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13 de jan. de 2014

[Crítica] PEDRO LUSO – Croce: poesia e literatura




            
          
            CROCE: POESIA E LITERATURA
                            – PEDRO LUSO DE CARVALHO

Benedetto Croce, historiador, escritor, filósofo e político italiano, nasceu em 25 de fevereiro de 1866, em Pescasseroli, na região de Abruzzo, e faleceu no dia 20 de novembro de 1952, em Nápoles. Croce exerceu os cargos de senador (1910) e de ministro da educação (1920-21), tendo apoiado Benito Mussolini no início do governo fascista, por algum tempo, até o momento em que passou a fazer-lhe oposição. Exerceu grande influência sobre o pensamento literário e artístico de seu país.
Dentre as obras de Croce, que compõem 44 volumes, a mais importante é Breviário de Estética. O conjunto de sua obra está dividido em: a) Filosofia do Espírito; b) Ensaios Filosóficos; c) Escritos de História Literária e Política. A obra de Croce é extremamente variada, uma verdadeira universitas litterarum, como, por exemplo, ensaios sobre Goethe, Shakespeare, Ariosto, Corneille, etc. Rudolf Bourchard disse sobre a obra de Benedetto Croce: “Não é fácil apresentar, em breve síntese, o único grande sistema da Europa contemporânea”. Bourchard  conclui dizendo que “Não só a complexidade do seu pensamento, mas também a quantidade dos seus escritos concorrem para dificultar um apanhado geral sem grandes riscos de mutilações”.
Segue trecho do livro A Poesia, de Benedetto Croce:
Na consciência estética atual vem incidindo, cada vez mais profundamente, a diferença entre Poesia e Literatura, já muito sentida na época romântica, embora percebida apenas por alguns aspectos particulares nas épocas precedentes, inclusive a antiguidade greco-latina. Hoje, esta diferença em geral assume a forma de contrastes com certo desprezo para com a “literatura”, que só encontra defensores entre os destemidos que sentem uma espécie de prazer em parecerem retrógrados e reacionários. O contraste e o desprezo não encontram uma justificativa lógica e os motivos que conduzem à própria distinção nem sempre são bons, fazendo com que a diferença nem sempre corresponda à verdade. No entanto, ela persiste substancialmente, e, vagarosamente afirmada nos dias atuais, se mostra necessária e útil para ajuizar e desfazer confusões que, de outro modo, continuariam a nos atormentar.
Mas o que é literatura? Qual a sua definição, isto é, a sua natureza, seu nascimento ou gênese no espírito humano? Em decorrência disso, qual a sua função? Procurei em muitos livros, em quase todos os de estética, poética e retórica e (certamente por não ter procurado bem) não encontrei resposta para a pergunta ou achei-a insatisfatória. Eu mesmo, que há muito tempo estudo poesia e literatura, me apercebi de nunca ter assumido a resolução de penetrá-la a fundo, nem de tratar à altura para responder todas as dificuldades e objeções que agora me proponho. Uma coisa é possuir um conceito e outra é ter consciência dele, ou melhor, redescobri-lo renovadamente e defini-lo em função das dificuldades surgidas e das objeções propostas. E, no entanto, isto é o que o homem sempre se vê obrigado a fazer, pois, ao contrário dos animais e dos deuses, está condenado a pensar.
Em futuras postagens pretendo fazer novas abordagens sobre poesia e literatura sob a perspectiva de Benedetto Croce, como expõe no seu livro A poesia.


REFERENCIA:
CROCE, Benedetto. A Poesia. Introdução à Crítica e História da Poesia e da Literatura. Tradução de Flávio Loureiro Chaves. Edições da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do R. G. Do Sul. Porto Alegre, 1967, págs. 5-6.
LAROUSSE, Petit. Dictionnaire Encyclopédique Pour Tous. 24ª tirage. Paris: Librairie Larousse, 1966.


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5 comentários:

  1. Uma boa indicação, Pedro Luso. Fiz especialização em Teoria da Literatura, tendo como texto-base o livro La Poesia, de Croce. Estou me lembrando agora: Tenho escrito ultimamente que poesia é imagem, e ponto. Se você não cria imagem não cria poesia. Isso está lá em Croce. Que chega a exagerar - na busca da poesia pura, que vê em Dante. Em Camões, nos Lusíadas, aí o exagero, nem via poesia.
    Um grande abraço.

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  2. Pedro, muito boa a sua postagem.
    É imprescindível conhecer Croce para compreender o que é literatura.

    bjs

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  3. Olá,
    passando para desejar a você,
    um bom fim de semana,
    fui pega por varias ites....sinusite,
    faringite e por ai vai.estou pessima ai ai ai
    volto na segunda.
    beijos.
    muito bo indicação!
    otima postagem..

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  4. Querido Pedro, gostei muito do seu blog
    já estou te seguindo.
    Se desejar fazer parte da minha sala de visita fique a vontade.
    http://blogdocarloshamilton.blogspot.com

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Pedro Luso de Carvalho