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11 de jan. de 2019

[Poesia] PEDRO LUSO – Terra Ferida






TERRA FERIDA
PEDRO LUSO DE CARVALHO



Olhos cansados do velho,
presos olhos no horizonte,
pedras e arbustos,
terras removidas,
rios desviados
dos leitos,
mortandade de peixes,
tristeza e dor
por tudo que se perdeu.

O velho mantém fixos os olhos,
secos olhos,
no horizonte à frente,
sem lágrimas para chorar.

Na linha ao longe,
que separa o céu e a terra,
o último suspiro,
do sol que se afunda.



     *   *   *




28 comentários:

  1. Linda esta poesia, adorei!
    Abraço fraterno, amigo Pedro!

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  2. A natureza moribunda pela inconsciência de quem se diz o único animal racional ao cimo da terra.
    A realidade feita poesia.
    Tão belo e simultâneamente tão triste.
    Abraço

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  3. Un bello poema donde transmites desolación, según la mirada del anciano. Preciosa la ultima estrofa.
    Un abrazo.

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  4. Um poema sublime. Adorei :)) Parabéns.

    Bjos
    Votos de uma óptima Quinta-Feira.

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  5. Magnífico poema, meu Amigo Pedro!
    Lembrei-me de Miguel Torga quando diz: "a velhice é isto: ou choramos por tudo e por nada, ou os olhos ficam secos de tanta lucidez"...
    Um beijo.

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  6. Partilho das palavras da Amiga Graça Pires! Amei o poema!!

    No silêncio do meu olhar...

    Beijos e um excelente dia!

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  7. Os idosos sofrem muito mais com as alterações das coisas para pior...
    Excelente poema, parabéns pela inspiração.
    Caro Pedro, continuação de uma boa semana.
    Abraço.

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  8. O mundo em eterna transformação nos deixa cada vez mais ansiosos pois a esperança de um mundo melhor desmancha-se a olhos vistos Uma sombra de desalento quanto ao futuro e uma urgência de começar agora a regeneração.
    Um abraço

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  9. Olá Pedro,
    a revolta de quem vê com amargura, o horizonte perder o brilho
    e a terra a perder a sua fecundidade
    muito bem representado :)
    Vim pelas Veredas, e
    deixei o meu abraço no Poetizando da querida prof. Lourdes!
    https://poesiesenportugais.blogspot.com/

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  10. los años secan los ojos pero el corazón conserva toda la historia de los sentimientos. Siempre quedan en la vida añoranzas, algo en lo que pensar y que quisieramos finalmente fuera vivido. Sentido y profundo poema.

    Saludos afectuosos y muy cordiales.

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  11. E da tua " revolta " pelo que vês tu pelas ruas , que vejo eu, nas calçadas por onde passo, que vê tanta gente de bem, pelos caminhos e e ruelas por onde andam ,
    passamos para o desgosto e tristeza de vermos a " terra ferida " , a tua, a minha e a do mundo em geral; natureza pedindo socorro há anos e, como diz a nossa amiga Elvira, continua a ser " ferida " pelo tal homo sapiens, o único ser inteligente nessa terra costantemente ferida. Como dizia a Juma , naquela fantástica novela " o pantanal", o homem é o único animal que suja a água que bebe, água que um dia vai ser mais disputada que, hoje, o petróleo. Mas, amigo, neste aspecto, também somos bastante culpados, pois continuamos a usar plásticos ( evito -os bastante ) e temos bastante preguiça para fazer a separação dos lixos; digo preguiça, porque aqui na minha cidade há bastantes contentores , um para cada tipo de lixo, vidro, cartao, plastico e latas; estão todos juntos e só preciso atravessar a rua para fazer o que devo; mesmo assim, amigo, há quem não se dê a esse trabalho e eu, confesso, às vezes também misturo com o residuos normais,
    E assim vai indo aa nossa terra, com os rios sujos e os mares com toneladas de plásticos que se vao desfazendo e entrando na cadeia alimentar através do peixe que comemos. Estou a ficar mais velha, mas também mais consciente, mas ainda não faço tudo o que deveria para que as feridas desta nossa querida terra comecem a cicatrizar. Pedro, caro amigo, à tua revolta junto a minha, tanto pelo que vejo pelas ruas quanto pelo mal que estamos a fazer à nossa terra. Obrigada pelos " alertas " e deixo-te um beijinho e votos de uma noite tranquila
    Emilia

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  12. Grande Pedro, que beleza de mergulho nestas recordações aos olhos do velho, que creio seja todos nós amantes da terra e que entristecem com os desmandos. Que olhamos para o leito seco do rio devastado pela cegueira humana.
    Um grito amigo que há de ser ouvido.
    Meu abraço e bom fim de semana.

