O
VELHO HOMEM
– PEDRO
LUSO DE CARVALHO
Uma
lágrima a luzir, clara lágrima
descia
pelo rosto do velho homem,
refletido
nessa nesga de luz
do
sol, que via sumir no horizonte.
Havia
na rua gente apressada,
gente
atenta apenas ao seu mundo,
que
passava pelo homem invisível,
prisioneiro
do pranto contido.
A
noite descia sobre edifícios.
Aflito,
enxugava molhado rosto
de
lágrimas brotadas no silêncio.
Então
se levantou do banco o velho,
para
sumir numa rua iluminada,
como
somem as nuvens de verão.
* * *
Mais um belíssimo poema acompanhado de uma pintura maravilhosa de Van Gogh, que é um dos meus pintores favoritos!
ResponderExcluirLa soledad. La pena.
ResponderExcluirSi todo lo que amó ya no está, ya nada importa.
Boa noite de paz, Pedro!
ResponderExcluirHa vezes que nos sentimos invisiveis e sumimos na escuridao...
Os umbilicados estao a solta por ai... Fazendo com que os introvertidos se sintam amuados.
O mal do seculo aqui muito bem retratado.
Tenha dias abencoados!
Abracos fraternos de paz e bem
Reflejo certero de angustia y soledad. Captación plena, amigo Pedro, de derrumbe espiritual y esperanzas truncas.
ResponderExcluirTriste soledad.
ResponderExcluirNo prestamos atención a quien lo necesita.
Tierno poema.
Y muy bella la pintura.
Un beso. Feliz semana.
Li o seu belo poema e digo: "repito vezes sem conta a noite perturbante em que soube pela primeira vez que as lágrimas dos velhos são cristais de quebranto lapidados na secura da garganta"... De que matéria somos feitos que nos torna comovidos e inocentes perante o desejo da ternura?
ResponderExcluirUm beijo, meu Amigo Pedro.
Que belo poema que retrata a tristeza e a solidão das pessoas mais velhas, mais indefesas e mais sensíveis às emoções. É verdade o que mostras, os mais jovens cuidando de suas vidas apressadas não acham mais tempo para os mais velhos. Dói muito essas lágrimas silenciosas, 'lágrimas de solidão' não há quem suporte.
ResponderExcluirBeijinho, daqui do lado.
Comovente poema, caro Pedro! Cabe ao poeta chamar a atenção para os problemas sociais. A solidão e a tristeza na velhice devem merecer, da sociedade,especiais cuidados.
ResponderExcluirBeijinho.
Que poema mais lindo...
ResponderExcluirmuitas vezes estamos sós, apenas nós mesmos juntos de nossa tristeza que nos acompanha de mãos dadas. Às vezes é ela mesma que coloca a mão em nosso ombro para acalentar-nos.
Muitos passam por nós sem ver, alheios aos sentimentos dos outros, as lágrimas contidas.
Adorei seu poema.
Abraço,
Parágrafo Cult
Mais um belíssimo poema!!
ResponderExcluirÉs o infinito do meu imaginário
Beijos e um excelente dia!
Linda e tocante tua poesia e esse velho homem invisível em meio à pressa constante...Realidade! abraços, ótimo fds! chica
ResponderExcluirPedro,
ResponderExcluirAmo ler seus versos
aqui.
Amo também a combinação
entre arte plastica e arte poética.
Bjins
CatiahoAlc.
Caro Pedro
ResponderExcluirEste poema centra-nos num tema de grande importância, que assola as sociedades.
O descaso e o abandono dos mais velhos: Vemo-los nos bancos dos jardins, em "Lares" onde são depositados sem a atenção da família, deixados em hospitais como se fossem objectos esquecidos, nas suas casas, ensimesmados numa solidão que lhes suga a vida.
Adorei ler esta sua chamada de atenção. Como bem diz a nossa Amiga Teresa Almeida, "Cabe ao poeta chamar a atenção para os problemas sociais", ousando eu estender essa responsabilidade a todos nós, homens e mulheres de boa vontade.
