[ Reedição ]
REVOLTA
– PEDRO LUSO DE CARVALHO
Ando na
calçada da rua
escura,
ouço o som oco
dos
meus passos
no
solitário vagabundear.
Vejo
tantas marquises
sobre velhas
lojas,
tantas portas
gradeadas
e
corpos cobertos de trapos.
Assalta-me
pena e culpa,
muita culpa
– grito
contido
da revolta,
da
denúncia que não faço.
Os
urubus devoraram
os meus
projetos,
devoraram
os sonhos
todos
que tinha, de igualdade.
Foi
cômodo desistir da luta,
e agora
os párias dormem
sob as
marquises
nesta
noite de frio cortante.
São os párias
derrotados
sem o
fragor da batalha,
vivendo
em ruas e becos,
são urubus que se regalam
com
nossas pútridas consciências.
* * *
Boa noite amigo Pedro
ResponderExcluirEncolhemo-nos no nosso medo inconsciente e permitimos que nossos irmãos sofram com as mazelas do cotidiano impostas por uma sociedade que não zela pela dignidade humana
Parabéns pelo poema visceral
Uma semana de paz e sorrisos
Abraços
Bem mostrados em versos a "revolta"!
ResponderExcluirAbraços e tenhas uma boa noite de domingo!
Mais um belo poema da triste realidade que se vive também por aqui.
ResponderExcluirTenho pena de não ter tempo para ler tudo, mas tudo tudo o que você e Taís escrevem, cada um com seu estilo próprio, mas ambos excelentes!
Estou nos Açores, em S. Miguel, linda ilha onde nasci e vivi até aos 19 anos. Agora só venho de vez em quando, mas é sempre bom visitar o meu irmão e rever amigas/os de tantos anos!
Um abraço, amigo Pedro.
Oi Pedro
ResponderExcluirNuma Revolta deve-se arredar o pé e enfrentar, sendo uma batalha ou a batalha interior.
Adorei poeta
Beijos
Dorli Ramos
Una serie di bei versi dai toni accentuati, letti con immenso piacere
ResponderExcluirBuon inizio di settimana e un saluto, Pedro, silvia
Bom dia Pedro! Um tema oportuno, uma realidade bem presente na vida dos mais necessitados.
ResponderExcluirGostei do seu grito.
Desculpe a demora em retribuir sua visita amigo.
Desejo uma semana com muita paz e inspiração.
Bjs no coração.
Boa intervenção poética, um grito que temos de pensar valer a pena, por quanto o que pode trazer, pelo menos, um assomo de igualdade, será o engrossar das fileiras, dos menos desfavorecidos e de boa vontade.
ResponderExcluirAbraços
E não faltam urubus à nossa volta.
ResponderExcluirExcelente poema, meu caro amigo. Parabéns pelo talento poético aqui revelado.
Pedro, tenha um boa semana.
Um abraço.
Infelizmente uma realidade que não deveria existir. Entristece o nosso coração.
ResponderExcluirUm abraço,
Un poema bueno y a la vez trágico aunque la realidad se ve en él.
ResponderExcluirUn abrazo.
Triste, belo e real poema dr Pedro, percebo seu idealismo meio perdido diante das manobras do tempo, dos caminhos que tivemos de seguir, a necessidade de amparar o próximo...é tão claro neste poema, a vontade de abraçar o mundo e faze-lo dormir, como um neném, enrolado em cobertores e apertado fortemente por nossos braços. Admirável sua maestria em lidar com o texto perfeito e o tema, tão nosso, tão real e por vezes tão distante. A poesia vai salvar o mundo dr Pedro.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço.
Ha sido un placer visitar tu rincón y tu bello poema.
ResponderExcluirSaludos.
Hola Pedro, emotivo poema y bello poema.
ResponderExcluirMe encanta leer tus poesías.
Mil gracias por tu grata huella en mi blog.
MA.
El blog de MA.
Un abrazo.
Boa noite Pedro
ResponderExcluirLindo poema , com uma triste realidade. Uma abençoada semana. Beijos.
Cuanta belleza regalas.
