sombrios, pandêmicos e bélicos estes que estamos vivendo... Mas, há de melhorar!
Abraços e bom final de semana!!!
Eu me lembrei de Rilke: Quem me ouviria, se eu gritasse, entre as legiões dos anjos me ouviria?
ResponderExcluirNinguém ouve o nosso grito. É um desespero mudo. O Universo é surdo. Deus é surdo.
Nosso grito de revolta é sufocado no peito. A nossa pobreza é extrema diante da dor. Somente a arte nos alivia.
Eu disse num poema: A dor é a véspera da beleza. Eu sinto um suave alívio com a arte. A poesia me consola e eleva.
Sempre bom lê-lo, Pedro Luso.
Um abraço.
Un senso di impotenza di fronte a gravi eventi provoca un forte grido di rivolta...
ResponderExcluirVersi belli, un caro saluto Pedro,silvia
Gritos sufocados que de uma ou outra forma, devem se nós sair! Lindo teu grito que o vento não deixa ouvir...abração, chica e ótimo OUTONO!
ResponderExcluirExcelente tu verso. Ese grito tan necesario por tanto sufrimiento.
ResponderExcluirMe gustó mucho tu poema.
Un fuerte abrazo.
Fabuloso poema! :)
ResponderExcluir--
Queria ser a primavera em flor...
Votos de um excelente Domingo
Beijos
Vivemos tempos em que o preço da guerra se paga em gemidos, como nos mostram as imagens diárias...
ResponderExcluirUma bela inspiração, que não poderia traduzir melhor esta fase em que o mundo mergulhou, numa espiral de insanidades... que nos seca da garganta quaisquer sons... da estupefacção, à revolta...
Como é possível, que em plena era da informação, as pessoas ainda não tenham descoberto as vantagens do entendimento?...
Beijinho! Continuação de um feliz domingo e um excelente Outono! Nossa Primavera aqui pela Europa, creio bem que nos irá proporcionar um frio interior... bem prolongado!... Do jeito que as coisas vão... sem quaisquer acordos de paz à vista, nesta absurda sucessão de acontecimentos...
Ana
Un grido represso di rabbia che il forte vento non fa sentire. Versi che lo esprimono egregiamente. Un caro saluto amico Pedro, Grazia!
ResponderExcluirVivemos num mundo em que cada dia que passa a nossa permanência está mais ameaçada. Pela fome, pelas guerras, pelas pandemias.
ResponderExcluirAbraço, saúde e feliz Outono
Um grito que ecoa pelo Mundo revoltado com uma tirano assassino.
ResponderExcluirAbraço, boa semana
Um grito, de revolta que sufocamos na garganta porque, quem iria ouvir os poetas neste tempo de loucura e desumanidade? Eles não sabem que a Poesia pode salvar o mundo e calar as armas, insensíveis e surdos que são.
ResponderExcluirGrito com você, meu Amigo Pedro.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
O que fazer do nosso grito, meu caro amigo?
ResponderExcluirResta-nos abafá-lo na garganta, pois ao que tudo indica estão todos surdos.
Poema pungente vigoroso, que nos comove e nosfaz tomar consciência da dor que se abate sobre o mundo.
Um grande abraço, meu amigo Pedro!
El grito reprimido de la rabia ante la barbarie...sin embargo que belleza tu poema. Aún pierdo algo al traducirlo y siguen siendo fuertes tus versos gritos. Mis aplausos poeta en este día de la Poesía te has lucido.
ResponderExcluirAmigo mío, muchos somos los que gritamos, pero nuestro gritos por lo visto no se escuchan, la sinrazón y la maldad imperan hoy día. Dios quiera que esta locura no vaya a más.
ResponderExcluirUn abrazo y feliz resto de semana.
Un grito llamando a la razón que nunca viene mal.
ResponderExcluirTu poema es una bella forma de gritar.
Saludos.
Pedro,
ResponderExcluirQuem sabe se nós
gritamos todos juntos
alguém nos ouvirá
um dia?
Mas além disso
Poesia é um
Belo grito.
Bjins
CatiahoAlc.
Um grito represado pela angústia de sua impotência...É voltado para dentro e consome a alma.É bem assim o sentimento do mundo.
ResponderExcluirUm abraço
Boa noite, amigo Pedro,
ResponderExcluirPassando por aqui, relendo este excelente poema que muito apreciei, e desejar um Feliz fim de semana, com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Um grito de revolta contra tudo o que infelizmente vamos vendo por esse Mundo fora.
ResponderExcluirUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
A vida é difícil e nem sempre podemos “gritar de revolta” acabamos por sufocar essa mesma revolta no silêncio da nossa mente.
ResponderExcluirGostei muito, abraço e bom fim de semana
Um grito bem audivel, meu caro amigo
ResponderExcluirum grito que somado a milhões farão levantarão
vendavais.
gostei muito, Poeta
grande abraço
Muchas veces el grito no sale porque la angustia lo ahoga, la impotencia nos agobia y la esperanza se cohibe ante la triste realidad.
ResponderExcluirNo queda más que esperar, ojalá que los ánimos se calmen y reflexionen poniendo el corazón en ello.
Cariños.
Kasioles
Don Pedro:
ResponderExcluira veces hay que gritar bien algo y bien fuerte.
Abraços.
Mas é preciso gritar , gritar bem alto mais forte que o vento.
ResponderExcluirE um grito e mais outro e mais outro até serem milhões de gritos para derrubarem os muros da indiferença da omissão do ódio, do terror.
Gostei do que escreveu.
Brisas doces **