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9 de nov. de 2010

MÁRIO DE ANDRADE / Carta para Murilo Miranda

        

       
                 [PEDRO LUSO DE CARVALHO]


        MÁRIO DE ANDRADE (Mário Raul de Morais Andrade) nasceu a 9 de outubro de 1893 em São Paulo, SP; morreu na capital paulista a 25 de fevereiro de 1945. O poeta, romancista, contista, crítico literário, teórico de arte, musicólogo, folclorista, foi líder do movimento modernista de 1922. Exerceu e ainda exerce grande influência nas gerações literárias.

      Murilo Miranda, importante animador cultural do Rio de Janeiro foi o fundador da Revista Acadêmica, e a manteve por 15 anos com publicação boêmia intensa. Sobre a Revista Acadêmica, Carlos Drummond de Andrade disse que a revista “refletiu o que a inteligência brasileira tinha de mais vivo, na criação literária e artística, e na crítica social”.
        
  Obras principais de Mário de Andrade: Paulicéia desvairada (1922); Losango cáqui (1926); Clã do jabuti (1927); Amar, verbo intransitivo (1927); Macunaíma (1928); Pequena história da música (1942); O empanhador de passarinho (1946).

         A carta que segue, foi escrita por Mário de Andrade a seu amigo Murilo Miranda (in Mario de Andrade, cartas a Murilo Miranda, 1934/1945, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981, p. 20-21):


                                              
                                               [ESPAÇO DA CARTA]
                                                                                        

                                             PARA MURILO MENDES
                                                                               (Mário de Andrade)


          16-7-35  - S. Paulo


        Murilo, recebi 16 exemplares do livro, ontem. Dos restantes a mandar, me guarde uns 20 aí, quer dizer, mande só mais 14. Os vinte que ficam aí, mandarei cartões meus com dedicatória, pra você ajuntar a eles e fazer distribuir pelo empregadinho da revista. Fica mais fácil assim. Nos exemplares de você, do Lúcio, do Carlos Lacerda e do Rosário Fusco, deixarei pra escrever a dedicatória quando for aí, o que não deve estar longe. Me mande os quatorze restantes, em milhor envoltório. Os que chegaram, o papel que os envolvia desaparecera. Não estragaram demais, mas dois ficaram quase imprestáveis.
        
        A revisão está ótima. Um errinho sem importância e um erro só importante, o da pág. 108, nota, que fala em “educação entre sátiras”, quando era “entre saias”. Porém mesmo esse o leitor inteligente etc.
        
        Bom ciao. Vou fazer regulamento. É a minha literatura deste mês. Tou achando esta carta fria, não repare. Nem desconfie, é a fadiga. Trabalhei o dia todo este feriado, são 18 horas e estou exausto. Então larguei de tudo e vim te escrever, vazio. Mas fique sabendo que gostei da edição e neste abraço vai o carinho mais grato do


                                                                                                        Mário.


                                                                      * * *
 
         

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Pedro Luso de Carvalho