ResponderExcluirBesos
Es injusta loa vida, pero es así, hay que vivirla.
ResponderExcluirUn abrazo.
Um olhar pelas calçadas e toda nossa consciência se abala e desaba Pedro.
ResponderExcluirGrito perfeito em tempo de tantos desmandos e falsos programas de solução desta tremenda desigualdade que assola, que nos leva a uma profunda e cortante reflexão.
Meu terno abraço amigo.
A realidade é a mesma por aqui....
ResponderExcluirMais um bonito poema.
Abraço
Amigo Pedro, en línea con tu poema notarial de una realidad, viene la reflexión sobre las revoluciones.
ResponderExcluirSe hicieron porque había que hacerlas. Pero aunque los habitantes de los palacios fueron intercambiándose, los parias apaleados de hoy siguen siendo los mismos que pintó Goya.
Una ribellione in versi molto belli, che condivido! Eppure basterebbe più umanità per risolvere la fame e le guerre...Un caro saluto e un raggio di sole per te! Buona settimana Pedro!
ResponderExcluirOi amigo, impactante esse seu poema!
ResponderExcluirDesculpe a ausência.
Vim lhe desejar uma ótima semana, abraços e fique com Deus!!
Pelas ruas, mãos humilhadas se estendem; nos tocam e suplicam. Já conhecem o que é desprezo, o que é fome, o que é sede, o que é martírio. Conhecem um lado da vida que nós não conhecemos. Só não dá para entender o porquê e como que nosso país 'faz bonito' emprestando dinheiro a outros com o sacrifício de nossa população indigente, que come capim e faz sopa de papelão e jornal.
ResponderExcluirVá entender...
* Muito oportuna essa reedição desse poema que conta a miséria do nosso país, uma nave sem rumo!
Beijinho, Pedro!
Abutres de almas. Não há miséria maior do que a que vemos. Muitas são as miserabilidades de um povo que desconhece sua verdade. Facções de abutres devorando a carne do povo por um poder podre que só tristeza nos causa. Poema Maravilhoso, cordiais saudações!
ResponderExcluirO que mais abunda por aí meu amigo são urubus.
ResponderExcluirUm belo poema.
Um abraço e continuação de boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
E como pouco se faz, para atenuar as clivagens sociais... tais problemas tenderão a ser crescentes, infelizmente...
ResponderExcluirMais um excelente e pertinente poema, que tão bem aborda a realidade presente, que tantos intentam em ignorar...
Abraço! Continuação de uma excelente semana, Pedro!
Ana
ResponderExcluirOnde um país pode chegar...
Excelente poema, parabéns pelo talento.
Caro Pedro, continuação de boa semana.
Um abraço.
Pedro Luso
ResponderExcluirBelo poema de intervenção. Na verdade, vai o tempo que sobretudo nos meios pequenos, em casas onde as ficava sempre as chaves nas portas, mesmo que os moradores se ausentasse. Faz pena ver, por exemplo aqui o de Santa Cruz, construído apenas de primeiro andar, alem do andar térreo, agora com as janelas todas gradeadas.
E Lisboa é considerada uma das cidades menos perigosas da Europa, quanto a criminilidade. Enfim falem sempre os poetas.
Abraço
Olá, Pedro
ResponderExcluirDeixe-me assinalar o prazer que me deu a sua presença na minha “CASA”.
Começando pelo topo… essa tela de Goya é lindíssima, e encabeça lindamente este excelente texto poético. Gosto imenso da pintura de Goya, que pude apreciar, em grande parte, no Museu do Prado, em Madrid, onde se encontra a famosa “La maja desnuda"”.
Mas… os desnudos aqui focados não se encontram confortavelmente reclinados num sofá… pelo contrário, encontram-se nas ruas e becos, a céu descoberto, ou então debaixo das pontes.
A sua descrição, feita neste belo poema, é perfeita!
Pena e revolta, sim, mas culpa, nunca!
Seremos nós culpados por toda essa miséria? Por tantas portas e janelas gradeadas? Eu não sinto culpa!
