PRISIONEIRO
– PEDRO
LUSO DE CARVALHO
Tem-me
prisioneiro esta casa
às
escuras, no seu denso silêncio,
assustador
silêncio
dilacera
os
meus nervos já tão debilitados.
Fechadas
todas janelas e portas
da
casa, abri-las inútil esforço,
força
não tenho para cadeados
e
fechaduras com rigidez do aço.
Pulmões
inflados, grito
que não sai,
a
jugular inchada pelo esforço,
som
algum se expande neste vazio –
alguém
ouvirá o meu surdo grito?
Portas
ou janelas não se abrirão,
terei
de aceitar esta minha sina,
prisioneiro
da hermética casa –
vivo
o que me resta nesta agonia.
* * *
Olá caríssimo Pedro,
ResponderExcluirA imagem é linda, apesar das ruínas, o poema expressa um momento de enclausuramento d'alma e ficou belo demais. Há momento sim que ficamos aprisionados a tantas coisas! Receba meus aplausos pára sua obra prima!
Feliz 2018 com muita paz, saúde e conquistas!
Abraços!
Como o conhecimento da situação do eu lírico, essa opressão, se traduz na construção do sentido do poema, deixando o leitor igualmente sufocado com o fato de estar prisioneiro. Poema vigoroso. Gostei da atmosfera do poema criado por uma linguagem tão rica.
ResponderExcluirUm abraço, caro amigo!
Que bonito!
ResponderExcluir:))
-
Do Gil António, que se encontra doente, motivo porque não vos visita. Pedimos a compreensão: Hoje:- Luz no teu quarto ...Tentação do meu olhar
.
Bjos
Resto de uma boa noite
Me parece un excelente poema.
ResponderExcluirUn placer tus letras.
Un abrazo.
Como sempre, maravilhoso!!
ResponderExcluirBeijo. Bom fim de semana.
Boa noite querido amigo Pedro.
ResponderExcluirUm poema tão bem escrito, que me fez me sentir a opressão de esta prisioneira nesse lugar rsrs. Só os grandes poetas e escritores consegue da essa sensação aos seus leitores, como se fossemos nós mesmo a passar por algo assim. Mas como sempre algo muito bem inspirado e bem criativo. Você e a querida Tais são excelentes escritores. Um feliz final de semana para ambos. Grande abraço.
ResponderExcluirBelíssimo teu poema, e quantos de nós não se sentem prisioneiros em corpos que não se abrem como se cadeados e trancas houvessem, qual uma casa com trancas intransponíveis! Assim somos nós nos emaranhados de nossas mentes frágeis muitas vezes sem dar-lhes um rumo certo. Um grito que não ecoa, um coração descompassado, uma vida ao léu.
Um dos mais belos poemas que li aqui, mostrando agonia, tristeza, solidão e uma vida que nada valeu.
Beijinho daqui do lado, querido.
Caro amigo Pedro, a primeira impressão sentida ao ler este denso, mas belo poema, foi de um sentimento de viver sob um regimento ditatorial; a segunda impressão: de algo espiritualizado onde o corpo aprisiona o espírito, mas, enfim, seja como for, tenho lido que não devemos pedir ao poeta para que explique seus versos. Um abração. Tenhas um bom fim de semana.
ResponderExcluirOi, Pedro, um belo poema reflexivo que pode nos levar a algumas direções, mas todas inquietantes...quantas vezes nos sentimos presos dentro do nosso próprio corpo e quantas vezes a criança em nós ficou presa em uma "casa" da infância?
ResponderExcluirUm abraço
Un momento inquietante in cui ci sentiamo soli con noi stessi e
ResponderExcluirnon riusciamoad uscire da questa triste situazione, che ci assila
Sempre bello leggerti, Pedro, un caro saluto,silvia
Estupendo poema que al leerlo produce las mismas sensaciones que tan maravillosamente versificas.
ResponderExcluirMe gusta mucho la pintura que acompaña al poema.
Un abrazo Pedro.
O grito de uma alma que sente aprisionada.
ResponderExcluirMaravilhoso poema.
