– PEDRO LUSO DE CARVALHO
FERNANDO PESSOA nasceu em Lisboa, a 13 de junho de 1888; órfão de pai
antes de completar os seis anos; depois de a mãe ter casado pela segunda vez, a
família passou a morar em Durban, África
do Sul, onde o seu padrasto João Miguel
Rosa exercia o cargo de cônsul de Portugal. Aí realizou os estudos primário e
secundário. Em 1905, retornou sozinho a Lisboa.
Com residência fixa em Portugal, redescobre sua cultura e literatura:
Cesário Verde, Antônio Nobre, Antero de Quental, Camilo Pessanha. E 1906,
matricula-se no Colégio Superior de Letras, em Lisboa, que abandona em seguida,
e começa a alimentar arrojados planos, literários e outros, nunca realizados na
íntegra.
Após o fracasso comercial de sua “Empresa Íbis – Tipografia e Editora”,
experiência em que mais tarde reincidirá, emprega-se como correspondente de
firmas estrangeiras sediadas em Lisboa, modéstia atividade que lhe garantirá o
sustento até o fim de sua vida. (Fernando Pessoa morreu em Lisboa, em 30 de
novembro de 1935).
Segue o poema Canção, de Fernando Pessoa (In Fernando Pessoa/ Poesia/1918
- 1930. São Paulo: Cia das Letras, 2007, p. 115):
CANÇÃO
– FERNANDO PESSOA
Sol nulo dos dias vãos,
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na Alma!
Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio da alma disfarce!
Senhor, já que a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém!
15-1-1920
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Pedro Luso de Carvalho