O VELHO BAÚ
– Pedro Luso de Carvalho
O velho baú de ipê,
que guarda coisas inúteis,
é prisioneiro da sala,
no seu silêncio de pedra.
Abro o velho baú,
pego o álbum do fundo,
o velho álbum de fotos,
fragmentos do que vivi.
Vejo as marcas do tempo,
no velho álbum guardadas.
Vejo tudo do meu jeito,
com inexpressivo olhar.
As tais fotos nada dizem,
hoje sou outra pessoa,
não a pessoa das fotos,
sou quem o espelho reflete.
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