Bom fim de semana
Beijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Maravilhosa composição que inquieta a alma produzindo reflexão.
ResponderExcluirParabéns!
Bom fim de semana.
Hace sentir esa angustia del personaje en su encierro. Excelente como lo has narrado.
ResponderExcluirUn fuerte abrazo, Pedro.
Amigo Pedro uma bela expressão de sentimentos vários num poema de rara beleza ainda que o triste e o melancólico predominem. Uma imagem dura do tempo, do descuidado e que muio=to bem pode ser o ser em suas mutações e enfraquecimento natural de suas forças. Seria a clausura a saudade nas lembranças da casa onde vivera belamente uma infância e hoje ao vê-la vem este sentimento de prisão. Muito bom poema amigo, que sempre me inspira a viajar pela palavras e pela imagem.
ResponderExcluirAplausos Pedro por tão belo talento.
Abraços e bom domingo na feliz semana de vocês, que estimo muito.
Así nos podemos sentir prisionero sin fuerzas.
ResponderExcluirUn bonito domingo.
Que bella imagen e inspiradora de tus versos lindos, Pedro. A pesar de que refleja soledad aparece sobre ella ese claro de luna que le da vida. Es uno exquisita pintura.
ResponderExcluirGracias por compartir algo tan hermoso. Ha sido placentero leerte.
Un abrazo y mi gratitud.
Por vezes é assim
ResponderExcluirsequestrados no paraíso
Um poema inquietante, meu Amigo Pedro. Quantas vezes a vida nos parece uma casa fechada onde ninguém ouve os nossos gritos de alarme, os nossos densos silêncios, as palavras que murmuramos baixinho...
ResponderExcluirGostei imenso do poema.
Uma boa semana.
Um beijo.
Um poema forte e inquietante, que me fez pensar nos transsexuais que devem viver assim prisioneiros numa casa (o seu corpo) que não reconhecem e de onde não conseguem sair.
ResponderExcluirUm abraço e uma boa semana
Hola Pedro, hermoso mensaje en tu poema, esa casa puede ser la ida misma o la sociedad en la que vivimos y nos hace prisioneros.
ResponderExcluirmariarosa
A vida por vezes é mesmo assim como uma casa fechada onde não encontramos a saída.
ResponderExcluirUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Pedro Luso
ResponderExcluirGrandioso poema que me parece ser todo ele uma metáfora, será contudo poema de intervenção, que os próceres políticos precisavam ler e equacionar.
(Daniel)
Um poema que nos conduz a uma imediata reflexão sobre o tema...
ResponderExcluirPrisões em sentido figurado há muitas, porém, esta é trágica por ser absolutamente irreversível...
Acontece quando normas sociais obsoletas acorrentam, ou quando deveres morais aprisionam...
Um poema estética e literariamente impecável, expressivo e impressivo.
A ruína da casa a par da ruína humana...
Um 'post' com a classe a que nos habituou.
Abraço, Amigo.
~~~
PEdro
ResponderExcluirum poema forte e denso que nos leva a reflectir sobre a ruína não só de uma casa mas também do ser humano.
Abraço
:)
Una introspezione malinconica che mi ha colpito molto! Noi prigionieri di noi stessi. inquieti inquilini della vita...
ResponderExcluirBellissima!
Poema bastante expressivo em sentimentos aprisionados e inquietantes numa alma que deseja a libertação. Bela imagem, mesmo mostrando o abandono, mas que já foi berço de famílias felizes a lhe habitar.
ResponderExcluirAbraços afetuosos!
Me ha encantado tu poema, lo interpreto como una metáfora de la vida, de como, en ocasiones, en momentos de reflexión, nos sentimos encerrados y prisioneros de recuerdos, de vivencias que marcarán por siempre nuestra existencia,
ResponderExcluirMe ha encantado el cuadro, mientras te escribo, estoy escuchando el Claro de Luna de Debussy, prueba tú a escucharlo mientras miras el cuadro:
https://www.youtube.com/watch?v=Yaxu4qEXDJs
Cariños.
kasioles
Ouvi Clair de Lune, de Debussy, numa excelente execução ao piano.
ExcluirMúsica e execução magistrais.