A situação é dramática, sim, e precisa e deve ser denunciada (embora seja do conhecimento geral, inclusive daqueles que a deveriam remediar…)
Continuemos a gritar bem alto a nossa revolta!
Bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Seu poema é a cara da impactante realidade sem tirar nem por. Um grito, um desabafo, quem escutará?
ResponderExcluirVotos de um feliz fim de semana amigo Pedro!
Bjs no coração do casal!
Bom dia, Pedro
ResponderExcluirsuas palavras nos remetem ao sofrimento, e à dor em nossas consciências, pois sofremos com aqueles que conseguem um papelão sobre uma marquise. A tela do Goya, nos dá uma pequena amostra do que há nos arredores da cidade, nas valas ou mesmo sob as pontes, viadutos e outros. A culpa nos vem, mesmo que seja inconsciente, o que fazer? Continuar a gritar através da palavra que tem grande poder. Mostrar nossa revolta contra os governantes e líderes de todas as áreas sociais.Triste, mas os urubus vão continuar assim por muito tempo,infelizmente. Tenha um bom final de semana!
A revolta do poeta escorre de cada um dos versos do poema.
ResponderExcluirHá que denunciar para evitar que tudo continue mal.
Pedro, é poderoso este seu poema.
Abraço, meu amigo.
Pedro,
ResponderExcluirQue bom eu ter vindo aqui, pois esta sua postagem não apareceu
na atualização da minha lista de blogs que eu sigo (não sei
a razão...).
Estou diante de mais um poema (percebo que é reedição) seu
surpreendente, um grito poético altivo em desnudar a ilusão
(utopia) e tocar nesta realidade abismal da crueldade da
pobreza, que cria raízes sub-humanas em total abandono,
com a nossa sensibilidade assustada e paralisada nesta
imensa desolação.
"São os párias derrotados
sem o fragor da batalha,
vivendo em ruas e becos,
são urubus que se regalam
com nossas pútridas consciências."
Parabéns pelo poema magistral, meu caro amigo.
Um domingo na paz, amigo poeta!
Beijo.
Es un poema, estimado Pedro, que observa la triste realidad desde el dolor propio. Muy meritorio.
ResponderExcluirUm poema "no fragor da batalha". Leio-te e vejo cenários idênticos nos caminhos que percorro, como se "os sonhos de igualdade fossem devorados". Há vazios e fugas de ânimo onde o sonho era de justiça e progresso.
ResponderExcluirBeijo, amigo Pedro.
Um grito, um alerta, um poema exclamativo!
ResponderExcluirObrigada pela visita mais uma vez...
Abç
Poucos de nós, Pedro, não cometem os mesmos erros? Quem de nós não se permite não enxergar o que denuncias? Quem de nós não sabe ser este mundo absolutamente injusto. Por quê nos ufanamos, comemoramos vitórias, recebemos prêmios, trocamos de carro, de casa... Quantos de nós, com mais bens do que precisamos, nunca paramos para constatar que somos insensíveis, escravos da necessidade de buscar sempre nossos interesses.
ResponderExcluirVocê, Pedro, dá um grito estridente, que deveria servir para que acordemos.
Grande abraço, amigo.
Boa tarde, Pedro!
ResponderExcluirUm grito social tremendo que nos faz abaixar olhos e conscientizar sobre nossa própria responsabilidade em sociedade.
Uma construção poética bem inusitada e linda, por sinal.
Tenha dias felizes e abençoados!
Abraços fraternos de paz e bem
Los buitres siempre acechan ante la desgracia, esperando que la víctima sucumba.
ResponderExcluirTanta injusticia hay en el mundo, que la conciencia se levanta ante ella.
Besos
OI PEDRO!
ResponderExcluirVEEMÊNCIA E CULPA, NUM DESABAFO QUE É DE TODOS NÓS, QUE NUM CERTO MOMENTO DESISTIMOS DA LUTA FINGINDO NÃO VERMOS A DESGRAÇA DAS NOITES FRIAS SOB AS MARQUISES.
UMA VISÃO QUE NOS PASSAS E A QUAL VISUALIZAMOS PELO PODER DE TUAS PALAVRAS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/