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  13. Algunas veces nos quedamos como el anciano.
    Feliz día

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  14. Já vi um velho chorar lágrimas vivas

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  15. Se puede tener años, pero por más años que se vayan cumpliendo, siempre pueden permanecer intactas las ilusiones que han sido el motor de la vida.

    Besos

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  16. Pedro, é lindo este teu poetizar sobre a nossa "terra ferida" .
    Eu nunca vi um velho chorar lágrimas vivas (como diz que viu o nosso amigo Eufrázio) mas já vi toda a tristeza do mundo nos olhos vazios de um velho.
    O Homem não aprende nada!
    Abraço, meu amigo.

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  17. Há que dar o grito de revolta e recuperar esta bela e generosa natureza.
    Um abraço e bom Domingo.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    Livros-Autografados

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  18. Nunca vi algum habitante, lúcido, tocar fogo em sua morada! Mas o único ser pensante desse planeta, incendeia matas, florestas imensas, como a Amazônia, polui rios, mares, e o ar que respira, tornando o planeta um inferno. A natureza não chora, nem grita, ela se vinga! E merecemos.
    Não respeitamos nada. O velho do teu belíssimo poema, com certeza já se debateu, agora nem lágrimas mais existem para serem derramadas. E por aqui não pararemos, ainda não fizemos o suficiente para a Terra sangrar.
    Parabéns, TERRA FERIDA, um poema que grita as dores de um planeta em agonia.
    Beijinho, daqui do lado!

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  19. Que belo grito Pedro, a Táis tem razão, o bicho homem destrpoi a sua própria fonte de sobrevivência.Pobre velhinho que antes viu tudo florido, agora com seus olhos ressequidos não mais vislumbra as belezas de outrora.
    Feliz demana desejo a vc com grandes inspirações!
    Gratidão pela benfazeja visita, Pedro!
    Abraços!

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  20. Olá Pedro
    Só as pessoas lúcidas sofrem ao ver a destruição da natureza e são capazes de derramar lágrimas quando contemplam a sua mãe Gaia sangrando de dor ante tamanha destruição. O personagem do seu poema é o retrato fiel de quem ama e sofre com a ganância e o desrespeito de seu semelhante
    Um abraço e uma feliz semana

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  21. Um poema sentido e profundo, um grito poético de dor pela falta de consciencialização, sobre a necessidade urgente de cuidar e proteger o nosso planeta.
    Beijinhos
    Beijinhos
    Maria
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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  22. Maravilloso poema.
    Profundo.
    Un beso.

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  23. Passei para ver as novidades.
    Mas gostei de reler o seu excelente poema.
    Caro Pedro, continuação de boa semana.
    Um abraço.

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  24. Um poema sentido, emocionante e introspectivo... que nos faz sentir a todos, na pele desse velho... assistindo a cada dia, às barbaridades, que vão sendo praticadas, contra a Natureza... e terminamos cada dia, observando cada entardecer, com resignação... ainda que sem aceitação...
    Deixo um grande abraço, Pedro, e um até breve, durante as próximas semanas, em que estarei ausente... também num local, próximo do mar...
    Tudo de bom, por aí, para vocês!...
    Ana

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  25. Quedarnos estimado Pedro, "sem lágrimas para chorar" es una constante de la poesía, en este caso como siempre notablemente situada por ti, corta, precisa y sentida.

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  26. Bom dia, Pedro,
    os poetas são capazes de grande lutas, grandes gritos através de seus versos.
    Seu poema cheio de dor, a qual muitos sentem, pois através dos olhos do velho, figurante de seu poema podemos ver a triste destruição da nossa Mãe natureza. Infelizmente, essa visão triste nos mostra uma realidade distante de acabar.A tela bem sugestiva.
    Tenha um abençoado final de semana!

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  27. Enquanto houver um horizonte, caminhamos.

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muito obrigado pela sua leitura e comentário.
Meu abraço a todos os amigos.

Pedro Luso de Carvalho