Obrigado pelo link, querida Kasioles.
Um beijo.
Pedro
Pedro Luso,
ResponderExcluirprisioneiros somos dos passos que damos
e quando julgamos chegar ao topo, rebolamos no barro
de que somos feitos!
poema de excelência!
abraço, meu amigo
Muy bonito poema. Admiro a los que tenéis la suerte de saber escribir de esa manera. Yo soy incapaz de hacer una rima, por eso os admiro tanto.
ResponderExcluirUn abrazo
A veces nos sentimos prisioneros de nuestros propios miedos, como encerrados entre cuatro paredes... son circunstancias de la vida.
ResponderExcluirUn abrazo.
As casas, como dizia Ruy Belo, nascem, vivem e morrem - como as pessoas. No entanto temos tendência a permanecer nelas, encarcerados. Há pedaços de vida a que ficamos ligados. Belíssimo poema, caro amigo Pedro!
ResponderExcluirUma casa... que poderá ser uma analogia, de tantas coisas que nos aprisionam... preconceitos, fobias, circunstâncias, dúvidas, receios... no limite, somos prisioneiros de nós mesmos...
ResponderExcluirMais um excelente trabalho que nos faz reflectir... e com a qualidade de sempre!...
Finalmente, só agora consegui passar por aqui... resolvendo uma série de questões, por estes dias, que limitaram imenso o meu tempo, esta semana... pelo que nem tive oportunidade de informar, que um dos seus trabalhos, estaria em destaque, lá no meu canto, por estes dias... mas felizmente, que o Pedro, deu por tal... :-))
Um grande abraço! Continuação de uma óptima semana!...
Ana
O pior cárcere é aquele que muitas vezes nos impomos a nós mesmos.
ResponderExcluirFechados a sete chaves, sem força nem ânimo para quebrar as correntes de uma existência infeliz, que se não deseja nem nos traz alento.
Excelente poema, Pedro.
Um abraço.
Amigo Luso, aquí estamos de nuevo.
ResponderExcluirCon mis deseos de que esta vez las puertas y ventanas se abran de par en par. Y que el grito de libertad salga completo, sin nada que lo aprisione y se expanda por todo el 2018.
Poesia molto intensa che mette l’ansia e trasmette l’angoscia di chi è “Prisioneiro”
ResponderExcluirBuon Weekend.
Un abbraccio
enrico
Pedro, este seu excelente e ímpar poema, nos presenteia a
ResponderExcluirPoesia na função da arte, como a leitura na experiência
catalizadora de um mesmo sentir, um sentir sufocado, "prisioneiro"
na casa interior e nas casas da vida no sentido pleno do tempo
em aprendizagem, afinal viver é aprender...
Parabéns, meu amigo!!!
Um ótimo final de semana para você e a Taís!
Um beijo.
Não recebeu o meu comentário Pedro?
ResponderExcluirComentei aqui ontem e gostaria de saber se o recebeu, porque andam a 'desaparecer' comentários meus, ou, então, vão parar ao Spam do Blogger. Importa-se de confirmar?
Obrigada, bom fim de semana.
Janita
Não recebi o teu comentário, Janita.
ExcluirProcurei no e-mail, inclusive no spam, mas não o encontrei.
Lembro-me ter feito um comentário na tua penúltima postagem, no poema em que aparece uma imagem, que pensei ser do Cristo Redentor, mas tu esclareceste que não era uma imagem do Rio de Janeiro.
Um ótimo final de semana.
Pedro
Que pena, Pedro! Quando repetimos um comentário nunca sai igual nem com o mesmo ímpeto e sentimento do primeiro, não é verdade?
ExcluirEspero que este chegue a bom porto, já que não os vendo publicados, de imediato, não sabemos.
Pois, creio ter escrito que o pior cárcere é o que nos impomos a nós próprios. Isto, na sequência deste seu admirável poema.
Um abraço grato e votos de excelente fim de semana para toda a família, meu Amigo.
Janita
Prisionero entre cuatro paredes, necesita libertad...
ResponderExcluirCuantas personas están prisioneras de sus vidas.
Un abrazo.
MA.