Gostei muito do seu blog. Uma organização dos temas que dá gosto. :)
Abraço
Olinda
Gostei muito, Olinda, desta sua primeira visita ao meu blog. Espero que você voltei mais vezes.
ExcluirBeijo.
Pedro
"Para sumir numa rua iluminada"...
ResponderExcluirInvisibilidade triste
Que todo dia se assiste
Em mendigos feitos nada.
Triste, Pedro, essa maçada
De quem há, mas não existe
Nem mesmo a um dedo em riste
Pra tirá-los da calçada
Como cachorros de rua.
A verdade crua e nua
É o planeta lotado...
Linda a poesia tua!
Parabéns! Ela situa
Esse triste resultado.
Grande abraço, amigo! Tudo de bom!
O amigo Laerte, poeta e acadêmico (da Academia Catarinense de Letras) presta-me essa honrosa homenagem. Gracias.
ExcluirUm abraço.
Tocante, mas um poema de singular beleza focando o lado sombrio da vida...
ResponderExcluirNa terceira idade há muita solidão, falta de carinho e apoio moral, quiçá material, principalmente nos que já perderam o seu conjugue e amigos verdadeiros, porque os outros afastam-se.
Um poema que revela a humanidade do poeta...
Dias de inverno em paz e conforto.
O meu abraço, Amigo.
~~~
Demorei muito a chegar aqui, querido Amigo, mas não é descaso e creio que sabes bem disso. Os Amigos nunca são esquecidos, apesar das ausências mas, pelas circunstâncias que conheces o meu tempo ficou bastante reduzido e as visitas sofreram com isso. Infelizmente, este teu poema relata uma triste realidade dos nossos tempos e, como diz a minha querida Amiga Olinda, o descaso a que são votados os idosos choca-nos muito; aqui em Portugal é terrivel ver idosos serem levados ao hospital por motivos de doença e depois serem lá deixados como objectos esquecidos em cima duma qualquer
ResponderExcluirmesa. Não consigo entender esta atitude tão desumana por parte daqueles que tanto amor receberam dos pais e, sinceramente, a velhice apavora-me porque, nunca sabemos o que nos espera. Confiamos muito nos filhos, demos-lhes uma boa educação, transmitimos-lhes valores, demos-lhes o exemplo, tratando os nossos pais com o amor e dedicação que mereciam, mas, mesmo assim, não sabemos o que nos acontecerá quando não tivermos nem forças nem lucidez bastantes para fazermos valer os nossos direitos. Como também diz a Olinda e muito bem, é responsabilidade de todos nós chamar a atenção para estes problemas sociais e também denunciar casos de abuso e violencia a idosos que conhecemos e que, por receio, calamos. Muitas vezes conhecemos casos de abandono e não somos capazes de avisar os serviços sociais que, se os conhecerem, tomarão as devidas providências. Muito podemos fazer para ajudar, mas, infelizmente nada fazemos e aqui me incluo também. Amigo, muito obrigada por teres tratado este tema tão pertinente e mais uma vez, desculpa a minha ausência. Tenho mandado e-mails à Tais e com certeza saberás o motivo. Um beijinho e tudo de bom! Boa noite
Emilia
Querida amiga Emília, a Taís sempre me fala sobre a tua falta de tempo aí em Portugal, por isso compreendo bem essa tua ausência, mas mesmo assim és sempre lembrada com carinho por nós. Um bom final de semana com muita paz, Emília. Beijo. Pedro
ExcluirApreciei o belo retrato poético, reli para confirmar ser lindíssimo, Pedro.
ResponderExcluirReler um destes poemas, dá para concretizar o desejo de parabenzar o poeta-autor.
Abraço
O elogio vindo de um poeta é bastante animador. Obrigado pela visita e pelo estímulo, amigo Daniel.
ExcluirUm abraço.
É assim a solidão, excelente poema amigo Pedro e aproveito para desejar um bom fim-de-semana.
ResponderExcluirAndarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Te deseo un fin de semana muy feliz.
ResponderExcluiroi, Pedro, belo poema e bem verdadeiro...quando vamos envelhecendo ficamos mais sensíveis aos fatos que nos emocionam...uma saudade , uma angústia ou simplesmente sentir que a o maravilhoso espetáculo da vida está por terminar.
ResponderExcluirum abraço
Poema belo, delicado!
ResponderExcluirGostei daqui.
Beijos
Muito bom te ver por aqui, Ariana. Logo farei visita ao teu blog. Obrigado pela visita e comentário.
ExcluirBeijo.
Pedro
Amigo Pedro,
ResponderExcluirMais um belo poema!
"... A noite descia sobre edifícios.
Aflito, enxugava molhado rosto
de lágrimas brotadas no silêncio.
Então se levantou do banco o velho,..."
Aqui, em suas casas (nos edifícios), pessoas convivem em família (até com certa felicidade), mas lá embaixo, o velho se levanta... Seguindo solitário, sumindo como as nuvens do verão.
Um abraço!
E até a próxima!!!
Douglas
Coincidências à parte Pedro, venho de uma cronica da Taís onde ela nos fala de um pedinte e sua arte e aqui vejo um lindo poema, onde o centro é mais um ser invisível para a sociedade em sua pressa.Bela inspiração para fazer olhar para dentro e ver como muitas vezes estamos e somos alheios à presença de uma pessoa com seu fardo árduo.
ResponderExcluirMuito bela construção amigo.
Abraços e feliz semana na paz.
OLÁ PEDRO
ResponderExcluirESPREITEI e não resisti...
ADORO essa pintura maravilhosa de Van Gogh,
que é um dos meus pintores favoritos e porque estive em ARLES no fim de ABRIL precisamente neste café...até fico arrepiada quando recordo!
Foi uma viagem ao Sul de França e Impressionistas
vim de lá de alma cheia, acredite.
Gosto deste poema, muito realista
Havia na rua gente apressada, gente atenta apenas ao seu mundo,
que passava pelo homem invisível
INFELIZMENTE é mesmo este o retrato do mundo actual
Parabéns pela sua escrita.
Sobre mim, o que dizer?
Apenas veja com os seus olhos
Se poder sugerir aqui vai:
caso queira acompanhar o resto da viagem até à Roménia, aqui:
http://tempolivremundo.blogspot.com/
se quiser ver algo mais recente, aqui:
http://momentos-perfeitos.blogspot.com/
Homenagem ao DIA MUNDIAL DA FOTOGRAFIA, aqui:
http://meusmomentosimples.blogspot.com/
Outras fotos com prémios, aqui:
http://pensamentosimagens.blogspot.com/
estão as sugestões dadas
continuação de excelente semana
Bjs Tulipa
Vou visitar os teus blogs, Tulipa.
ExcluirBeijo.
Pedro
Cá o espero com todo o gosto, Pedro!
ExcluirBom domingo
Tulipa
caro Pedro Luso, meu amigo
ResponderExcluira tua Poesia reconcilia-me em muitos aspectos com a vida
pela fecundidade da sua mensagem e pelo equilíbrio formal
(de recorte clássico) em que se exprime.
esse a enorme responsabilidade da Poesia e dos Poetas - nunca perderem densidade humana! como tu, meu amigo, tão eloquentemente testemunhas!
grande abraço
Cara, esse belo texto, me lembrou um fato ocorrido comigo ha anos atrás, bom... Foi assim: "Sou cadeirante, e em um passeio, com os meus pais na véspera do natal, fiquei sozinho por algumas horas na porta de uma loja, esperando por eles, e pude notar uma coisa que até então, nunca havia reparado, pois, uma pessoa deficiente sozinha na rua, ela fica completamente "INVISÍVEL", aos olhos dás pessoas, fiquei chocado"
ResponderExcluirPois é, meu amigo Leandro, infelizmente existe o preconceito (que não deveria existir), somando-se a isso o sentimento egoístico (que também não deveria existir); esses dois sérios defeitos são responsáveis por sofrimentos da respectivas vítimas. Uma pena!
ExcluirObrigado pela visita.
Uma boa semana, Leandro.
Um abraço.
Pedro